A reviravolta da Globo na publicidade, que já desespera empresários
Lançamento de plataforma permite compra automatizada de espaços publicitários da empresa

Há algumas semanas, sem festa ou coletiva de imprensa, a TV Globo começou a adotar de forma mais contundente duas medidas na área de marketing que prometem movimentar o mercado daqui em diante. A primeira delas diz respeito à plataforma “Globo Sim”, que visa aos anúncios de pequenas e médias empresas. Criada em 2020, só agora ela de fato está apta a uma cobertura nacional. Trata-se de um modelo digital para que possíveis pequenos anunciantes comprem espaço de inserção publicitária com foco num público-alvo definido. Esse tipo de mídia contempla tanto a TV quanto os canais digitais.
Outro passo importante dado pela emissora para capitalizar em publicidade é o que a área de marketing do conglomerado passou a adotar com seus “talentos” (atores e apresentadores em geral). Agora, a empresa lida diretamente com as marcas que tenham vontade de contratar algum de seus artistas para ações comerciais.
Como era antes: uma marca procurava o escritório da celebridade para fechar uma parceria comercial. Agora, a própria TV Globo pode intermediar, sem atravessamento de empresários particulares de cada artista. Desse modo, o lucro é gerenciado entre o artista e a emissora. O primeiro artista a fechar publicidade nesses novos moldes foi Tadeu Schmidt, que assinou contrato com um banco para ser garoto-propaganda – tudo via intermediação da própria Globo. Colocados para escanteio, já há empresários de artistas da emissora temerosos com esse movimento, fazendo as contas de como vão deixar de lucrar junto às marcas. Por outro lado, artistas veem vantagens em agregar anunciantes de peso a suas imagens.