Agressividade das ruas e sem padaria: a vida de William Bonner no ‘JN’
Exclusivo: bastidores da coluna GENTE sobre mudanças no principal telejornal da TV Globo

Com a saída de William Bonner, Cesar Tralli assume bancada do Jornal Nacional, Após cinco anos de transição, a fase de “passagem de bastão” se encerra em novembro. O ritmo de Bonner na bancada do JN há 29 anos, sendo 26 deles como editor-chefe, é exaustiva. Mas mais do que isso, não se encerra quando dá o seu tradicional “boa noite”. E essa mexida da emissora para o principal telejornal do país já era tratada há anos justamente por causa da tensão das ruas. Bonner não queria comandar mais um ano de eleição presidencial que se avizinha, em 2026, incluindo debates e entrevistas com os principais candidatos. Cansado da pressão que o cargo lhe exige há tanto tempo, o próprio deixou isso claro em vários comentários. Pior, somado a isso vem toda a agressividade que precisa lidar com a polarização política. Sua queixa ia desde não ter tempo para levar o filho ao aeroporto a não ter paz para uma simples ida a uma padaria. A coluna GENTE traça a seguir a rotina do âncora na TV Globo, de acordo com declarações do próprio e de colegas que o acompanham há décadas.
11h – O apresentador chega à redação do Jardim Botânico, na zona sul do Rio. Curiosidade: ele tem toque. A primeira coisa que sempre faz é ajeitar um pequeno quadro do JN que insiste em ficar torto na parede de entrada da redação.
11h30 – Bonner se reúne com os demais editores e, por vídeo conferência, se comunica com os responsáveis pelas “praças”, as redações de outros estados, como São Paulo, Salvador e Brasília. Além disso, inclui os correspondentes em Nova York e Europa. É neste momento que começa a definir o que vai ao ar mais tarde.
14h – Renata Vasconcelos chega à redação.
15h – Bonner chama a “tropa” para a reunião. É a forma “carinhosa” que lida com os repórteres. Nesta mesma hora, Renata assume o plantão e as chamadas com as principais notícias do dia, podendo entrar no ar a qualquer momento na programação ao vivo.
19h50 – Bonner se arruma em sua sala. Troca o jeans e camisa social pelo terno e gravata.
20h – Bonner e Renata se sentam no estúdio com a bancada e passam detalhes de alguma notícia, testam microfones e câmeras com a produção.
20h10 – Ambos gravam as últimas chamadas para o telejornal.
20h30 – JN entra no ar
21h30 – Salvo algumas exceções cotidianas, o JN termina com uma hora de duração.
21h50 – Bonner vai embora. Há também exceções aqui. Dependendo do dia de cobertura incessante, há uma última reunião para ajustar pendencias para o dia seguinte, urgências que precisam ser melhor alinhadas ou alguma crítica que ele costuma fazer sobre reportagens que foram ao ar.