Black Friday: Revista em casa a partir de 8,90/semana
Imagem Blog

Thomas Traumann

Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Thomas Traumann é jornalista e consultor de risco político. Foi ministro de Comunicação Social e autor dos livros 'O Pior Emprego do Mundo' (sobre ministros da Fazenda) e 'Biografia do Abismo' (sobre polarização política, em parceria com Felipe Nunes)
Continua após publicidade

Macron ataca o custo Bolsonaro

Único setor da economia que segue crescendo, o agro vai experimentar o preço do descontrole ambiental na Amazônia

Por Thomas Traumann Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 12 jan 2021, 18h36 - Publicado em 12 jan 2021, 18h35

Não foi por falta de aviso. O presidente da França, Emmanuel Macron, anunciou nesta terça-feira, 12, que seu país vai liderar uma campanha contra a soja brasileira, criticada erroneamente por ele como resultado do desmatamento na Amazônia. “Continuar a depender da soja brasileira seria apoiar o desmatamento da Amazônia. Nós somos coerentes com nossas ambições ecológicas, estamos lutando para produzir soja na Europa”, afirmou o presidente francês.

Macron errou no varejo e acertou no atacado. A quase totalidade da soja brasileira é produzida legalmente. Dos mais de 33 milhões de hectares de plantio, as estimativas mais pessimistas apontam que em torno de 100 mil hectares são de área desmatada ilegalmente. O problema _ e aí Macron está certo_ é que essa área de plantio onde antes era floresta cresceu 40% desde que Jair Bolsonaro virou presidente.

Mais impactante que a soja na pressão pelo desmatamento é a carne e, por motivos óbvios, a madeira. No caso da carne, a alta de preços no ano passado foi um incentivo direto na abertura de pastagens onde antes havia floresta. Nesses dois casos, o grosso da produção de áreas ilegais vai para abastecer o mercado interno. Quem conhece a Amazônia no chão e não por avião sabe que a pressão por mais madeira nobre vem de São Paulo, não de Paris.

O problema não é a soja. O problema é Bolsonaro. Desde que assumiu, o presidente desmontou a fiscalização ambiental, incentivou fazendeiros e garimpeiros ilegais e transformou qualquer pauta ambientalista em ação de inimigos. Quando a primeira-ministra da Alemanha, Angela Merkel, reclamou, ele reagiu como um moleque de quinta série: “A dona Angela que vá reflorestar a Alemanha”. Quando a Noruega disse que sem uma política ambiental séria iria cancelar o fundo de 1 bilhão de dólares para proteger a Amazônia, Bolsonaro disse que não precisava do dinheiro. Quando Macron criticou o descontrole das queimadas, Bolsonaro disse que o presidente francês tinha tratado o Brasil como colônia.

Agora chegou a hora do troco. Único setor da economia que segue crescendo, o agro vai experimentar o preço do descontrole ambiental na Amazônia. Macron vai financiar o plantio de soja na França e a compra de grãos na África. Em junho, a Europa pretende impor tarifas ambientais, um eufemismo para sobretaxar a soja brasileira. Hoje o Brasil exporta 17 milhões de toneladas de farelo de soja e 1 milhão de toneladas de grãos. A soja corresponde a 13,1% de todas as exportações brasileiras para o continente, seguida do café com 6,4%. Era questão de tempo para a má-criação de Bolsonaro ser punida. O problema é que todos os brasileiros pagarão juntos.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Semana Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

Apenas 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

a partir de 35,60/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.