A movimentação da Globo, SBT e Band com publicidade das casas de aposta
Luciano Huck é o garoto-propaganda da nova bet da emissora carioca

Com a regulamentação das casas de aposta em pleno vigor no Brasil, desde 1º de janeiro deste ano, os grandes conglomerados de televisão, casos de TV Globo, SBT e Band também optaram por lançar suas próprias bets, tendo como detentores grandes players do mercado. A Globo está com a MGM Resorts International; o SBT, com a OpenBet, e a Band, com a Bell Ventures Digital, todas elas de fora do país. Vale lembrar que, após a regulamentação, cada CNPJ pode explorar até três marcas distintas.
Nas últimas semanas, esses conglomerados passaram a fazer algumas movimentações em torno da publicidade das bets. O que mais chamou a atenção na televisão foi do apresentador Luciano Huck, que nos intervalos dos programas da Globo tem anunciado o comercial da BetMGM. Listada na bolsa de valores de Nova York e com grande influência nos cassinos de Las Vegas, a BetMGM está presente em 29 estados americanos e dez países europeus.
“Agora que o mercado no Brasil abre as portas para o jogo de forma oficial, o melhor reality show que os interessados no setor poderão conferir é como a Globo, que tem base de audiência e propriedades de mídia poderosas, pode ajudar o gigante de cassinos a superar as marcas já atuantes do jogo online no Brasil e se tornar uma líder do setor também”, contextualiza Ricardo Magri, especialista em desenvolvimento de negócios iGaming e diretor executivo da EBAC.
Já o SBT, que lançou oficialmente a Todos Querem Jogar (TQJ), em parceria com a OpenBet, que pertence ao Endeavor Group Holdings, da Inglaterra, tem um projeto de lançar um programa exclusivo sobre bets, voltado para dicas de apostas que, no mesmo estilo de outros programas produzidos pela emissora, como da Tele Sena. O assunto foi bastante comentado, por exemplo, durante o Troféu Imprensa, no domingo, 4.
Além de Globo e SBT, a Band também tem sua casa própria, a BandBet, em parceria com a empresa de jogos online Bell Ventures Digital, com ampla divulgação comercial durante suas chamadas e programações locais. “Acredito que a entrada dessas três empresas fortalece ainda mais o setor, trazendo a expertise de players internacionais, como a OpenBet e MGM. A parceria com gigantes da comunicação, por meio dos seus programas de entretenimento, esportes e novelas, amplia o acesso do público a conteúdos informativos relevantes”, opina Leonardo Henrique Roscoe Bessa, consultor do Conselho Federal da OAB e sócio do Betlaw, escritório de advocacia especializado no setor de jogos e apostas.
Para Ricardo Bianco Rosada, fundador da consultoria brmkt.co, que atua nas áreas de estratégia, branding, marketing e desenvolvimento de negócios, os grandes grupos de mídia possuem dois ativos importantes para uma marca de apostas esportivas no Brasil. “O primeiro é a sua credibilidade, e o segundo é a audiência, já que, apesar de as televisões estarem há algum tempo competindo com as ‘outras telas’ do mundo digital, sua capilaridade e penetração continuam significativas”, analisa.
Em 2023, a empresa teve uma receita total de mais de 16 bilhões de dólares. Já em 2024, a BetMGM obteve receita líquida de mais 2 bilhões de dólares, um crescimento de 7% em relação ao ano anterior. Para este ano, a projeção é ainda maior, de 2,5 bilhões de dólares. “Existe uma cena icônica no filme Cassino (de Martin Scorcese, 1995), que mostram cenas de implosões de velhos hotéis com cassinos aparecendo ao fundo, e lá está a marca MGM e o seu icônico Leão. Estamos falando de uma das maiores empresas da indústria do jogo no mundo”, recorda Ricardo Magri, especialista em desenvolvimento de negócios iGaming e diretor executivo da EBAC.