Notas de falecimentos – Julho 2016

Gloria DeHaven (1925-2016)

Atriz convidada de séries produzidas entre as décadas de 1950 e 1980, Gloria DeHaven faleceu no dia 30 de julho, aos 91 anos de idade, vítima de causas naturais.

Gloria Mildred DeHaven nasceu no dia 23 de julho de 1925, em Los Angeles, filha do diretor e ator Carter DeHaven e da atriz Flora Parker DeHaven, que fizeram carreira no vaudeville. Acompanhando seus pais nas turnês que eles faziam, Gloria iniciou sua carreira artística ainda criança.

Em 1936, ela estreou no cinema com o filme Tempos Modernos, de Charles Chaplin, no qual seu pai atuou como assistente de diretor. Ao longo das décadas de 1940 e 1950, ela construiu uma carreira no cinema, geralmente fazendo papel de coadjuvante.

A atriz chegou na TV em 1951, fazendo participações em teleteatros e séries. Ao longo de sua carreira, ela foi vista em episódios de O Homem do Rifle, Johnny Ringo, A Caravana, Aventuras no Paraíso, Os Defensores, A Lei de Burke, The Lloyd Bridges Show, Flipper, Mannix, Owen Marshall, Marcus Welby, Gunsmoke, Quincy, Os Novos Centuriões/Police Story, Xerife Lobo, As Aventuras de B.J., Quarto Escuro/Darkroom, Ilha da Fantasia, Casal 20, O Barco do Amor, O Homem que Veio do Céu, Assassinato por Escrito e O Toque de um Anjo.

Gloria e Ricardo Montalbán em ‘A Ilha da Fantasia’ (Foto: ABC/Arquivo)

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Em 1974, ela integrou o elenco de Nakia, série que acompanhou as aventuras do Xerife Nakia Parker (Robert Forster), um índio Navajo que patrulhava as ruas de Concord, no interior do Novo México. Gloria interpretou sua secretária, Irene. Entre 1976 e 1977, ela teve participações recorrentes na segunda temporada da comédia Mary Hartman, Mary Hartman, uma sátira às novelas americanas e ao estilo de vida das donas de casa. Gloria interpretou Annie Wylie, uma bissexual que tinha um caso com o marido da protagonista. A atriz também esteve no elenco da novela Ryan’s Hope, produzida entre 1973 e 1989. Gloria fez participações recorrentes entre 1983 e 1985.

Gloria DeHaven em 2011 (Foto: Mark Sullivan/WireImage)

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Em paralelo a sua carreira no cinema e na TV, Gloria também atuou profissionalmente no teatro, entre 1955 e  1968. Nas décadas de 1980 e 1990, Gloria também fez carreira como cantora, apresentando-se em clubes noturnos de Nova Iorque.

A atriz foi casada três vezes. Em 1944, ela se casou com o ator John Payne, com quem teve dois filhos, Thomas Payne e Kathleen Hope Payne. A união terminou em divórcio em 1950. Em 1953, ela se casou com Martin Kimmel, um investidor do ramo imobiliário. O casamento também terminou em divórcio, um ano depois. Em 1957, ela se casou com Richard Fincher, um negociante de automóveis que entrou para a política no estado da Flórida. O casal teve dois filhos, Faith Fincher-Finkelstein e Herry Fincher (que chegou a atuar com o nome de Richard DeHaven) antes de se divorciar em 1963. Em 1965, eles se reconciliaram, mas se separaram novamente em 1970.

Joe Napolitano (1948-2016)

Diretor de séries produzidas entre as décadas de 1990 e 2000, Joe Napolitano faleceu no dia 23 de julho, aos 67 anos de idade, vítima de câncer.

Nascido Joseph Ralph Napolitano em 22 de novembro de 1948, em Nova Iorque, iniciou carreira na TV como diretor de produção na série documental The Big Blue Marble, a qual acompanhou as manifestações culturais de jovens de diversos países, entre 1974 e 1977.

Ao longo da década de 1980, Napolitano atuou como diretor assistente de filmes como Scarface, Dublê de Corpo, Os Intocáveis,  Jogue a Mamãe do Trem, De Médico e Louco Todo Mundo tem um Pouco e O Tiro que não Saiu Pela Culatra, entre outros.

‘Contratempos/Quantum Leap’ (Foto: NBC/Arquivo)

Na década de 1990, ele passou a atuar como diretor, assinando episódios de diversas séries produzidas entre este período e a década seguinte.

