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As revelações de ex-Menudo sobre abusos de José Menendez

Roy Rosselló conta detalhes de agressão aos 13 anos

Por Nara Boechat Atualizado em 29 out 2024, 16h27 - Publicado em 29 out 2024, 12h50

O ex-Menudo Roy Rosselló contou detalhes dos abusos sexuais sofridos quando tinha 13 anos por José Menendez, assassinado ao lado da mulher, Kitty, pelos filhos Erick e Lyle. Segundo ele, o assédio aconteceu quando fazia parte da boy band latina, que tinha contrato com a gravadora RCA, da qual o empresário era vice-presidente, nos anos 1980.

“José Menendez sempre me olhava com malícia e desejo e parecia que ele já sabia o que queria fazer comigo. Eu não sabia exatamente o que estava por vir, mas sentia que, mais uma vez, seria usado como um objeto, o que me deixou profundamente desconfortável e vulnerável”, disse o porto-riquenho, que hoje vive em João Pessoa, na Paraíba.

Segundo o músico, o ataque de Menendez aconteceu quando o grupo foi assinar o contrato com a gravadora. “No dia do estupro, Edgardo [Diaz] não se opôs quando José Menendez insistiu para que eu tomasse a taça de vinho. Eu só tinha 14 anos. Menendez foi insistente, me pressionando até que eu bebesse tudo”, lembrou.

Roy Rosselló, que hoje atua como missionário religioso, contou ainda que já havia sido vítima de Edgardo Diaz, que era empresário da banda. O ex-integrante do Menudo decidiu tornar público o caso em 2011 pois, segundo ele, já estava “extremamente sufocado”. “Demorei para denunciar os abusos porque envolve muito mais do que apenas tempo. É uma questão de aceitação, algo que foi extremamente difícil para mim por muitos anos. Levei décadas para chegar ao ponto de estar pronto para falar sobre isso. Foi um processo longo e doloroso, que exigiu força e fé para conseguir superar”, acrescenta.

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Esta não é a primeira vez que o artista fala sobre o assunto. Ele relatou as agressões no documentário Menendez + Menudo: Boys Betrayed, lançado no ano passado, nos Estados Unidos. Para Roy, ele foi “escolhido” por ser apenas uma criança, na época, sem maturidade para perceber o que estava acontecendo. “Hoje não guardo mágoas. No entanto, acredito que a justiça precisa ser feita. A última vez que vi Edgardo foi muitos anos atrás, e desde então não houve nenhum outro encontro. Perdoar não significa esquecer o que aconteceu, mas é permitir que o coração se liberte da dor e confiar que a justiça divina prevalecerá”, desabafou o músico à Splash.

O caso do assassinato de José Menendez e Kitty voltou ao noticiário após o sucesso da série da Netflix Monstros: Irmãos Menendez: Assassinos dos Pais, que conta a história do crime e julgamento dos filhos. Os dois foram condenados a prisão perpétua.

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