Avatar do usuário logado
Usuário
OLÁ, Usuário
Ícone de fechar alerta de notificações
Avatar do usuário logado
Usuário

Usuário

email@usuario.com.br
Resoluções Ano Novo: VEJA por apenas 5,99
Imagem Blog

Thomas Traumann

Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Thomas Traumann é jornalista e consultor de risco político. Foi ministro de Comunicação Social e autor dos livros 'O Pior Emprego do Mundo' (sobre ministros da Fazenda) e 'Biografia do Abismo' (sobre polarização política, em parceria com Felipe Nunes)

As fardas manchadas

Escândalo das compras de Viagra mostra que as Forças Armadas foram arrastadas para o projeto de reeleição do presidente

Por Thomas Traumann Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 19 abr 2022, 11h37 • Atualizado em 19 abr 2022, 19h31
  • A imagem das Forças Armadas está tão vinculada à do presidente Jair Bolsonaro que é virtualmente impossível projetar a campanha eleitoral sem levar em conta o comportamento dos militares. A ameaça de uma versão brasileira do 6 de janeiro, só que com apoio militar, é um fantasma que vai assombrar a campanha até o final. Mas não é só. Sob Bolsonaro, os militares ganharam vantagens financeiras que nunca tiveram na democracia.

    Bolsonaro aparelhou a administração com mais de 7 mil militares, três vezes mais do que no governo Temer. “Eles precisam voltar para os quartéis”, disse no domingo (17/04) ao jornal Correio Braziliense a economista Zeina Latif, uma das porta-vozes da campanha Doria. Os candidatos Lula da Silva e Ciro Gomes já declararam que, caso eleitos, afastarão os militares das funções civis.

    Na semana passada, as FFAA foram ridicularizadas pela revelação da compra de 35 mil comprimidos de Viagra a preços 140% acima dos de mercado. Na explicação oficial do Ministério da Defesa, os remédios serviriam para pacientes com hipertensão pulmonar arterial. Ninguém acreditou. Perguntado, o vice-presidente general Hamilton Mourão virou chacota ao justificar a compra com a piada “o que são 35 mil comprimidos para 110 mil velhinhos?”, citando o número de militares reformados.

    Mesmo em outras crises do governo Bolsonaro, como a desastrosa gestão do general Eduardo Pazuello no combate à Covid, as Forças Armadas não haviam sido alvo de tantos ataques quanto com a compra de Viagra.

    A responsabilidade é dos próprios militares. Parte da reação política à compra dos Viagras ocorre porque o ex-ministro da Defesa, general Walter Braga Neto, quer ser o candidato a vice-presidente de Bolsonaro. Os partidos aliados a Bolsonaro farão o que for necessário para substituir Braga Neto por um político do Centrão. Como a escolha formal só ocorre na primeira semana de agosto, serão meses de novos episódios para desgastar o general e, por consequência, todas as FFAA.

    Continua após a publicidade

    A disputa entre os generais e os políticos do Centrão é evidente. No mês passado, o Centrão conseguiu derrubar o presidente da Petrobras, general Luna e Silva, e só não conseguiu nomear o substituto pelos conflitos de interesses dos dois indicados. Sob Bolsonaro, o Exército – mais que as outras forças – se transformou em um comitê eleitoral. O departamento de cibersegurança do Exército é a principal fonte do bolsonarismo para instigar seus eleitores com dúvidas sobre a segurança das urnas eletrônicas, o pretexto que o bolsonarismo prepara para usar no caso de derrota nas eleições de outubro.

    As FFAA não são monolíticas. Embora a grande maioria dos oficiais defenda a reeleição de Bolsonaro, parte incentivou a fracassada candidatura de Sergio Moro e ainda espera que surja um novo nome como alternativa ao presidente. Estar ao lado de Bolsonaro, não implica que as FFAA estejam conspirando contra a democracia, mas que estão emprestando a sua imagem a serviço do presidente. Se ele perder, as FFAA perdem também. Ter uma organização armada ressentida é contratar problemas para o futuro.

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    RESOLUÇÕES ANO NOVO

    Digital Completo

    A notícia em tempo real na palma da sua mão!
    Chega de esperar! Informação quente, direto da fonte, onde você estiver.
    De: R$ 16,90/mês Apenas R$ 1,99/mês
    RESOLUÇÕES ANO NOVO

    Revista em Casa + Digital Completo

    Receba 4 revistas de Veja no mês, além de todos os benefícios do plano Digital Completo (cada revista sai por menos de R$ 7,50)
    De: R$ 55,90/mês
    A partir de R$ 29,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$23,88, equivalente a R$1,99/mês.