Spartacus Retorna para sua Segunda Temporada
A série estreou em 2010 dando ao Starz sua maior audiência até hoje. Com “Spartacus“, o pequeno canal a cabo entrou para o ‘mapa televisivo’ dos EUA, atraindo o interesse da mídia. Já renovada para sua terceira, “Spartacus” estreia os episódios da segunda temporada esta noite nos EUA. No Brasil, os novos episódios estreiam pela […]

A série estreou em 2010 dando ao Starz sua maior audiência até hoje. Com “Spartacus“, o pequeno canal a cabo entrou para o ‘mapa televisivo’ dos EUA, atraindo o interesse da mídia. Já renovada para sua terceira, “Spartacus” estreia os episódios da segunda temporada esta noite nos EUA. No Brasil, os novos episódios estreiam pela Globosat HD no dia 10 de março, às 22h.
Explorando cenas de violência e sexo, que são emendadas com a história de Spartacus, um guerreiro capturado e vendido como escravo, que se torna gladiador e posteriormente líder de uma revolta, a série traz um ambiente interessante que faz um retrato dos hábitos e cultura da sociedade da época, bem como do linguajar.
Com heróis e vilões distintamente separados, representando classes sociais, a série narrou em sua primeira temporada a trajetória de Spartacus, finalizando com o início da revolta. Em seguida, a produção ofereceu uma minissérie prelúdio, na qual o telespectador acompanha a história da Casa de Batiatus, local que serviu de cenário para a primeira temporada.
A novidade é a estreia de Liam McIntyre interpretando Spartacus, personagem que assumiu com o afastamento, e consequente morte, do ator Andy Whitifield. Em entrevista coletiva organizada pelo canal Starz, Liam, Lucy Lawless, Craig Parker e Steven S. DeKnight, criador e produtor de “Spartacus”, falaram sobre esta transição e o que o público deve esperar da série em sua nova fase.
Pergunta: Vocês chegaram a considerar o cancelamento da série depois que Andy foi diagnosticado com Linfoma?
Steven S. DeKnight (criador/produtor): Sim, discutimos se deveríamos encerrar a produção. Primeiro aguardamos pelo prognóstico e quando soubemos que as chances de recuperação eram boas, decidimos produzir a minissérie prelúdio (Gods of the Arena) para dar a Andy a chance de se recuperar. Durante a produção, ele foi liberado pelo médico, mas quando estávamos encerrando as filmagens da minissérie, soubemos que o câncer tinha voltado. Então ele tomou a decisão de se afastar em definitivo da série para se concentrar no tratamento. Ele sabia que estávamos questionando se deveríamos continuar ou não com a produção, por isso ele nos deu sua benção para que pudéssemos substituí-lo. Para mim, este foi o fator decisivo para que continuássemos. De certa forma, continuamos para poder honrar a memória de Andy, já que isto era o que ele queria. Espero que tenhamos conseguido alcançar um resultado com o qual ele ficaria feliz.
Pergunta: Qual seria o paralelo entre a série “Spartacus” e os dias de hoje?
Liam McIntire (Spartacus): Basicamente a série fala sobre a classe trabalhadora que é explorada. Nos dias de hoje, a escravidão que existia em Roma é representada pela escravidão econômica. E o que vemos na série é o que está ocorrendo com a Wall Street ocupada e a Primavera Árabe: a classe operária e oprimida se levantando e dizendo ‘basta’.
Steven S. DeKnight (criador/produtor) – Quando comecei a escrever a série, me inspirei na obra de William Shakespeare. O desenvolvimento de personagens tem muita influência dele, em especial o personagem Ashur, que é brilhantemente interpretado por Nick Tarabay. Eu o criei à imagem de Iago, de “Otelo”, e de Aaron, de “Titus Andronicus”. Estas foram minhas maiores influências. Se você der uma lida em Shakespeare, verá as influências do drama operístico.
Pergunta: Lucrécia sobreviveu ao massacre. De que forma e como ela irá se posicionar na trama?
Lucy Lawless (Lucrécia): Ao longo da temporada o público saberá como Lucrécia sobreviveu. Ela teve uma pequena ajuda e alguém fez um ótimo trabalho para que ela pudesse se recuperar. Mas agora ela perdeu tudo pelo que lutou, além de ter ‘perdido a cabeça’. Agora sem o marido, os amigos ou a sua casa, ela precisa recuperar sua posição na sociedade. Esta será uma jornada muito difícil, mas posso dizer que, no final, os sonhos de Lucrécia se tornarão realidade. Ela tem o sentimento de vingança em relação a Crixus, que lhe tirou seu bebê, a Spartacus, que matou seu homem, e em relação a Ilithyia, responsável em aprisionar todos no salão, o que proporcionou o massacre.
