As estranhas experiências espirituais dos atores de ‘A Viagem’, da Globo
Novela de Ivani Ribeiro é uma das poucas a falar sobre espiritismo na televisão aberta

Uma das poucas novelas da TV Globo a trabalhar o espiritismo, A Viagem (1994), trouxe, além de boa audiência ao canal, experiências sobrenaturais durante as gravações, comentadas mais de uma vez por alguns atores do elenco. Protagonista da novela, escrita por Ivani Ribeiro (1922-1995), Christiane Torloni lembrou de um episódio que viveu na época, quando morava sozinha em um apartamento. Segundo a atriz, os botões de alarmes dos quartos acionavam sinais sozinhos durante a madrugada. “A casa não ficava em paz. Apitava ‘quarto um’, ‘quarto 2’. Eu nunca fui impressionável, mas aquilo não me deixava dormir”, contou Torloni em uma participação no programa Conversa com Bial.
Depois disso, fez uma sugestão ao diretor do folhetim: “Um dia eu liguei para o Wolf Maya, que é de uma família espírita muito tradicional de Goiás, e perguntei ‘pedimos licença para fazer esse trabalho? Porque eu acredito nessas coisas. Quando você faz personagens de pessoas que existiram, como eu já fiz alguns, me concentro nisso porque sinto que é uma homenagem, sinto que fui escolhida para fazer aquele trabalho”, disse. Ainda de acordo com a estrela da Globo, ela passou a receber cartas psicografadas de fás com mensagens de apoio: “Diziam que esse trabalho precisava ser feito e que estávamos acalmando as pessoas”.
Mais recentemente foi a vez de Maurício Mattar falar sobre o assunto. Intérprete de Téo, marido de Diná (Torloni) na trama, o ator explicou que o elenco fez aulas sobre espiritismo e até chegaram a fazer orações para “pedir permissão” para gravar nos estúdios. Em uma entrevista ao The Noite, o artista disse ainda que os atores estudavam com alguns médiuns. “Dependendo dos atores, alguns tiveram experiências espirituais. Eu não tive, mas voltava com muita dor de cabeça”, detalhou.
Intérprete de Estela, irmã de Diná, Lucinha Lins também já contou de um momento espiritual durante as gravações. Segundo a atriz, durante a cena da cremação do personagem Alexandre (Guilherme Fontes), uma borboleta pousou no caixão que estava dentro do estúdio, fechado. “Era como uma luz, uma proteção para a Christiane naquela cena”, lembrou Lucinha, em uma live.