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Thomas Traumann é jornalista e consultor de risco político. Foi ministro de Comunicação Social e autor dos livros 'O Pior Emprego do Mundo' (sobre ministros da Fazenda) e 'Biografia do Abismo' (sobre polarização política, em parceria com Felipe Nunes)
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A transição começou, mas o bolsonarismo não reconheceu a derrota

Discurso do presidente foi compreendido como incentivo a manifestações fora das estradas

Por Thomas Traumann Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 1 nov 2022, 19h56 - Publicado em 1 nov 2022, 19h54

Pode se compreender o ambíguo discurso de pouco mais de dois minutos de Jair Bolsonaro nesta terça-feira, 1, como se quiser. O Supremo Tribunal Federal saudou o discurso por “determinar o início da transição” e “garantir o direito de ir e vir em relação aos bloqueios”, as manifestações ilegais de eleitores de Bolsonaro que interditaram estradas em vinte Estados.

De fato, o presidente afirmou que “os nossos métodos não podem ser os da esquerda, que sempre prejudicaram a população, como invasão de propriedades, destruição de patrimônio e cerceamento do direito de ir e vir”. Ao mesmo tempo, afirmou que “as manifestações pacíficas sempre serão bem-vindas” e que as interdições iniciadas no domingo à noite depois que Lula da Silva foi declarado vencedor das eleições “são fruto de indignação e sentimento de injustiça de como se deu o processo eleitoral”.

Também é fato que o presidente autorizou o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, a iniciar o processo de transição formal para o futuro governo Lula. Ao mesmo tempo, Bolsonaro no discurso lido no Palácio do Alvorada não reconheceu a derrota, nem citou o nome de Lula.

É como se houvesse dois Bolsonaros. O chefe de governo reconhece a derrota. O líder político incentiva novos protestos, só que sem interdições de estradas.

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Foi assim que os bolsonaristas entenderam o discurso: “O presidente deixou claro que as manifestações se deram pela indignação e injustiças do processo eleitoral. Devem ser respeitadas, desde que sejam pacíficas e não se igualem aos métodos da esquerda. Além de que a oposição não jogou dentro das quatro linhas”, escreveu o youtuber bolsonarista Nikolas Ferreira, o deputado mais votado no Brasil. O mesmo raciocínio foi repetido nos grupos bolsonaristas de Whatsapp e Telegram: Bolsonaro está incentivando protestos desde que sem confronto com a polícia.

Desde o início da campanha, o presidente deu indícios de que não aceitaria uma derrota, numa imitação do que fez Donald Trump ao perder a eleição nos EUA. Em março de 2021, em uma entrevista ao Estadão, o filho 03 do presidente, deputado Eduardo Bolsonaro, condenou a falta de planejamento dos grupos que tentavam o golpe nos EUA. “Foi um movimento desorganizado. Foi lamentável. Ninguém desejava que isso ocorresse. Se fosse organizada, teriam tomado o Capitólio e feito reivindicações que já estariam previamente estabelecidas pelo grupo invasor. Eles teriam um poder bélico mínimo para não morrer ninguém, matar todos os policiais lá dentro ou os congressistas que eles tanto odeiam”, analisou Eduardo.

Lula é o presidente eleito e a transição para o novo governo está em andamento. Mas o capítulo final da derrota bolsonarista não se encerrou.

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