‘Strong Medicine’ (Foto: Lifetime/Arquivo)

Entre elas, Northern Exposure, Seaquest DSV, Class of ’96, The Adventures of Brisco County Jr., Arquivo X, M.A.N.T.I.S., Chicago Hope, Terra 2, Picket Fences, Murder One, Viper, O Desafio, JAG, Ally McBeal, The Pretender, Martial Law, Snoops, Dawson’s Creek, Bones, Cashmere Mafia e The Disctrict.

Entre 1990 e 1992, Napolitano dirigiu doze episódios da série Contratempos/Quantum Leap, incluindo os clássicos The Leap Home, parte 1, no qual Sam Beckett (Scott Bakula), um viajante do tempo, volta para casa no período de sua adolescência; e Shock Theater, no qual Sam se vê preso em um hospital psiquiátrico.

Entre 2000 e 2006, Napolitano dirigiu quatorze episódios de Strong Medicine, série sobre os trabalhos de médicas em uma clínica especializada em tratamento de mulheres.

Napolitano em foto mais recente (Foto via Los Angeles Times)

Além de diretor, Napolitano também era um astrônomo ativo dentro desta comunidade.

Ele era casado com Elizabeth Gast Napolitano, com quem teve dois filhos, Michael Napolitano e Grace Napolitano. Para pagar as despesas médicas que não são cobertas pelo seguro, a família criou um fundo para o qual fãs e amigos podem fazer doações.

John McMartin em 1971 (Foto: ABC/Arquivo)

John McMartin (1929-2016)

Ator convidado de séries produzidas entre as décadas de 1960 e 2010, John McMartin faleceu no dia 6 de julho, aos 86 anos de idade, vítima de câncer.

John Francis McMartin nasceu no dia 21 de agosto de 1929, em Indiana, mas foi criado no estado de Minnesota. Serviu o exército como pára-quedista antes de iniciar sua carreira de ator no teatro de Nova Iorque.

Ele estreou na TV em 1956, fazendo participação na novela As the World Turns. Ao longo de sua carreira, ele fez diversas participações especiais em episódios de séries.

Entre elas, East Side/West Side, As Enfermeiras, Judd, Medical Center, Marcus Welby, A Família Dó-Ré-Mi, Havaí 5-0, O Jogo Perigoso do Amor/Love American Style, Cannon, Harry O, Phillis, Arquivo Confidencial/The Rockford Files, Mary Tyler Moore, Casal 20/Hart To Hart, Magnum, As Super Gatas/The Golden Girls, A Bela e a Fera, Cheers, Assassinato por Escrito, Sisters, Coach, Falcon Crest, O Toque de um Anjo/Touched By an Angel, Spin City, Frasier, Oz, Lei & Ordem e Unbreakable Kimmy Schmidt.

(E-D) Carl Betz (já falecido) e John em cena de ‘Judd’ (Foto: ABC/Arquivo)

John e Shirley Jones em ‘A Família Dó-Ré-Mi’ (Foto: ABC/Arquivo)

O ator também esteve na minissérie canadense Further Tales of The City, segunda sequência de Tales of The City, de 1993, que por sua vez era uma adaptação da obra de Armistead Maupin. A história acompanha a trajetória de diversos personagens que vivem em São Francisco.

No cinema, ele foi visto em filmes como Charity Meu Amor/Sweet Charity, Todos os Homens do Presidente, Brubaker, Quem é Essa Garota, Perigosamente Juntos e Kinsey. Mas foi no teatro que McMartin se estabeleceu, atuando em diversas montagens on e off-Broadway, incluindo os musicais Sweet Charity, Show Boat, Into the Woods, Kismet, High Society e Follies.

John McMartin em 2014 (Foto: Walter McBride/WireImage)

O último trabalho de McMartin no teatro foi na montagem de All the Way, ao lado de Bryan Cranston (Breaking Bad), em 2014, na Georgia, na qual interpretou o Senador Richard Russell. Esta produção ganhou uma versão televisiva que disputou o Emmy de Melhor Telefilme.

Em 1960, ele se casou com a produtora teatral Cynthia Baer, com quem teve duas filhas, a atriz Kathleen Alice McMartin e a produtora e roteirista Susan Helen McMartin (Mom, Two and a Half Men). O casamento terminou em divórcio em 1971. Nas últimas décadas, ele vivia com Charlotte Moore, diretora artística do Irish Repertory Theater.

Lisa Gaye na década de 1950. (Foto: John Springer Collection)

Lisa Gaye (1935-2016)

Atriz convidada de séries produzidas entre as décadas de 1950 e 1960, Lisa Gaye faleceu no dia 14 de julho, aos 81 anos de idade. A causa da morte não foi divulgada.

