‘Yes, Prime Minister’, série da década de 1980, ganha nova temporada

A série foi um marco na história da TV britânica. Exibida entre 1980 e 1982 com o título de Yes, Minister, ela traçou o perfil político de seu período ao longo de três temporadas e 21 episódios.

O sucesso foi tanto que, em 1986, ela voltou a ser produzida, desta vez com o título de Yes, Prime Minister, com duas temporadas e um total de 16 episódios. Entre as duas produções, também foram exibidos dois especiais de natal.

Inspirada em noticiários da época e em fontes do governo, a série satirizou o período da Guerra Fria, tornando-se uma das favoritas de diversos políticos, incluindo Margaret Thatcher.

A produção inicia apresentando a história de  Jim Hacker (Paul Eddington) um ingênuo e bem intencionado político recém eleito, que é indicado pelo Primeiro Ministro a ocupar o cargo de Ministro dos Assuntos Administrativos.

Em sua nova função, ele trabalha ao lado de Sir Humphrey Appleby (Nigel Hawthorne), sub-secretário de Estado, que se mantém alerta aos trabalhos realizados por Hacker; e de Bernard Woodley (Derek Fowlds), secretário particular de Hacker, que mantém certa lealdade com Appleby. Inicialmente um ‘ministro de fachada’, que tem seus trabalhos entravados pela máquina do governo, Hacker gradualmente vai se integrando ao sistema, aprendendo como as coisas funcionam.

Ao longo da série, acompanhamos a ‘rivalidade cordial’ que surge entre Hacker e Appleby. Enquanto Hacker tenta realizar seu trabalho (mesmo que de forma incompetente) e algumas vezes neutralizar o poder de Appelby, embora precise dele, este luta para evitar que ‘o ministro de fachada’ se destaque em sua função ou altere a forma como o sistema funciona, mesmo que por acidente. Assim, sempre que possível, Appleby prejudica as propostas e os projetos de Hacker. Nesse meio tempo, eles também precisam lidar com pequenos incidentes que ocorrem e que podem prejudicar a imagem do governo.

Quando a série retornou com o título de Yes, Prime Minister, o público acompanhou a ascensão de Hacker, agora Primeiro Ministro, que ainda precisa lidar com as manipulações e artimanhas de Nigel.

(E-D) Derek Fowlds, Nigel Hawthorne e Paul Eddington

Fãs de comédias políticas têm a obrigação de conhecer  Yes, Minister e Yes, Prime Minister, disponíveis em DVD no mercado internacional.

Embora a produção tenha encerrado há 24 anos, sua influência na televisão ainda é sentida. Além de ganhar remakes em outros países (alguns não oficiais), ela também inspirou o surgimento de The Tick of It, nova sátira política britânica criada por Armando Iannucci, que estreia sua quarta temporada ainda este ano na Inglaterra. Por sua vez, a série de Iannucci inspirou a produção de Veep, estrelada por Julia Louis-Dreyfus, que estreia na HBO em abril.

Talvez por isso, e pelo fato da série ter ganho uma adaptação teatral muito bem recebida em seu país, o GOLD TV Channel, que até agora vinha exibindo apenas reprises de séries, anunciou como sua primeira produção seriada original uma nova temporada de Yes, Prime Minister, que terá seis episódios. Eles serão escritos por Sir Antony Jay e Jonathan Lynn, criadores da antiga série, que foi produzida pela BBC.

Novos atores serão contratados para interpretar Hacker e Nigel, visto que Eddington faleceu de câncer em 1995, e Hawthorne morreu em 2001, vítima de um ataque cardíaco fulminante. O único que ainda está vivo é Fowlds, que interpretou o secretário particular de Hacker.

Pelo que já foi divulgado, a história apresentará Hacker liderando um governo de coalizão, que precisa lidar com a crise econômica e com um referendo de independência apresentado pela Escócia.

As filmagens terão início durante o verão europeu, com previsão de estreia para o final do ano. O Gold é um pequeno canal digital que faz parte da UKTV network, empresa que surgiu da parceria da BBC Worldwide com a Scripps Networks International.

Cena da série Yes, Prime Minister, da década de 1980:

[youtube https://www.youtube.com/watch?v=I9NifqJyDMI&w=620&h=330%5D