Black Friday: Revista em casa a partir de 8,90/semana
Imagem Blog

Thomas Traumann

Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Thomas Traumann é jornalista e consultor de risco político. Foi ministro de Comunicação Social e autor dos livros 'O Pior Emprego do Mundo' (sobre ministros da Fazenda) e 'Biografia do Abismo' (sobre polarização política, em parceria com Felipe Nunes)
Continua após publicidade

Reforma para quê?

Mais importante do que quais os ministérios que o Centrão vai ocupar é entender qual a agenda do governo Lula para o Congresso

Por Thomas Traumann Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 14 Maio 2024, 00h06 - Publicado em 24 jul 2023, 12h21

Poucos assuntos geram tanta agonia em Brasília como as intermináveis negociações sobre reformas ministeriais. O saldo invariavelmente é ruim. Os que ficam se sentem inseguros por terem tido suas fragilidades políticas expostas ao público por semanas. Os que chegam demoraram tanto a entrar que assumem num misto de raiva e sensação de que não foram tratados com o devido respeito. As negociações atuais para a incorporação do Centrão no governo Lula 3 repetem os defeitos das reformas anteriores com uma pergunta nova: afinal qual a agenda de Lula para o Congresso?

Montado às pressas nas vésperas do Natal enquanto parte da equipe negociava a PEC da Transição, que assegurou o orçamento de 2023, o time de Lula 3 é heterogêneo. Passados sete meses apenas três ministros tem uma agenda clara de onde quer chegar, Fernando Haddad na Fazenda, a dupla Mauro Vieira e Celso Amorim nas Relações exteriores e agora Alexandre Padilha na Articulação Política. Não chega a ser surpresa que quase todos os demais se sentem apreensivos sobre a possibilidade de perderem seus cargos.

Grosso modo, o governo Lula tem entre 180 e 200 dos 513 votos na Câmara dos Deputados. É o suficiente para impedir qualquer iniciativa de impeachment. E só. Todo projeto, mesmo a burocrática medida provisória de criação de ministérios, precisou ser negociado um a um, num processo de desgaste que não se resolveu com o empenho de mais de R$ 7 bilhões de emendas parlamentares.

Nas contas dos articuladores do Planalto, a chegada dos deputados Celso Sabino, do União Brasil, Silvio Costa Filho, do Republicanos, e André Fufuca, do Progressistas, entregaria mais 80 votos ao governo, garantindo uma maioria estável. Mais importante do que quais os ministérios que o Centrão vai ocupar, no entanto, é entender qual a agenda do governo Lula para o Congresso.

Há agendas importantes em estudo no governo _ a regulação dos créditos de carbono, a revisão da reforma do ensino médio, a reformulação da política de armas…-, mas o principal se resume em aumentar a arrecadação para, ao mesmo tempo, manter o atual nível de gastos sociais e cumprir promessa do arcabouço fiscal é de zerar o déficit primário em 2024.

Continua após a publicidade

Sem um aumento na carga tributária não há como o Orçamento de 2024, que o Ministério do Planejamento, envia ao Congresso em 30 de agosto ficar de pé.

Em agosto, Haddad inicia a espinhosa batalha para convencer deputados e senadores a aprovarem um aumento de impostos. Na primeira fase serão propostas taxas mais altas para os Fundos Exclusivos, Juros sobre Capital Próprio e fundos off-shore (a MP sobre o assunto será substituída). São medidas que atingem o bolso de investidores ricos, entre eles os próprios senadores e deputados.

Provavelmente em outubro será enviada a proposta de reforma de renda, que projeta aumentar a isenção de imposto de renda para todos que ganham até R$ 5 mil em troca da taxação da distribuição de dividendos das empresas, outro tema que o Congresso refugou em aprovar sob presidentes mais afinados ideologicamente com o Centrão, Michel Temer e Jair Bolsonaro.

Atrair o Centrão para o governo Lula, portanto, não é uma vaidade do governo, mas parte de um plano para combinar duas variáveis que raramente se cruzam, gastos sociais e responsabilidade fiscal. Se Lula conseguir que Arthur Lira e parte do Centrão aceite essa agenda, três, seis ou dez ministérios vão parecer uma pechincha.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Semana Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

Apenas 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

a partir de 35,60/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.