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Este é um espaço dedicado às séries e minisséries produzidas para a televisão. Traz informações, comentários e curiosidades sobre produções de todas as épocas.

As Séries com os Intervalos Comerciais mais Caros da TV Americana

Curioso em saber quanto vale o espaço comercial de sua série favorita? O jornal Advertising Age divulgou uma lista contendo os valores cobrados pelos 10 programas mais caros da TV aberta americana. Os números são proporcionais à audiência, ao tema desenvolvido pelo programa, área e faixa etária atingida, dia e horário em que são exibidos […]

Por Fernanda Furquim Atualizado em 31 jul 2020, 13h54 - Publicado em 18 out 2010, 13h10

Curioso em saber quanto vale o espaço comercial de sua série favorita? O jornal Advertising Age divulgou uma lista contendo os valores cobrados pelos 10 programas mais caros da TV aberta americana.

Os números são proporcionais à audiência, ao tema desenvolvido pelo programa, área e faixa etária atingida, dia e horário em que são exibidos e repercussão na mídia. Lembrando que são valores de referências calculados com base nas tabelas disponibilizadas por seis agências.  Também não foram incluídos os valores pagos para divulgação de produtos dentro do conteúdo exibido.

No topo da lista está “American Idol”, do canal Fox. O reality show, que trabalha um dos temas mais antigos da indústria do entretenimento (a descoberta de novos talentos), ainda conquista uma das maiores audiências da TV aberta. A média por temporada gira em torno de 25 a 30 milhões de telespectadores. Resultado: o espaço comercial do programa custa cerca de $467.617,00 dólares para cada 30 segundos de comercial. Mas este é apenas o valor cobrado para a exibição original. As reprises de cada programa custam $400.546,00 dólares.

Em segundo lugar ficaram as partidas de futebol da NBC que tem um horário fixo, todos os domingos à noite, com o “Sunday Night Football“. Cada 30 segundos de intervalo comercial tem um custo de $415.000,00.

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Em terceiro vem a primeira série da lista, “Glee”, do canal Fox, que cobra cerca de $272,694,00 dólares para cada 30 segundos. A série conquista cerca de 11 milhões de telespectadores por episódio. Mas durante as férias de verão, a Fox cobrou cerca de $373.014,00 dólares por cada 30 segundos de comercial. O custo dos intervalos de “Glee” teve um aumento de $145.344,00 dólares entre a primeira e a segunda temporada.

A Fox se mantém com as três posições seguintes: “Uma Família da Pesada/Family Guy” está em quarto lugar, com cerca de 259.289, 00 dólares. Curiosamente, a série vale mais que “Os Simpsons“, outra produção da Fox que está em quinto lugar da lista e há 22 anos no ar. Para anunciar durante os intervalos da família amarela é preciso pagar cerca de $253.170,00 dólares. Em sexto lugar, está “House”, série estrelada por Hugh Laurie, que cobra cerca de $226.180,00 dólares para cada 30 segundos de comercial. Atualmente, cada episódio de “House” gera cerca de 10 milhões de telespectadores.

Em sétimo lugar está a primeira das duas produções da rede ABC a figurar na lista dos dez mais.  Os intervalos de “Grey’s Anatomy” tem um custo de $222.113,00 dólares. A série registra cerca de 12 millhões telespectadores por episódio. O valor é menor que o cobrado no ano passado, quando os intervalos custavam cerca de $240.462,00 dólares.

Em oitavo lugar está “The Office“, que cobra $213.617,00 dólares para cada 30 segundos. Curiosamente, a série não está entre as maiores audiências do canal. Os episódios de “The Office” registram cerca de 7 milhões de telespectadores. Agora dá para entender o porquê da NBC desejar dar continuidade à série mesmo após a saída de Steve Carell. Esta é a única série do canal a figurar na lista das dez mais entre anunciantes. Resta saber se a troca de ator manterá a produção nessa lista.

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Desperate Housewives”, da ABC, ficou em nono lugar. Cobrando $210.064,00 dólares, a série é a segunda do canal a figurar na lista, embora o valor tenha sido reduzido em relação ao do ano passado, quando cobrava cerca de $228.851,oo dólares. Atualmente, cada episódio da série registra cerca de 13 milhões de telespectadores.

A lista encerra com “Two and a Half Men”, da CBS. A sitcom estrelada por Charlie Sheen figura em último lugar na lista dos dez mais, com $206.722,00 dólares para cada 30 segundos de intervalo. Cada episódio da série registra cerca de 14 milhões de telespectadores.

Entre as séries novas, quem apostou em “Havaí 5-0″, perdeu. A série com o maior valor cobrado em seu espaço comercial é a sitcom “Mike and Molly”. O espaço comerical de 30 segundos da série vale $189,160,00. A série registra cerca de 12 milhões de telespectadores por episódio, a mesma média do remake de “Havaí 5-0″. Vale lembrar que no ano passado a série nova mais cara da TV aberta americana foi “FlashForward”, que cobrou cerca de $175.724,00 dólares para cada 30 segundos de comercial, mas foi cancelada na primeira temporada.

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As empresas que desejam anunciar compram um pacote de meses, ou semanas, período pelo qual se comprometem a divulgar seus produtos naquele dia e horário. Com isso, garantem valores fixos mesmo se o programa sofrer aumento de custo. Por outro lado, se a série ou programa perde audiência, a empresa continua pagando o mesmo valor já definido no pacote.

