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A baboseira feminista que mata Odete Roitman com antecedência em Vale Tudo

Debora Bloch interpreta a vilã no remake da TV Globo – não se engane, ela não é queridinha

Por Valmir Moratelli Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 13 Maio 2025, 07h23 - Publicado em 13 Maio 2025, 07h00

Os “teóricos de sofá” dão conta de que Odete Roitman, a vilã de Vale Tudo agora interpretada por Debora Bloch, saiu do posto de megera odiada em 1988 (feita com maestria por Beatriz Segall) e foi alçada a ícone pop feminista em 2025. Na versão original, Odete era vista como o que havia de pior na elite brasileira: arrogante, preconceituosa, racista e manipuladora. Agora, o público estaria se compadecendo de suas friezas com funcionários e familiares, justamente porque, segundo as teorias insensatas calcadas em discursos de feminismos de redes sociais, a mulher não aceita mais estar na posição de “submissa” no imaginário coletivo.

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Um dos perfis do Instagram que exaltam essa “nova” Odete chega ao cúmulo de dizer que: “Em plena redemocratização do Brasil, o público ansiava por justiça social, representatividade popular e a figura da ‘mocinha’ ainda dominava o imaginário coletivo. Em um país que sonhava com igualdade após anos de ditadura, não havia espaço para simpatia por uma mulher que representava os privilégios. (…) Hoje, Odete Roitman ressurge como símbolo de força, autonomia e clareza estratégica”.

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Pois não é bem assim quando o assunto é teledramaturgia. A Odete de Debora Bloch não deixa de ser menos vilã e mais feminista (como se isso tivesse que ser medido em pesos antagônicos de uma gangorra). A Odete do remake tem “lacrado” em redes sociais porque o texto de Manuela Dias descaracterizou a personagem – deixando-a rodeada de filhos inúteis em dilemas bobos. Afonso (Humberto Carrão) nada faz além de acordar cedo para correr. Heleninha (Paolla Oliveira) sofre por um amor ainda não correspondido e que foi aceleradamente apresentado ao telespectador, por uma edição de cortes bruscos de cenas. Com isso, ganha força uma Odete rasa, que faz rir – e não chorar.

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A distorção não está na visão “modernosa” sobre mulheres executivas, já naquela época bem exploradas em outros exemplos da teledramaturgia. Vale Tudo não inaugura esse estereótipo. A distorção atual está no texto, que engana o público ao lhe dar uma errada leitura contemporânea do que era para ser esta vilã, considerada até então a mais impiedosa da nossas novelas.

Não é que se romantize o preconceito social estampado nas falas de Odete, mas se alivia sua brutalidade dando a ela uma falsa defesa na contemporânea discussão de gênero – algo que não perpassa em nenhuma cena até aqui. Isso porque tais falas de Odete chocariam também na boca de um homem. Não é nada piedoso ou revolucionário tratar alguém com aquele tom de soberba, convenhamos. Não há nada de feminismo em Odete – de Debora ou de Beatriz. É que o remake de Vale Tudo já matou sua essência há vários capítulos.

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