Steven S. DeKnight (criador/produtor): Muitas pessoas ficaram em dúvida se deveríamos utilizar o termo ‘Vingança’ no título, já que não traz uma conotação heróica, mas negativa. Mas acho que o termo se enquadra perfeitamente na relação entre os romanos e os rebeldes. Então, apesar de negativo, é um sentimento que movimenta o personagem, levando-o a enfrentar problemas. Ele faz uma trajetória tortuosa, da qual ele é obrigado a sair. Ele precisa deixar de lado essa sede de vingança para poder se concentrar no bem maior.
Craig Parker (Glaber): Ninguém assistiria a série se o título fosse “Spartacus: Feliz e Amável”.
Pergunta: Em sua opinião, de que forma “Spartacus” desafia a produção televisiva dos dias de hoje?
Steven S. DeKnight (criador/produtor): Existe um sentimento de ‘ame-o ou deixe-o’ em relação à série. Mas, independentemente disso, não há nada como ela na TV. Fizemos uma escolha consciente de explorar o extremo a cada episódio, para poder narrar uma história sangrenta e sensual da forma que acreditamos que precisa ser contada. Não nos preocupamos se fomos muito longe ou como as pessoas reagirão. Eu e meu colega, o brilhante Rob Tapert, queremos contar a história à nossa maneira. Se esta história exige que castremos e crucifiquemos uma pessoa, então nós castramos e crucificamos o sujeito e depois vemos o que acontece. Somos grandes fãs de Zack Snyder e do que ele fez em “300”, a forma como ele forçou os limites. Desde o início queríamos ver se conseguiríamos fazer na TV o que ele fez no cinema. Felizmente, para nós, descobri que Snyder é um grande fã da série e que aprecia o fato de que estamos mantendo sua estética viva. Um amigo me mandou uma foto dele vestindo uma camiseta de Spartacus, o que foi bem animador.
Pergunta: Poderia nos dizer de que forma vocês conseguem fazer com que o sangue mostrado na tela pareça tão gráfico?
Steven S. DeKnight (criador/produtor): Sei que muitos pensam que ele é feito em CGI, mas não é. Temos uma câmera phantom digital que filma em super definição. O que nós fazemos é basicamente encher balões de sangue falso, que explodem com as espadas. Filmamos contra um fundo verde. Depois usamos CGI para conduzir o sangue para o local que queremos.
Pergunta: Em termos de produção, é difícil manter a qualidade da primeira temporada?
Steven S. DeKnight (criador/produtor): Esta nova temporada foi um grande desafio, já que não estamos mais na Casa de Batiatus. Temos um espaço muito maior. A maior parte das filmagens ainda são feitas em cenários com fundo verde. Tudo o que o público vê nos cenários precisa ser construído, seja uma estrada, uma montanha ou uma floresta. O CGI é o nosso pano de fundo, não o utilizamos nos cenários em que os atores estão. Com a história saindo da Casa, temos que construir cada cenário, o que é um desafio. A segunda temporada é mais épica que a primeira.
Craig Parker (Glaber): A cada episódio os produtores querem fazer algo mais incrível, mais obsceno, mais sangrento, mais sexy, mais violento, mais interessante. E todos que trabalham na série estão envolvidos com a história.
Pergunta: Em termos de história, quem será o grande vilão da trama?
Steven S. DeKnight (criador/produtor): Glaber, interpretado pelo incrível Craig Parker, apareceu em apenas dois episódios no início da série. Mas nossa intenção sempre foi trazê-lo de volta. Historicamente, ele foi a primeira pessoa que o Império Romano enviou para caçar Spartacus. Com os atrasos na produção, temíamos que não pudéssemos consegui-lo, mas por sorte ele estava disponível. Então, respondendo a pergunta, Glaber será o principal vilão desta temporada, o que ele faz magnificamente.
A segunda temporada de “Spartacus: Vengeance” terá 10 episódios. Os títulos são: Fugitivus, A Place in this World, The Greater Good, Empty Hands, Libertus, Chosen Path, Sacramentum, Balance, Monsters e Wrath of the Gods.
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