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Thomas Traumann é jornalista e consultor de risco político. Foi ministro de Comunicação Social e autor dos livros 'O Pior Emprego do Mundo' (sobre ministros da Fazenda) e 'Biografia do Abismo' (sobre polarização política, em parceria com Felipe Nunes)
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Time de rivais

Lula tende a compor governo com quatro possíveis candidatos em 2026

Por Thomas Traumann Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 5 nov 2022, 21h30 - Publicado em 5 nov 2022, 10h33

Na clássica biografia sobre Abraham Lincoln, a historiadora americana Doris Kearns Goodwin conta como o presidente americano de 1861-65 reuniu em torno de si vários dos seus ex-adversários da eleição de 1860. Essa junção de rivais, ao contrário de acentuar as diferenças, teria, segundo a historiadora, permitido que o governo Lincoln alcançasse consensos internos antes de se lançar a favor da abolição e enfrentar o exército sulista.

Por pior que seja, a situação brasileira é melhor que a de Lincoln, mas a lógica de juntar sob o mesmo teto vários rivais é a mesma. Depois de prometer não ser candidato à reeleição, o presidente eleito Lula pode formar um governo que tenha como figuras chaves quatro possíveis candidatos em 2026, Geraldo Alckmin, Fernando Haddad, Simone Tebet e Marina Silva.

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Deve-se ao ex-jogador e senador Romário uma expressão icônica sobre antiguidade hierarquia. Ao comentar sobre um técnico recém-chegado que em 2003 o colocara na reserva do Fluminense, ele disse “esse mal chegou e já quer sentar na janelinha”. O técnico não durou três meses. Não existe ainda um ministério Lula, mas está claro quem pode se sentar na janelinha e, mais importante, quem pode na janelinha da primeira classe. Aos nomes:

Geraldo Alckmin – O ex-governador de São Paulo será o vice-presidente mais influente da Nova República.

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Fernando Haddad – O ex-ministro da Educação tem preferência para escolher cargo. Em 2018, ele assumiu a candidatura natimorta do PT a presidente e em 2022 fez 45% dos votos para governador o melhor resultado da história do partido em São Paulo. Foi quem articulou as primeiras conversas de Lula com Geraldo Alckmin e depois quem convenceu Marina Silva a ter um papel na campanha. Haddad não quer ser ministro da Educação novamente.

Rui Costa – O governador da Bahia entregou quase 4 milhões de votos de vantagem a Lula, resultado decisivo num pleito decidido por metade disso. Além disso, elegeu como governador um ex-secretário de Educação desconhecido até abril e manteve um hegemonia única para o PT no Estado que vem desde 2007. Formado em economia, ex-diretor do Sindicato dos Químicos e Petroleiros da Bahia, Costa é o herdeiro político de um dos melhores amigos de Lula, o senador Jaques Wagner.

Alexandre Padilha – O deputado paulista terminou sendo o interlocutor preferido do PT junto ao mercado, ouvindo críticas sem o costumeiro padrão passivo-agressivo de outros políticos petistas. É o curinga do futuro Ministério.

Wellington Dias – O senador eleito pelo Piauí é chamado por Lula como “o cara que traz problemas resolvidos”. Nesta semana, assumiu a articulação dos gastos extra-Lei de Teto com o conterrâneo, o relator do orçamento, senador Marcelo Castro.

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Gleisi Hoffmann – A presidente do PT foi fundamental para segurar um partido conhecido pelas suas divergências internas e que nesta campanha aceitou apoiar outros partidos em Minas Gerais, Pernambuco e Rio Grande do Norte.

Aloizio Mercadante – O ex-ministro tem relação de altos e baixos com Lula. Neste momento, está na alta. Foi Mercadante que conseguiu compor um programa básico de governo que contemplou as tendências internas e os partidos aliados.

Jaques Wagner – Amigo de Lula desde a criação do PT, Wagner será ouvido pelo presidente eleito mesmo se preferir ficar no Senado.

Marina Silva – Depois de mais de dez anos rompidos, a relação da deputado federal com Lula foi recosturada no segundo turno. Lula sabe que ela tem um papel importante na recuperação da imagem do Brasil.

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Simone Tebet – A ex-candidata a presidente teve apenas 5% dos votos, mas teve papel importante para quebrar resistências a Lula na classe média. Sem mandato a partir de janeiro, ela prefere um ministério social, e não um da agricultura como imaginam os petistas.

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