Lisa Gaye Griffith nasceu no dia 6 de março de 1935, em Denver, Colorado. Sua mãe, Margaret Griffith desejava ver os filhos no cinema. Assim, a família se mudou para Hollywood, onde as irmãs de Lisa, as atrizes Teala Loring (falecida em 2007) e Debra Paget, bem como o irmão Frank Griffith (maquiador que iniciou carreira artística como ator sob o nome de Reull Shayne), assinaram contratos com estúdios de cinema.

Lisa e Clint Walker em ‘Cheyenne’ (Foto: ABC/Arquivo)

Lisa seguiu seus passos, iniciando carreira artística aos sete anos de idade, no teatro. Sua estreia no cinema ocorreu em 1953, quando o produtor Arthur Gardner a recomendou para o estúdio Universal.

No ano seguinte, ela fez pequenas participações em vários filmes, entre eles, Música e Lágrimas. Mas foi na TV que ela conseguiu se estabelecer, fazendo participações em séries a partir de 1955.

Ao longo de sua carreira, ela foi vista em episódios de The George Burns and Gracie Allen Show, As Aventuras de Jim Bowie, Zorro, O Paladino da Justiça, Mike Hammer, The Californians, Black Saddle, Colt 45, Aventura Submarina, Sugarfoot, Mr. Lucky, Cheyenne, Wanted: Dead or Alive, Rawhide, Xeque-Mate, Maverick, A Caravana, Aventuras no Paraíso, Bat Masterson, Laramie, Bronco, Surfside 6, Hawaiian Eye, 77 Sunset Strip, My Living Doll, Mister Roberts, A Lei de Burke, Perry Mason, Hank, Túnel do Tempo, Agente 86, James West, Histórias do Velho Oeste/Death Valley Days, Jeannie é um Gênio, A Noviça Voadora e Mod Squad, entre outras.

Lisa em cena de ‘Zorro’ (Foto: ABC/Arquivo)

Lisa na década de 1980. (Foto: Reprodução)

Lisa integrou o elenco regular de uma única série, How To Marry a Millionaire, versão televisiva do filme Como Agarrar um Milionário. Ela substituiu Lori Nelson, que deixou o elenco na segunda temporada, interpretando uma personagem diferente.

Em 1955, ela se casou com o empresário Bently Clyde Ware, com quem teve uma filha, Lisa Janell Ware. Bently faleceu em 1977, aos 49 anos de idade, vítima de ataque cardíaco. Em 1988, Lisa se mudou para o Texas, onde viveu até a sua morte.

No início da década de 1970, deixou a carreira para cuidar da filha. Nesta época se envolveu com a igreja e passou a dedicar seu tempo livre a obras assistenciais cristãs.

Norman Abbott (Foto via Variety)

Norman Abbott (1922-2016)

Diretor de sitcoms produzidas entre as décadas de 1950 e 1970, Norman Abbott faleceu no dia 9 de julho, aos 93 anos de idade, de causas naturais.

Nascido no dia 11 de julho de 1922, em Nova Iorque, Norman foi criado por sua mãe e seu tio, o comediante Bud Abbott, da dupla Abbott e Costello. Depois de servir na Marinha durante a 2ª Guerra Mundial, Norman voltou para os EUA, onde foi encorajado por seu tio a entrar na indústria do entretenimento.

Em início de carreira, ele foi o stand-in do tio Bud em alguns de seus filmes produzidos na década de 1940, nos quais também atuou como figurante e diretor de diálogos. Mais tarde, arranjou um emprego de anunciante no programa de rádio The Colgate Family Hour e  como diretor de palco na série de TV I Love Lucy.

No final da década de 1950, ele iniciou sua carreira de diretor de teleteatros e humorísticos. Ao longo de sua carreira, ele se especializou em dirigir episódios de sitcoms, entre elas, O Pimentinha, Beaver/Leave it to Beaver, I’m Dickens, He’s Fenster, A Marinha de McHale/McHale’s Navy, Agente 86/Get Smart, Papai Sabe Tudo/Father Knows Best, O Jogo Perigoso do Amor/Love American Style, The Brady Bunch, Nanny/Nanny and the Professor, The Ghost Busters, Sanford & Son, Operation Peticoat, Os Monstros, Welcome Back Kotter e Alice.

Norman Abbott em 2015 (Foto via The Santa Clarita Valley Signal)

Na década de 1970, Norman passou a se dedicar a uma carreira de diretor no teatro. Em 1974, Bud morreu deixando para o sobrinho uma grande quantidade de material relacionado ao teatro burlesco. Com isso, Norman contratou os produtores Harry Rigby e Ralph G. Allen para criar um musical que fazia uma homenagem a este estilo de entretenimento.

