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Thomas Traumann

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Thomas Traumann é jornalista e consultor de risco político. Foi ministro de Comunicação Social e autor dos livros 'O Pior Emprego do Mundo' (sobre ministros da Fazenda) e 'Biografia do Abismo' (sobre polarização política, em parceria com Felipe Nunes)

O dono do tempo

Com os erros da Câmara, Davi Alcolumbre se torna o político mais poderoso do país

Por Thomas Traumann Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 24 set 2025, 15h23 - Publicado em 22 set 2025, 16h42

Nem Lula, nem Bolsonaro ou Alexandre de Moraes. A personalidade mais poderosa do Brasil hoje é o presidente do Senado, Davi Alcolumbre.

É dele a decisão de quando o Senado irá votar o projeto da anistia de Bolsonaro, a vergonhosa blindagem dos políticos, se a isenção do imposto de renda até R$ 5 mil vai valer para o ano que vem e quem será o novo ministro do Turismo. Com a incrível sequência de medidas impopulares da Câmara, Alcolumbre é o dono do tempo de Brasília.

Normalmente afável e bem-humorado, Alcolumbre perdeu a paciência com a chantagem do deputado Eduardo Bolsonaro, que semana sim, semana também ameaça incluí-lo nas sanções da Lei Magnitsky por não apoiar o perdão para o pai. “Não dá para aguentar essas agressões calado. Ver um deputado federal, do Brasil, eleito pelo povo de São Paulo, lá nos Estados Unidos, instigando um país contra o meu país”, afirmou, batendo na mesa do plenário do Senado para reforçar a sua irritação.

A impaciência de Alcolumbre com o motim bolsonarista dá o tom da sua pouca disposição com a anistia de Bolsonaro, que tem hoje em torno de 35 votos no Senado. Depois das manifestações de domingo, a PEC da Blindagem tem poucos apoiadores públicos e pode ser enterrada ainda nesta semana.

Herdeiro de uma família que cresceu na política na sombra de José Sarney, Alcolumbre é o primeiro senador do Amapá que nasceu no Estado. Um tio dá nome ao aeroporto de Macapá, outro é dono da retransmissora da TV Bandeirantes e um terceiro parente chefia o SBT.

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Esquecido, Alcolumbre não declarou nenhum patrimônio nas eleições para deputado federal em 2002, 2006, 2010 e 2012, embora tivesse registrado vários imóveis no seu nome. Quando chegou ao Senado com apenas 37 anos, na vaga que por décadas foi do próprio Sarney, Alcolumbre melhorou a memória.

Político de um estado desimportante, Alcolumbre foi alçado à fama em 2019, quando o então ministro da Casa Civil de Bolsonaro, Onyx Lorenzoni bancou sua candidatura a presidente do Senado como símbolo da renovação contra a velha de política representante por Renan Calheiros. Lorenzoni achou que poderia controlar o jovem senador. Errou.

Na presidência, de fato, Alcolumbre não criou problemas para Bolsonaro, mas também não colocou para votar os vários pedidos de impeachment de ministros do STF. Fez o sucessor, o senador Rodrigo Pacheco, e saiu do cargo muito maior que entrou. Ex-vereador de Macapá, Alcolumbre era constantemente acusado de ser um ‘vereador federal’ com sua atenção às emendas parlamentares. Bobagem. Alcolumbre é um político da vida real, da mesma linhagem dos decanos Renan Calheiros, Jader Barbalho e Eduardo Braga.

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Com a volta de Lula da Silva à Presidência, Alcolumbre virou um condestável da República. Ele ajudou o então presidente eleito a aprovar ainda antes da posse um novo orçamento e indicou os ministros da Integração Regional e Comunicações.

Pela sua composição igualitária, o Senado é a casa da conversa. Quem tenta impor sua vontade, como Antônio Carlos Magalhães, sobrevive por pouco tempo. Quem tenta jogar para as redes sociais _ como os bolsonaristas _ ganha likes, mas não aprova nada. Quem toca o Senado é quem sabe compor.

Em fevereiro deste ano, Alcolumbre voltou à presidência do Senado com o voto de 73 dos 81 senadores. Para ter tanto apoio, joga com todos os lados. Ele ajudou a oposição a aprovar a lei do licenciamento ambiental, a restrição do IOF e o aumento no número de deputados. Com acesso direto a Lula, derrotou a resistência da ministra Marina Silva contra a exploração de petróleo na Amazônia e é a voz mais alta contra a gestão de Alexandre Silveira no Ministério de Minas e Energia. Ao mesmo tempo, impede o debate sobre a anistia de Bolsonaro ou impeachment de ministro do STF e lidera o único feudo do União Brasil que vai apoiar a reeleição de Lula.

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