Bipolar Estreia no Canal Brasil
Hoje, à meia noite, estreia pelo Canal Brasil a série nacional “Bipolar“. Criada por Edu Felistoque, com roteiro de Júlio Meloni, a produção tem como base os filmes “Inversão” e “400 contra 1- Uma História do Crime Organizado”. A primeira temporada tem 12 episódios de 25 minutos. Embora a segunda temporada ainda não tenha sido […]

Hoje, à meia noite, estreia pelo Canal Brasil a série nacional “Bipolar“. Criada por Edu Felistoque, com roteiro de Júlio Meloni, a produção tem como base os filmes “Inversão” e “400 contra 1- Uma História do Crime Organizado”. A primeira temporada tem 12 episódios de 25 minutos. Embora a segunda temporada ainda não tenha sido encomendada, os roteiros já estão em desenvolvimento.
Na história, três investigadores da polícia trabalham na delegacia da Moóca, em São Paulo, onde tentam conciliar suas atividades profissionais com seus problemas pessoais.
Diana (Sílvia Lourenço), uma delegada inexperiente que até hoje só lidou com problemas menores, vê-se obrigada a trabalhar ao lado de Carlão (Rodrigo Brassoloto), personagem que surgiu no filme “Inversão”, um policial machista que tenta constantemente se impor. Mais tarde, une-se à dupla o policial Latrina (Sérgio Cavalcante), que mais parece um cachorro abandonado prestes a atacar quem lhe provocar. O trio foi reunido pela Doutora Rocha (Priscilla Alpha), que cobra profissionalismo e disciplina, qualidades que nenhum deles têm a oferecer. Os primeiros episódios também introduzem o personagem Gustavo (Felipe Kannenberg), que acompanha de longe as atividades do policial Carlão.
Filmada com a câmera Red One 4K, que permite maior profundidade e textura nas imagens, a série conta com uma edição ágil, que às vezes chega ao ponto do exagero. Em alguns momentos, a sequência muito curta das cenas compromete a conexão do público com o estado emocional dos personagens, criando um distanciamento.
A série tem como proposta retratar a realidade do policial no Brasil. Seu título refere-se à situação vivida por eles, que precisam lidar com o mundo do crime ao longo do dia, voltando para a casa à noite onde tentam fazer parte de um cotidiano normal.
Mas não é esse o caso dos três policiais retratados na história, visto que eles não têm vida normal, mesmo fora da delegacia, com exceção da Doutora Rocha. São pessoas completamente perturbadas pelo ambiente em que vivem e por situações do passado, que influenciam seus comportamentos 24 horas por dia. Vivendo em ambientes precários, agindo como os marginais que estão encarregados de prender, eles se deixam afundar em suas próprias frustrações e impotência para mudar o rumo de suas vidas. Tortura, uso de drogas e assassinatos fazem parte do dia a dia desses policiais.
A estrutura da série foi criada de forma a desenvolver uma situação a cada quatro episódios, totalizando três situações para a primeira temporada. No entanto, apesar do enredo, a série não pretende explorar as investigações policiais, mantendo seu foco nos problemas pessoais de cada personagem central da trama. Os crimes que investigam serão apresentados como pano de fundo.
Nos primeiros episódios são apresentados ao público os personagens e seus problemas, bem como o caso de um assassino em série que foi completamente ignorado pelos personagens. Nesse primeiro momento, um caso de desaparecimento recebeu maior atenção, revelando a incapacidade investigativa dos policiais.
O roteiro dos quatro primeiros episódios apresentados à imprensa deixa vago os rumos que a série pretende seguir. A repetição de recursos narrativos e a utilização de clichês podem, ao longo do tempo, comprometer o desenvolvimento dos personagens.
https://video.globo.com/Portal/videos/cda/player/player.swf