O musical, estrelado pelo ator Mickey Rooney, recebeu o título de  The Life and Times of Mickey Rooney. Mas após duas semanas de ensaios, Rooney demitiu Norman, que atuava como diretor. O musical estreou em 1979 com o título de Sugar Babies, ficando em cartaz por três anos. Neste meio tempo, Norman ganhou um processo que moveu contra a produção.

Norman foi casado com Dominique Abbott, com quem teve quatro filhos, Christine, William, Jennifer e Norman Jr.

Sílvio Navas (1942-2016)

Sílvio Navas (Fotos: Reprodução/Facebook)

Ator e dublador brasileiro de séries, animações e filmes estrangeiros, Sílvio Navas faleceu no dia 29 de julho, aos 74 anos de idade.

A causa da morte não foi divulgada mas, internado na Irmandade da Santa Casa da Misericórdia de Santos, com um quadro de infecção, ele aguardava na fila do SUS para ser submetido a uma cirurgia de retirada de uma prótese da perna.

Navas nasceu no dia 15 de março de 1942, em Santos, no interior de São Paulo. Iniciou carreira artística como assistente de produção e ator na TV Excelsior, nos anos de 1950.

Migrou para a dublagem quando o ator e dublador Older Cazarré (falecido vítima de bala perdida em 1992) lhe apresentou a profissão. Convidado por ele a assistir uma sessão de dublagem, Navas chegou a fazer a voz de um figurante no filme que Cazarré dublava. Esta experiência serviu de teste, pois logo depois foi convidado a entrar na profissão. No dia seguinte, ele já estava dublando o ator James MacArthur (Havaí 5-0) no filme A Espada de um Bravo/Kidnapped, pela AIC de São Paulo.

Entre 1976 e 1977, Navas se mudou para o Rio de Janeiro, onde deu continuidade ao seu trabalho. Em 1998, ele voltou a morar em Santos, viajando semanalmente para São Paulo para continuar sua carreira.

Entre seus trabalhos mais conhecidos estão Guerra nas Estrelas (IV, V e VI), como a primeira voz de Darth Vader; as séries animadas Thundercats, na qual fez a voz de Mumm-Ra; Os Smurfs, como o Papai Smurf e Smurf Vaidoso; Bob Esponja, como o Homem Raio; O Pirata do Espaço, como o Inspetor Geldon; A Família Addams, como Gomez Adams; A Patrulha Estelar, como o General Deslok; A Família Barbapapa (todos os personagens); e D’Artagnan e os Três Mosqueteiros, como o Cardeal Richilieu.

Nas séries de TV, Navas fez a voz do promotor Scanlon (Walter Brooke, já falecido) em O Besouro Verde; Charles Ingalls (Michael Landon, já falecido), na dublagem da década de 1970 de Os Pioneiros/Little House in the Prairie; Mark Gordon (Victor French, já falecido), de O Homem que Veio do Céu; Dr. Salik (George Murdock, já falecido), de Galactica (série original); Dr. Huer (Tim O’Connor), em Buck Rogers; Higgins (John Hillerman), em Magnum; Pete Thorton (Dana Elcar, já falecido), chefe de McGyver (Richard Dean Anderson) em Profissão: Perigo; e o Dr. Charles Cook (Vlasta Vrana), em Dra. Quinn, a Mulher que Cura; entre outros.

Navas também dublou  Gene Wilder em O Expresso de Chicago e na primeira dublagem de A Fantástica Fábrica de Chocolate; John Goodman em Os Flintstones; Bud Spencer (recém falecido), na maioria de seus filmes; Joe Pesci em Esqueceram de Mim I e II; James Cromwell em Babe o Porquinho Atrapalhado I e II; Charles Chaplin em O Grande Ditador, Monsieur Verdoux, Luzes da Ribalta e Um Rei em Nova York; Marlon Brando em O Poderoso Chefão; e Carl Sagan na primeira dublagem da série documental Cosmos.

Além de dublador, Navas também foi diretor de dublagem e ministrava cursos nesta área desde a década de 1990. Em paralelo, ele era um ávido colecionador de selos, moedas e cédulas.

Em 2012, Navas sofreu um acidente no saguão de seu prédio. Na ocasião, quebrou uma perna, o que o levou a ser submetido a uma cirurgia de prótese. Apesar de ter se recuperado bem, passou a utilizar uma bengala para se locomover. Dois anos depois, foi diagnosticado com o Mal de Alzheimer.

Amostragem dos trabalhos de Navas aqui.

Cliquem nas imagens para ampliar.

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No mês de julho também faleceram os atores Noel Neill e Jerry Doyle, e o produtor Gary Marshall.

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