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Aborto, maconha e casamento LGBT: a agenda progressista de Mujica

Ex-presidente é considerado símbolo da esquerda na América Latina

Por Mafê Firpo SEGUIR SEGUINDO 13 Maio 2025, 17h46

MONTEVIDEO, URUGUAY - MAY 1: A relevant personality who always attends the Workers' Day event in Uruguay is former President of Uruguay, JosÃ© "Pepe" Mujica, in Montevideo on May 1, 2022. — Pepe Mujica The PIT-CNT, the only union center in Uruguay, where all the country's union associations come together, led this Sunday, May 1, the International Workers' Day is celebrated, a central act where the speeches marked claims, proposals and job prospects for the future, in an act that was attended by government authorities. Carlos Lebrato / Anadolu Agency (Photo by Carlos Lebrato/Anadolu Agency via Getty Images) (Carlos Lebrato/Anadolu Agency/Getty Images)

José Mujica, apelidado de Pepe, morreu nesta terça-feira, 13, aos 89 anos. O ex-presidente uruguaio se tornou símbolo da esquerda e do progressismo na América Latina – durante seu governo, o Uruguai se tornou o primeiro país latino a legalizar o aborto e a regulamentar a maconha no país e o segundo a aprovar casamentos homoafetivos, ficando atrás apenas da Argentina. A primeira medida de Pepe em relação à agenda progressista foi descriminalizar o aborto até 12ª semana de gestação, a legislação permitiu que o procedimento fosse feito em hospitais públicos. Em 2014, o Parlamento Uruguai legalizou e regulamentou todas as etapas de venda e compra de maconha – desde o cultivo à venda em farmácias – tais medidas colocaram o país à frente dos vizinhos que ainda consideravam estes assuntos um tabu.

Pepe foi diagnosticado com câncer de esôfago em 2024 e desistiu de fazer o tratamento em janeiro deste ano após descobrir que metástase do tumor. Símbolo da esquerda, o ex-presidente esteve à frente da presidência uruguai de 2010 a 2014.