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David Cassidy Processa Sony pelos Lucros de a Família Dó-Ré-Mi

Na década de 1970 ele era mais famoso que Elvis Presley ou John Lennon. Aos 20 anos de idade, se transformou em um ídolo dos adolescentes ao estrelar “A Família Dó-Ré-Mi/The Partridge Family”, na qual interpretava Keith Partridge, um jovem que, juntamente com a família, seguia uma carreira de músico. Na vida real, David Cassidy […]

Por Fernanda Furquim Atualizado em 1 dez 2016, 17h35 - Publicado em 6 out 2011, 12h29

David Cassidy em 2011

Na década de 1970 ele era mais famoso que Elvis Presley ou John Lennon. Aos 20 anos de idade, se transformou em um ídolo dos adolescentes ao estrelar “A Família Dó-Ré-Mi/The Partridge Family”, na qual interpretava Keith Partridge, um jovem que, juntamente com a família, seguia uma carreira de músico.

Na vida real, David Cassidy não queria estrelar a sitcom. Sendo hippie e buscando trabalhos complexos que exigissem mais dele como ator, David recusou a proposta da Screem Gems, subsidiária da Columbia (hoje Sony Pictures) de transformá-lo em um ídolo adolescente. Convencido pelo pai e pelo agente, ele acabou cedendo, crente de que a série não passaria do piloto.

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Na época ele não tinha compreensão da máquina que era o estúdio e de suas intenções para com a série: transformar “A Família Dó-Ré-Mi” em um novo “Os Monkees”. Assim, atrelados à sitcom vieram os shows, as turnês, os discos e as apresentações em programas agendados pelo estúdio. O estresse e a pressão o levaram a mergulhar ainda mais nas drogas e no álcool. Sem ter férias ou finais de semana, ao final da primeira temporada David sofreu um colapso. Depois de um breve período de repouso e muitos remédios, David foi colocado de volta ao palco para continuar se apresentando diante de milhões de adolescentes apaixonadas.

No início da segunda temporada, novo colapso. Levado ao hospital, foi submetido a uma cirurgia para a retirada da vesícula. Dois meses depois ele voltou a cumprir sua agenda. Novo colapso. Hospitalizado, foi retirado um pequeno tumor de suas costas. Após um breve período de descanso, o ator e cantor voltou a cumprir com seus compromissos. Atacado por uma infecção que deixava marcas em seu rosto (as quais a maquiagem não conseguia esconder), o ator adotou a dieta vegetariana e passou a frequentar um psicológo para conseguir manter seu ritmo de trabalho. As consequências do estresse que sofria perduraram até o final da quarta temporada, quando “A Família Dó-Ré-Mi” foi cancelada.

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A Família Dó-Ré-Mi

Dizem que, a despeito de sua agenda cheia, quando a série foi encomendada em 1970, David teve que assinar um contrato de sete anos que estipulava um pagamento de 600 dólares por episódio e nada mais.

Para sua sorte, em 1971, um dos advogados da Columbia percebeu que o ator era menor de 21 anos quando assinou seu contrato. Para que o documento se tornasse legal seria necessário que o pai ou a mãe de David também tivessem assinado. Assim, um novo contrato precisou ser redigido.

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Tendo passado pelo redemoinho que foi a primeira temporada, o ator e seu agente exigiram mudanças. Seu salário subiu para 4 mil dólares por episódio e foi incluída uma cláusula que daria ao ator uma porcentagem nos lucros de venda da série e de produtos agregados.

Passadas quatro décadas, o ator e cantor, hoje com 61 anos, alega que o contrato não vem sendo respeitado pelo estúdio. Assim, na última quarta-feira David Cassidy entrou com um processo na Suprema Corte de Los Angeles contra a Sony Pictures Television, Sony Pictures Entertainment, Screen Gems e CRT Holdings pela falta de pagamento dos lucros relacionados à venda de produtos agregados.

Produzida entre 1970 e 1974, acredita-se que a série musical tenha rendido ao estúdio cerca de 500 milhões de dólares em produtos que incluem jogos, revistas, instrumentos musicais de brinquedo, lancheiras, toalhas, lençóis, almofadas e até notas falsas de dólares com o rosto de David, e muito mais. Produtos que continuaram a ser lançados até, pelo menos, 2003.

Segundo o processo, o contrato de David estabelecia um pagamento de 15% dos lucros de venda de produtos com seu rosto, voz, nome ou referências à sua pessoa; e 7.5% por produtos em que aparecesse em grupo.

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David apresenta alguns dos produtos lançados em torno da série

No entanto, Cassidy afirma que há quase quatro décadas o estúdio vem desrespeitando o contrato estabelecido entre as partes. Segundo o ator, até agora, ele teria recebido um valor equivalente a 5 mil dólares pela venda de produtos agregados (incluindo a venda internacional).

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Sempre que questionado a respeito, o estúdio apresentava justificativas que, segundo o ator, não condizem com a realidade.

Em maio, seus advogados entraram com um pedido junto ao Departamento Jurídico do estúdio, solicitando um levantamento completo dos lucros obtidos com a série. Segundo o ator, o estúdio não conseguiu localizar tais documentos. Alegando que o contrato expirou, a Sony se negou a dar continuidade ao caso.

Cansado de ser ‘levado na conversa’, Cassidy acusa os responsáveis por fraude, quebra de contrato e representação negligente, entre outras coisas. Ele pede o pagamento que lhe é devido, o qual deverá ser definido pela corte. Segundo o ator, o motivo pelo qual ele conseguiu abrir um processo contra o estúdio agora é porque ele finalmente conseguiu localizar uma cópia de seu contrato.

Em entrevista à CNN, Cassidy disse que não vê outra alternativa a não ser processar, já que a Sony não parece disposta a negociar. Em resposta às acusações, representantes da Sony emitiram uma nota dizendo que: “temos lidado com o Sr. Cassidy de maneira leal e apropriada e estamos confiantes de que nossa visão prevalecerá em qualquer processo”.

Confiram aqui postagens sobre outros atores e produtores que processam estúdios pelos lucros de séries e produtos agregados.

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