Ícone de fechar alerta de notificações
Avatar do usuário logado
Usuário

Usuário

email@usuario.com.br
Relâmpago: Revista em casa por 9,99/semana
Imagem Blog

Thomas Traumann

Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Thomas Traumann é jornalista e consultor de risco político. Foi ministro de Comunicação Social e autor dos livros 'O Pior Emprego do Mundo' (sobre ministros da Fazenda) e 'Biografia do Abismo' (sobre polarização política, em parceria com Felipe Nunes)

Uma trégua, não um acordo

Eduardo Bolsonaro perde o monopólio do acesso à Casa Branca e tensões entre Brasil e EUA podem desescalar

Por Thomas Traumann Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 28 set 2025, 08h52

A ‘química’ dos 39 segundos da promessa de encontro futuro entre os presidentes Donald Trump e Lula da Silva na sala de espera do auditório da Organização das Nações Unidas não foi acidental. Nas semanas anteriores, como revelou o repórter Felipe Frazão, do Estadão, houve uma intensa operação diplomática para desescalar a tensão entre os dois países.

No dia 11, o vice-presidente Geraldo Alckmin, conversou por videoconferência com o representante comercial dos Estados Unidos (USTR), Jamieson Greer. No dia 15, o assessor especial de Trump Richard Grenell veio a Brasília, incógnito, para uma conversa com o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira. No mesmo período, como informou a Folha, Trump recebeu na Casa Branca uma comitiva liderada pelo empresário Joesley Batista, maior acionista da JBS, holding que controla as maiores indústrias de carne bovina e de frango tanto nos EUA como no Brasil. 

O muro erguido pela dupla Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo foi desmantelado, mas o que se pode esperar de uma reunião Trump-Lula? A resposta mais honesta é uma trégua, não um acordo.

Passados dois meses desde que Trump decretou uma sanção de 50% sobre produtos importados do Brasil (incluindo os hambúrgueres e nuggets da JBS), há um consenso de fracasso na Casa Branca. Levados a Trump pelo conselheiro sênior do Departamento de Estado para o Hemisfério Ocidental, Ricardo Pita, ex-assessor do senador Ted Cruz, Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo previram que a pressão americana iria dividir o STF, mobilizar manifestações nas ruas e forçar o Congresso a aprovar uma anistia ampla para beneficiar Jair Bolsonaro. 

Fora da mente fantasiosa de Eduardo e Figueiredo, mesmo sob ameaça da Lei Magnitsky, os ministros do STF condenaram Bolsonaro, as ruas se encheram contra a anistia e o Congresso titubeia em reduzir as penas dos líderes da tentativa de golpe.  A aprovação do governo Lula subiu e a elite empresarial e política tenta aproveitar a condenação para forçar Bolsonaro a indicar de uma vez o seu candidato em 2026. A mensagem que o encarregado de negócios da embaixada dos EUA em Brasília repete diariamente aos seus chefes é que é preciso outra estratégia.

Continua após a publicidade

Com Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo sem o monopólio do acesso a Trump, existe uma possibilidade razoável de a pauta sair da questão Bolsonaro para pontos palpáveis. A arte de recuar sem parecer que está recuando é uma marca de Trump.

De acordo com três fontes do governo americano, a oferta será a inclusão da carne e do café na lista das exceções à tarifa de 50%. É improvável a retirada das sanções da Magnitsky sobre Alexandre de Moraes e sua família.

Do lado brasileiro deve haver a oferta de redução das tarifas de importação de etanol (hoje em 18%) e a abertura para investimentos americanos na mineração de terras raras e datacenters. Para o governo Lula, a taxação das plataformas digitais e um recuo na regulação das redes sociais são tabu.

Continua após a publicidade

É visível o temor dos assessores no Palácio do Planalto com os rumos da conversa entre os dois presidentes. Trump já humilhou o ucraniano Volodymyr Zelensky, fez uma emboscada para o sul-africano Cyril Ramaphosa e massacrou o colombiano Gustavo Petro com uma postagem no X. 

Como disse realisticamente o governador Tarcísio de Freitas em um seminário com empresários, “(Trump) é um presidente que vive da economia da atenção. Que gosta de se sentar com o chefe de Estado, botar um chefe de Estado sentado lá dentro e dizer: ‘Olha, consegui uma vitória’. E ele está querendo colecionar vitórias. Então, por que não entregar algumas vitórias?”.

É impossível imaginar Lula, que fez da soberania nacional o eixo da sua campanha pré-eleitoral, disposto a sair como perdedor. Por isso, um acordo é difícil, mas pode haver uma redução de danos. 

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

15 marcas que você confia. Uma assinatura que vale por todas.

OFERTA RELÂMPAGO

Digital Completo

A notícia em tempo real na palma da sua mão!
Chega de esperar! Informação quente, direto da fonte, onde você estiver.
De: R$ 16,90/mês Apenas R$ 1,99/mês
ECONOMIZE ATÉ 28% OFF

Revista em Casa + Digital Completo

Receba 4 revistas de Veja no mês, além de todos os benefícios do plano Digital Completo (cada revista sai por menos de R$ 10,00)
De: R$ 55,90/mês
A partir de R$ 39,99/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$23,88, equivalente a R$1,99/mês.