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Thomas Traumann

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Thomas Traumann é jornalista e consultor de risco político. Foi ministro de Comunicação Social e autor dos livros 'O Pior Emprego do Mundo' (sobre ministros da Fazenda) e 'Biografia do Abismo' (sobre polarização política, em parceria com Felipe Nunes)
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Tremor nas redes bolsonaristas

Depois de queda na audiência, Bolsonaro investe contra artistas para gerar engajamento

Por Thomas Traumann Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 18 abr 2022, 19h51 - Publicado em 18 abr 2022, 11h34

A equipe que cuida das redes sociais do presidente Jair Bolsonaro tem buscado polêmicas com artistas para tentar recuperar o engajamento nas redes socais. No domingo de Páscoa, o perfil do presidente tentou trollar a cantora Anitta e foi bloqueado. Não é a primeira vez. No início do mês, o time de Bolsonaro usou músicas dos cantores Caetano Veloso, Gilberto Gil e Daniella Mecury – opositores ao seu governo – para promover seus stories no Instagram, apenas para gerar ruído nas redes socais.

E o que isso tem a ver com a redução do engajamento nas redes sociais do presidente no último mês? Anitta explicou em um fio no Twitter. “Eles estão com uma equipe de redes sociais mais jovem e descolada pra justamente passar essa imagem dele, fazer o público esquecer as merdas com piadas e memes da internet que faça o jovem achar que ele é um cara maneirão, boa praça. Então nesse momento qualquer manifestação contra ele por meio dos artistas vai ser revertida em forma de deboche pelas mídias sociais dele. Assim o artista vira o chato mimizento e ele o cara bacana que leva tudo numa boa. As pessoas acabam esquecendo o que realmente importa.”

Levantamentos feitos a pedido do jornal O Globo mostram que artistas que atacam o presidente (da atriz Taís Araújo ao youtuber Felipe Netto) passam a ser assediados pelos bolsonaristas, ora acusados de estarem na oposição por não terem acesso a dinheiro público, ora porque Bolsonaro, ao contrário deles, defende valores morais. O PL, partido de Bolsonaro, conseguiu no mês passado uma liminar no TSE para impedir que os artistas do festival Lollapalooza fizessem propaganda política. A censura durou menos de dois dias, mas gerou engajamento entre os bolsonaristas.

Essa tática de chamar atenção é reflexo de uma redução na vantagem histórica de Jair Bolsonaro sobre seus adversários nas redes sociais. Pesquisa da Diretoria de Análise de Políticas Públicas da Fundação Getulio Vargas (FGV DAPP), em mais de 46,6 milhões de interações e visualizações nos perfis, páginas e canais no Facebook, YouTube, Instagram e Twitter ao longo do mês de março mostrou que a oposição está ganhando engajamento. Ciro Gomes já lidera as visualizações no YouTube, enquanto Lula cresce no Instagram e Twitter. Bolsonaro ainda é absoluto no Facebook, a principal rede social do Brasil, mas comparado com janeiro perdeu engajamento em todas as redes.

Os dados principais da pesquisa:

Facebook

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Diferentemente do Twitter, em que suas publicações de maior engajamento foram sobre temas como o BBB, no Facebook Bolsonaro obteve alto volume de interações em posts sobre assuntos sérios, como suas justificativas para a alta da inflação. Principal político brasileiro no Facebook desde 2018, Bolsonaro teve em março 10,1 milhões de interações, contra 3,4 milhões de Lula. É a menor vantagem desde janeiro.

Instagram

Após chegar perto dos 5 milhões de reações por semana no início do ano, o perfil do presidente ficou com uma média perto da metade disso. O perfil de Lula ficou à frente do Bolsonaro na semana de 14 de março e empatou na semana de 28 de março. Bolsonaro teve 9,2 milhões de interações, contra 5,9 milhões de Lula, mas a tendência é de a distância diminuir.

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Twitter

Março foi o mês de menos interações de Bolsonaro no ano. Em janeiro, quando ele começou a subir nas pesquisas, o seu perfil chegou a quase 10 milhões de interações. No mês passado, ele só teve mais 1 milhão de engajamento em uma semana. Dos 27 dias analisados, Lula obteve mais interações que Bolsonaro em dez. Na média geral, Bolsonaro obteve 2,9 milhões de interações, contra 2,5 milhões de Lula e 600.000 de Ciro Gomes.

YouTube

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Graças ao esforço do candidato com seu canal semanal de entrevistas, Ciro Gomes é o líder nas interações no YouTube. Ele é o candidato mais comentado na plataforma desde o fim de janeiro, com 3,5 milhões de interações em março. Os vídeos de Bolsonaro atingiram 1,6 milhão e os de Lula, 1,4 milhão.

No Twitter, Anitta ensinou as campanhas de oposição como trabalhar. “A estratégia do lado oposto precisa ser citar o nome dele o menos possível. Eu trocaria o “slogan” “fora fulaninho” para “muda brasil” ou algo que desvincule completamente a narrativa do nome dele. Pois isso no momento só vai dar mais mídia e consequentemente mais força. Vocês não me verão falando “fora fulaninho” até as eleições acabarem. E sugiro a quem for contra ele fazer o mesmo.”

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