Lembrando Parker Lewis
Esta é uma das séries que marcaram a década de 1990 e que entrou na lista de produções esquecidas pelo grande público, mas ainda lembrada pelos fãs. “Parker Lewis/Parker Lewis Cant’t Loose” estreou em setembro de 1990, mantendo-se no ar por três temporadas e 73 episódios. Se for vista hoje em dia, muitos poderão dizer […]

Esta é uma das séries que marcaram a década de 1990 e que entrou na lista de produções esquecidas pelo grande público, mas ainda lembrada pelos fãs. “Parker Lewis/Parker Lewis Cant’t Loose” estreou em setembro de 1990, mantendo-se no ar por três temporadas e 73 episódios. Se for vista hoje em dia, muitos poderão dizer ‘e daí’? Mas para a época em que foi produzida, a série definiu uma estética e edição que são utilizadas até hoje pelas sitcoms não tradicionais. Algumas com mais, outras com menos ênfase, a exemplo de “Scrubs”, “Arrested Development” ou “Glee”.
Criada por Clyde Phillips (um dos produtores de “Dexter”) a série era visivelmente inspirada no filme “Curtindo a Vida Adoidado/Ferris Bueller’s Day Off”. Não dá para dizer que era uma versão oficial porque um mês antes estreou a adaptação do filme: “Ferris Bueller”, série estrelada por Charlie Schlatter, que teve apenas 13 episódios produzidos.
“Parker Lewis” fez surgir uma nova linha narrativa para as sitcoms não tradicionais, ou seja, aquelas gravadas sem a presença de um público. A produção utilizava uma edição mais ágil, com diferentes técnicas de transição de cenas, manipulando imagens e sons para descrever situações do passado ou futuro, bem como sentimentos e pensamentos de personagens. A série também rompia a quarta parede, desenvolvendo as histórias como se fosse um desenho animado, apresentada por enquadramentos e movimentos de câmera diferenciados da narrativa clássica.
Maia Brewton (E), Taj Johnson, Mélanie Chartoff, Abraham Benrubi, Corin Nemec, Troy W. Slaten e Billy Jayne (Foto Fox/Arquivo)
A linguagem, é claro, não era inédita nas séries de TV. Temos exemplos famosos como “Os Monkees” e “Batman”, nos anos de 1960, e “A Gata e o Rato”, da década de 1980. Teve também “Sonhando Acordado/Dream On”, série de David Chase e Marta Kauffman, que estreou um mês antes, utilizando imagens de filmes antigos para retratar sentimentos e pensamentos do personagem principal, interpretado por Brian Benben.
Mas “Parker Lewis” promoveu o surgimento de novas produções nessa linha, a qual permanece em uso até hoje.
Produzida pela Columbia Pictures e exibida pelo canal Fox americano (no Brasil chegou pela Rede Record), a série acompanhava a vida de Parker Lewis (Corin Nemec, de “Stargate SG-1″), e de seus amigos: Mikey Randall (Billy Jayne) e Jerry Steiner (Troy W. Slaten), que tentam tirar proveito do que a vida tem a lhes oferecer. Como em qualquer série adolescente, os rapazes frequentam uma escola e vivem as situações típicas dessa geração.
Na escola, eles enfrentam o valentão Frank Lemmer (Taj Johnson), bem como o mau humor da diretora Grace Musso (Melanie Chartoff), que tinha Frank Lemmer (Taj Johnson) como seu auxiliar. Como se não bastasse, Parker ainda precisa se livrar dos truques que sua irmãzinha Shelly (Maia Brewton) arma para vê-lo expulso do colégio ou, pelo menos, suspenso. Tem também o gigante Larry Kubiac (Abraham Benrubi, de “Memphis Beat” e “Happy Town”), um rapaz que só pensa em comida e quando ele não se alimenta, fica ranzinza. No elenco também estavam Timothy Stack (My Name is Earl) e Anne Bloom (substituída por Mary Ellen Trainor), que interpretaram os pais de Parker.
A estética da série fez uso da moda do vídeo game e do vídeo clipe, que surgiu nos anos de 1980, explorando ao máximo a cultura popular de sua época. “Parker Lewis” também é apontada como a primeira a gerar um movimento na Internet. Quando o canal Fox anunciou seu cancelamento, fãs criaram uma petição online, utilizando o sistema de mailing público para tentar salvá-la, mas sem sucesso. As duas primeiras temporadas já foram lançadas em DVD nos EUA, pela distribuidora independente Shout! Factory.