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Breaking estreia na Olimpíada de Paris com foco na geração Z

Nova modalidade não possui nenhum brasileiro competindo

Por Giovanna Fraguito Atualizado em 9 ago 2024, 15h30 - Publicado em 9 ago 2024, 11h55

O breaking vai fazer sua estreia na história dos Jogos Olímpicos, nesta sexta-feira, 9, em Paris. A modalidade tem origem nas ruas do Bronx, em Nova York, ainda durante a década de 70, reunindo batidas que ficaram muito conhecidas através do funk e hip-hop, além de improvisos múltiplos nos movimentos, muitos deles acrobáticos, que exigem técnica e criatividade dos atletas. Antes marginalizado, ele ganhou popularidade, e nos últimos anos passou a ser alvo do interesse de grandes multinacionais. Uma delas é a Red Bull, que passou a apoiar alguns atletas brasileiros, casos de Júlia Maia, Leony, Pelezinho e Bart. O Spotify Brasil também passou a investir na modalidade ao se tornar parceiro oficial do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e da Confederação Nacional de Dança Desportiva (CNDD).

“Na economia da atenção, a capacidade de cativar públicos desejados por marcas parceiras é chave. Mesmo com uma audiência de bilhões de pessoas mundo afora, até mesmo os Jogos Olímpicos precisam comprovar para seus parceiros comerciais que são capazes de atingir tais audiências e esse se torna fator chave na inclusão ou exclusão de modalidades do programa”, analisa Ivan Martinho, professor de marketing esportivo pela ESPM.

“Os Jogos Olímpicos são uma mistura de tradição e renovação. A estratégia do Comitê Olímpico Internacional de adicionar outros esportes é extremamente válida para alcançar novos públicos e os números mostram que a decisão é acertada. Segundo o próprio COI, os Jogos de Paris devem bater recorde de audiência e de engajamento nas redes sociais. É uma receita simples, que pode ser contrária à vontade de alguns grupos mais tradicionais, mas que é essencial para manter o evento atrativo e em constante crescimento”, afirma Joaquim Lo Prete, country manager da Absolut Sport no Brasil, agência de marketing esportivo.

Os competidores são conhecidos como b-boys, para os homens, e b-girls, para as mulheres. Na Olimpíada de Paris, serão 16 para cada lado, mas sem nenhum brasileiro. Leony e Mayara Collins foram os que chegaram mais perto ao disputarem a seletiva olímpica disputada na Romênia, mas não conseguiram a pontuação necessária. O pontapé inicial para a entrada do breaking na Olimpíada surgiu a partir dos Jogos da Juventude de 2018. Com um perfil de competidores jovens disputando a modalidade, ele rapidamente ganhou as redes sociais e viu a popularidade crescer.

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“É a busca por uma maior conexão com mudanças sociais, mas também de tentar captar a atenção de gerações mais novas, e isso acaba tendo um efeito também de inclusão de outras parcelas da população mundial. Não só os mais novos, mas até mesmo de uma forma inclusiva com a linguagem, como a que vem das das ruas, e isso acaba sendo muito interessante. Já aconteceu com skate, surf, com o basquete 3×3, indo numa relação direta com o hip hop. Essa renovação na programação dos Jogos é importante para se manter conectado com mudanças sociais e culturais, e de certa forma também é uma conexão entre a tradição e a inovação, pois você tem modalidades bem tradicionais sendo mantidas, e que passam conviver com linguagens e modalidades mais contemporâneas. Isso cria um elo de conexão entre o passado e o presente. Acho que é uma modernização mais do que necessária, ela é fundamental”, explica Eduardo Cillo, coordenador de psicologia esportiva do COB.

“Percebemos um movimento realizado para manter a audiência engajada e também aproximar as novas gerações dos Jogos Olímpicos, seja através de novas modalidades que tenham relação com o consumo dos jovens, quanto com outras que trazem mais competitividade para o evento. Em Paris 2024, tivemos dois estreantes: o breaking, que mira a geração Z, tanto pela relação cultural e quanto pela música, e também o caiaque cross, que integra a canoagem slalom, e gera uma disputa direta entre seus competidores, trazendo ainda mais emoção. Essa busca pela renovação de determinadas modalidades é importantíssima para manter o programa olímpico sempre aquecido com o público e trazer novas audiências”, aponta Danielle Vilhena, Diretora de Projetos e Operações de Marcas da Agência End to End. Recentemente, liderou projetos estratégicos e produção de conteúdo para o COB e o Time Brasil, incluindo os Jogos Pan-Americano de Lima 2019, os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, e agora os atuais, em Paris 2024.

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