Breve Histórico da Publicidade na TV Americana

A publicidade foi o principal motivo pelo qual os proprietários de estações de rádio investiram no desenvolvimento da televisão, que surgiu para absorver o excesso de anunciantes dos programas radiofônicos. Em função disso, a produção televisiva nada mais era que uma ‘desculpa’ para vender espaços comerciais. Até hoje a publicidade é o principal motivo pelo qual um programa é produzido para a TV aberta. Ao longo dos anos surgiu uma  relação de ‘amor e ódio’ entre anunciantes, executivos, produtores e público, em função da influência que a publicidade exerceu, e que de certa forma ainda exerce, no conteúdo desenvolvido por cada programa.

Entre 1946 e 1964, as agências de publicidade praticamente determinavam o que seria exibido. Sua influência em relação ao conteúdo prejudicou a legitimação do veículo junto à crítica e intelectuais. Algo que até hoje a TV aberta ainda não conquistou. Alguns títulos produzidos ‘aqui e ali’ conseguem estabelecer um patamar que os colocam em uma posição de legitimação, mas o veículo continua sendo desconsiderado. Atualmente, é a TV a cabo que detém o respeito do meio intelectual da sociedade.

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O primeiro comercial de TV foi ao ar no dia 1º de julho de 1941, quando o FCC, órgão que fiscaliza o conteúdo televisivo, oficializou o início das transmissões no país. Com duração de 20 segundos, a marca de relógios Bulova anunciou o início da programação da TV americana, ao custo de $9,00 dólares. Ao longo da noite, outros comerciais, ao custo médio de 100 dólares cada, foram exibidos para uma audiência com cerca de 4.500 telespectadores.

Cada propaganda tinha a duração média de um minuto, sendo que os poucos programas que eram exibidos (ficcional, noticiários e jogos) também traziam em seu conteúdo anúncios de produtos. Foi nesse período que surgiu na TV os comerciais com narrativa de documentário, que explicavam ao público as qualidades do produto e suas origens. Esse tipo de comercial chegava a durar cerca de cinco a sete minutos.

Até o ano de 1964, a estrutura era dividida entre a compra de espaços comercias, patrocínio a programas específicos e anúncio dentro de programas. Uma empresa poderia comprar um horário na televisão, que era dividido por blocos de meia-hora ou de uma hora, através de um sistema de cotas. Desta forma, os patrocinadores poderiam escolher o tipo de programa que seria exibido naquele horário ou o conteúdo do programa exibido. Eles também podiam censurar a divulgação de produtos concorrentes durante a exibição de um programa. A situação chegava ao ponto de termos serem evitados para que não fossem confundidos com produtos da concorrência.

A série ou programa tornava-se um produto do patrocinador, que poderia figurar no título como, por exemplo, “Colgate Comedy Hour”, um humorístico. O domínio que a publicidade tinha sobre o conteúdo do veículo chegou ao ponto de surgirem empresas independentes que tinham como objetivo produzirem séries e humorísticos, correrem atrás dos anunciantes e venderem o produto para um canal de TV já com os anunciantes garantidos.  Com essa prática, agências de publicidade como a Screem Gems foram transformadas em produtoras.

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Os patrocinadores decidiam os programas que seriam levados ao ar, sua continuidade ou cancelamento, troca de atores, evolução de personagens, temas que poderiam (ou não) ser abordados e a forma como eles seriam desenvolvidos.  Com isso, a publicidade arcava não apenas com o sucesso das séries, mas, também, com seu fracasso. A base de critérios utilizados pelas agências era o segmento de público que seus clientes desejavam atingir. Nas primeiras duas décadas, os patrocinadores buscavam conquistar toda a família americana, bem como moradores do interior e das grandes cidades, de preferência com o mesmo programa.

Assim, a TV se formou respeitando a moral e os bons costumes, oferecendo conteúdo com narrativas simples, trazendo personagens/atores que pudessem criar uma conexão afetiva rápida e fácil com o público. A chegada dos grandes estúdios à TV, a partir de 1954, promoveu a elevação dos custos dos anúncios e patrocínios. Este e outros problemas levaram os executivos da TV a mudarem a estrutura de vendas.

Foi então que surgiu a midseason, entre 1964 e 1965. Desde o final da década de 1940, até os dias de hoje, a programação televisiva corresponde a um sistema de temporadas (season). Cada série ou programa produz um número X de episódios os quais são, em geral, exibidos uma vez por semana. O número de episódios foi determinado pelo número de semanas que os anunciantes ou patrocinadores se comprometiam a pagar pelo espaço publicitário de uma série ou programa.

Até 1965, as temporadas correspondiam a um número entre 36 e 40 semanas, em média. A partir da introdução da mid-season, o número foi reduzido a 26 semanas. Atualmente, a temporada corresponde a 22 semanas. A mid-season, ou meia temporada, corresponde ao período entre janeiro e março (podendo chegar a abril), estabelecendo 13 semanas (13 episódios). Com a adoção da midseason, as emissoras conseguiram livrar-se da produção de séries que não estavam mais dando boa audiência, mas cujos contratos com anunciantes interessados no programa ainda estavam valendo.

Além da mid-season, os canais estabeleceram a venda por spots/inserções, eliminando a venda por blocos de horários. Com isso, os programas deixaram de ter um patrocinador e os concorrentes poderiam anunciar no mesmo programa. O tempo de cada spot foi definido em 30 segundos, não sendo permitida as variáveis, salvo raras exceções.

As mudanças foram bem aceitas pelas agências, que já estavam esgotadas com as pressões que recaíam sobre elas. Dessa forma, as agências estavam livres da responsabilidade de alcançar um determinado nível de audiência e do controle sobre a criatividade do programa.

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