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Bastidores e curiosidades da disputa entre Kamala Harris e Donald Trump
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Vestida para ganhar: o que está por trás do estilo de Kamala Harris

Nas mãos de Leslie Fremar, stylist de estrelas como Salma Hayek e Charlize Theron, a democrata tenta contar uma história específica com seus terninhos

Por Amanda Péchy Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 1 out 2024, 11h02 - Publicado em 1 out 2024, 10h51

Depois de Kamala Harris entrar em cena como a nova aspirante democrata à Casa Branca, substituindo um Joe Biden insosso e, para a maioria dos eleitores, velho demais, a palavra que a mídia americana mais usou para definir o momento foi “eletrizante”. Diante de seu grande sorriso aberto, vieram uma cascata de apoios de celebridades, memes elogiosos, e 361 milhões de dólares em doações para o seu comitê em dois meses, o triplo do rival, Donald Trump, no período.

Uma das únicas coisas que parecem ter restado de sua era inexpressiva e apagada como vice-presidente foi seu guarda-roupa, que continua vomitando uma sucessão de terninhos –  em tons de preto, azul escuro, bordô e bege, com um toque ocasional de rosa salmão ou azul bebê –, sempre com seus saltos Manolo Blahnik, de 7 centímetros.

Sua decisão de manter os ternos, porém, não é apenas um padrão. É uma tática.

WILMINGTON, DELAWARE - NOVEMBER 07: Vice President-elect Kamala Harris speaks on stage at the Chase Center before President-elect Joe Biden's address to the nation November 07, 2020 in Wilmington, Delaware. After four days of counting the high volume of mail-in ballots in key battleground states due to the coronavirus pandemic, the race was called for Biden after a contentious election battle against incumbent Republican President Donald Trump. (Photo by Drew Angerer/Getty Images)
Na vitória de Biden: terninho branco foi homenagem às sufragistas, que usavam a cor na luta pelo voto feminino nos EUA. 07/11/2020 – (Drew Angerer/Getty Images)

Furar a “barreira da imaginação”

Numa eleição em que quase tudo sobre Kamala é pioneiro — ela pode ser a primeira mulher na Casa Branca, a primeira mulher negra, a primeira filha de imigrantes —, se preocupar com a forma como os americanos a enxergam não é mero capricho. Roupas são uma espécie de para-raios para os sentimentos incipientes que o eleitorado nutre, bons e ruins, e especialmente sobre uma mulher.

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A questão é que, quando alguém imagina um presidente, o que vem à cabeça com mais frequência é algo que já viu no passado: um homem, branco, heterossexual. A Barbara Lee Family Foundation, uma organização sem fins lucrativos apartidária focada em mulheres na política, batizou esse fator de “barreira da imaginação”.

De olho nisso, Kamala parece ter rejeitado o antigo uniforme político feminino popularizado por nomes como Hillary Clinton e Angela Merkel – um terno com corte ainda masculino, mas em cores gritantes, uma espécie de tentativa para diminuir a divisão masculino-feminino. Nas mãos de Leslie Fremar, uma estilista poderosa de Hollywood que veste atrizes como Salma Hayek e Charlize Theron, ela optou pela consistência, de forma a não provocar nenhuma dissonância em sua imagem, mantendo seu estilo e tentando furar a “barreira da imaginação”.

Equilíbrio e poder

A ideia é parecer uma mulher poderosa e “no controle”, mas não ameaçadora. A jaqueta abotoada, mas só um botão. Salto alto, mas não tão alto. Estar na moda, sem se meter a fashionista. Um mergulho ocasional em roupas casuais – ela recentemente posou para a Vogue de jeans e All Stars – ajuda a cultivar a imagem de “gente como a gente”. Por outro lado, um toque especial em eventos black-tie (no final de abril, Kamala usou um vestido justo de gola alta, coberto de lantejoulas, criado pelo francês Hedi Slimane, rei da moda descolada que inventou o jeans skinny) permite que ela se destaque enquanto mantém sua paleta de cores sóbrias e linhas retas.

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CHICAGO, ILLINOIS - AUGUST 19: Democratic presidential candidate, U.S. Vice President Kamala Harris speaks onstage during the first day of the Democratic National Convention at the United Center on August 19, 2024 in Chicago, Illinois. Delegates, politicians, and Democratic party supporters are in Chicago for the convention, concluding with current Vice President Kamala Harris accepting her party's presidential nomination. The DNC takes place from August 19-22. (Photo by Chip Somodevilla/Getty Images)
Terninho bege: simbolismo e aceno a Obama. 19/08/2024 – (Chip Somodevilla/Getty Images)

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Uma publicação compartilhada por LaQuan Smith — Designer (@laquan_smith)

De vez em quando suas roupas carregam um simbolismo extra. Na posse de Biden, ela desfilou três designers negros diferentes: Kerby Jean-Raymond, Christopher John Rogers e Sergio Hudson. Já quando seu colega de chapa declarou vitória na eleição de 2020, ela usou um terno branco da Carolina Herrera, em homenagem às sufragistas que usaram a cor como bandeira na luta pelo voto feminino há mais de 100 anos. Na Convenção Nacional Democrata, quando sua candidatura foi oficializada, vestiu um terninho bege – aceno a Barack Obama, que usou conjunto da mesma cor numa coletiva de imprensa em 2014 sobre a resposta americana ao Estado Islâmico, criticado por não ser “próprio” para discutir um assunto tão sério.

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Direto ao ponto

Mas, tanto quanto possível, ao vestir a mesma coisa de sempre, Kamala tirou a moda da mesa como um ponto de discussão, para melhor se concentrar em seus pontos de discussão reais. Está fresco na memória o escrutínio que recaiu sobre Hillary quando ela usou um penteado diferente, que rendeu análises sobre o que a xuxinha que ela usou para amarrar o rabo de cavalo significava.

Ao fim e ao cabo, Kamala sabe o que funciona para ela, e é exatamente isso que está em seu guarda-roupa. Ao entender seu estilo pessoal – e traduzir isso para as demandas de profissionalismo e publicidade – ela pode ir direto ao ponto. Seu uniforme é estar vestida para vencer.

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