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Thomas Traumann

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Thomas Traumann é jornalista e consultor de risco político. Foi ministro de Comunicação Social e autor dos livros 'O Pior Emprego do Mundo' (sobre ministros da Fazenda) e 'Biografia do Abismo' (sobre polarização política, em parceria com Felipe Nunes)
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Por que Bolsonaro não cresce nas pesquisas

Reajuste do Auxílio Brasil e manifestações de 7 de Setembro não escondem a principal fragilidade da campanha presidencial

Por Thomas Traumann Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 16 set 2022, 12h43

Jair Bolsonaro já tentou todo o manual eleitoral para aumentar seus índices nas pesquisas.

– Fez o Congresso aprovar uma renúncia fiscal irresponsável para tirar dinheiros dos Estados e reduzir o preço da gasolina;

– Às vésperas da eleição, reajustou Auxílio Brasil para R$ 600;

– Aumentou de 18 milhões para quase 21 milhões o número de famílias do Auxílio Brasil

– Permitiu que essas famílias tomem dinheiro emprestado dando o Auxílio Brasil como garantia

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– Criou um vale para taxistas e outro para caminhoneiros

– Mudou a legislação para permitir propaganda do governo durante a campanha

– Espremeu as contas para liberar R$ 8 bilhões extras em emendas do Orçamento Secreto para os deputados amigos

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– Transformou os festejos do 7 de Setembro no maior comício eleitoral da campanha

E? E nada. Bolsonaro não sai do lugar nas pesquisas. No novo Datafolha, Lula tem os mesmos 45% das intenções de voto de três semanas atrás. Bolsonaro oscilou 1 ponto percentual para baixo e tem 33%. Na margem de erro, Lula e Bolsonaro estão estacionados desde 16 de agosto. A diferença nas pesquisa é sobre qual o tamanho da vantagem de Lula, não sobre a possibilidade de Bolsonaro vencer.

Faltando duas semanas para o primeiro turno e seis para o segundo, a única ideia que o comitê de Bolsonaro teve foi aumentar a porradaria contra Lula. Na sua última propaganda de TV, Bolsonaro coloca uma apresentadora para afirmar que “a maior mentira da campanha é dizer que Lula foi inocentado dos processo das Lava Jato”. Em outro spot de 30 segundos, a campanha edita uma fala do petita para afirmar que Lula “defende ladrões”. Em um terceiro, os filhos de Lula são chamados de corruptos. É improvável que dê certo porque quem acha que as denúncias da Lava Jato são motivo para votar em Bolsonaro já está fazendo isso. Esses comerciais não ganham um voto novo.

Qual o problema? O próprio Bolsonaro. Segundo o Datafolha, 53% dos eleitores não votam em Bolsonaro de jeito algum, 51% dizem nunca confiar no que diz o presidente. Entre as mulheres, 54% apontam Bolsonaro como o candidato que mais ataca as mulheres. O Datafolha registrou que 40% acham que Bolsonaro é o candidato que mais mente na campanha. Reajuste do Auxílio Brasil e manifestações de 7 de Setembro não escondem a principal fragilidade da campanha presidencial: o candidato.

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