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James Garner Lança Autobiografia

Na década de 1950, James Garner estrelou “Maverick“, produção de faroeste que ganhou uma versão cinematográfica em 1994. A série foi um marco ao introduzir dois anti-heróis como personagens centrais, os irmãos Maverick. Avessos a armas, adotando uma postura que poderia facilmente ser considerada covarde, eles utilizavam a lábia para escapar de conflitos físicos. Jogadores […]

Por Fernanda Furquim Atualizado em 31 jul 2020, 10h17 - Publicado em 3 nov 2011, 13h00

Na década de 1950, James Garner estrelou “Maverick“, produção de faroeste que ganhou uma versão cinematográfica em 1994. A série foi um marco ao introduzir dois anti-heróis como personagens centrais, os irmãos Maverick.

Avessos a armas, adotando uma postura que poderia facilmente ser considerada covarde, eles utilizavam a lábia para escapar de conflitos físicos. Jogadores inveterados e golpistas, eles preferiam fugir da cidade a enfrentar os problemas que eles mesmos criavam. É claro que nem sempre conseguiam.

“Maverick” é fruto da curiosidade de Roy Huggins (O Fugitivo), criador da série, de descobrir quantas regras estabelecidas pelo formato do faroeste na TV ele conseguiria romper sem ser punido por isso.

Em 1960, Garner deixou o elenco de “Maverick”, no qual recebia cerca de 500 dólares por episódio. Após uma disputa contratual com a Warner Brothers, o ator decidiu seguir com sua carreira no cinema.

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Garner retornaria à TV na década de 1970 com o faroeste “Nichols”, mas foi com o clássico “Arquivo Confidencial”, série policial também criada por Roy Huggins, em parceria com Stephen J. Cannell, que Garner se estabeleceu novamente no veículo. Tanto “Maverick” quanto “Arquivo Confidencial” estabeleceram a marca do herói relutante, um retrato da personalidade do próprio Garner.

Os bastidores dessas duas produções são apresentados ao público no livro autobiográfico de James Garner, lançado esta semana nos EUA. A decisão de publicar a história de sua vida foi anunciada em maio deste ano, quando o ator acertou com a editora Simon & Schuster a publicação de “The Garner Files“, escrito em parceria com Jon Winokur.

O livro é dividido em 12 capítulos. No primeiro, “Growing Up”, o ator revela sua difícil infância. Nascido em Oklahoma, em 1928, James Baumgarner cresceu durante a depressão econômica. Sua mãe, que era meio Cherokee, faleceu quando ele tinha cinco anos de idade.

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Garner em Maverick

James e seus dois irmãos foram acolhidos por parentes. Quando seu pai se casou novamente, ele reuniu a família. Mas o alcoolismo do pai e as constantes surras que levava da madrasta transformaram a adolescência do ator em um inferno.

Forçado por ela a usar vestido em público e testemunhando os assédios sexuais que um de seus irmãos sofria, James, com 14 anos de idade, revidou. Durante uma surra, ele tentou estrangulá-la.

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A agressão à madrasta levou ao fim do casamento do pai. Mas a experiência que teve durante esse período o perseguiu por muitos anos, levando-o a temer por sua vida. Garner acreditava que ela tentaria se vingar emboscando-o em alguma esquina com uma arma.

O segundo capítulo é “Korea to Hollywood”, no qual James comenta o momento que decidiu sair de casa para fazer parte da Marinha Mercante. Mas os constantes enjôos o levaram de volta para casa.

Na escola, seu professor sugeriu que ele tentasse uma carreira de modelo, recomendando-o a uma agência que estava selecionando homens para um anúncio. James só se interessou pelo trabalho porque pagava 25 dólares por hora. “Era um salário maior do que o que o diretor da escola recebia na época”, comenta ele.

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Logo em seguida ele foi convocado e enviado à Guerra da Coréia, onde foi ferido duas vezes. A guerra fez surgir nele um forte sentimento de oposição aos conflitos armados.

James e Lois em 1965

Voltando a Los Angeles, James reencontrou Paul Gregory, um velho conhecido seu que agora trabalhava como produtor teatral. Esse amigo o colocou no elenco de “The Caine Mutiny Court Martial”, peça estrelada por Henry Fonda, que retrata um julgamento de um oficial militar.

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Garner interpretou um dos jurados. Observando Fonda noite após noite, ele foi se envolvendo com a arte da interpretação e tomando gosto pela profissão. Um dia, ele foi visto por um caça talentos da Warner Brothers que o contratou.

Os capítulos três e sete são dedicados à produção das séries “Maverick” e “Arquivo Confidencial”. Em um dos capítulos, James comenta suas opiniões políticas, declarando-se ultra liberal. Foi durante uma convenção política em 1956 que ele conheceu Lois Clarke, por quem se apaixonou. Eles se casaram duas semanas depois. Ao contrário de boa parte das uniões em Hollywood que termina em divórcio, James e Lois continuam casados até hoje. O casal teve uma filha, sendo que Garner adotou a filha de Lois de uma relação anterior.

Garner também fala de automobilismo e golfe, comenta a postura dos estúdios para com os profissionais que trabalham na indústria e sua opinião sobre seus trabalhos. O ator aponta “A Americanização de Emily” como seu trabalho favorito, revela ser fã de Spencer Tracy e Gene Hackman, e comenta que odeia aulas de atuação e preparações para construir personagens, preferindo apenas reagir ao que lhe é dito pelo outro ator em cena. Apesar da fama, Garner não gostava do seu status de celebridade e a necessidade de falar à imprensa ou se dirigir a um grande público. Por isso, não se dedicou ao teatro.

No livro, Garner também comenta algumas curiosidades sobre celebridades, entre elas, Steve McQueen, considerado por ele uma pessoa insegura e afetada; Charles Bronson, apontado como um sujeito amargo e agressivo; e Lee Marvin, que irritava Garner por sua falta de respeito com as mulheres. Sobre Gary Cooper, James comenta que ele nunca pagava suas despesas diárias com dinheiro, sempre com cheque. Um dia, Cooper disse que fazia isso porque sabia que a maioria das pessoas não descontava o cheque para poder guardar um autógrafo do ator. Com isso, ele não gastava dinheiro.

James também comenta em sua autobiografia o período em que se rendeu ao álcool e revela que chegou a experimentar cocaína, na companhia de John Belushi. Ainda no livro, Garner declarou ter fumado maconha durante muitos anos, considerando-a um alívio às dores da artrite.

Atualmente com 83 anos de idade, James Garner enfrenta problemas de saúde inerentes à idade avançada. Em 1988 ele foi submetido a uma cirurgia para implantar cinco pontes de safena; em 2000, o ator precisou operar os dois joelhos, um problema que o atormentava desde a década de 1970. Em 2008, sofreu um derrame, do qual se recuperou, mas que o afastou da carreira e da vida pública.

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