Vale Tudo: a irritação de CEO da Latam com empresa de aviação da novela
Jerome Cadier alegou que a gestão corrupta da TCA na trama da Globo ataca a reputação das empresas do setor do país

O CEO da empresa Latam, Jerome Cadier, surpreendeu ao engrossar o debate público acerca do remake de Vale Tudo,remake do clássico das novelas de 1988 escrito por Manuela Dias, e de longe o folhetim mais comentado do momento. O empresário, porém, não se posicionou sobre os temas que têm causado discussão, como a nova versão de Maria de Fátima vivida por Bella Campos, ou as adaptações ao roteiro feitas pela dramaturga de Amor de Mãe. Ele entrou em cena para fazer uma queixar-se de um elemento preservado da original: não gostou do retrato do setor de aviação pintado por meio da empresa TCA, gerida pelo clã Roitman.
Em publicação na rede LinkedIn, Cadier afirmou que a novela reforça uma visão negativa sobre o setor, cuja reputação já seria prejudicada no Brasil. “Será que eu mesmo, que na época nem sonhava em trabalhar em uma companhia aérea, não fiquei negativamente impressionado com o tipo de pessoas e relações descritas dentro da empresa?”, questionou, relembrando a época na qual Vale Tudo foi originalmente transmitida, entre 1988 e 1989. Para o CEO, a aversão brasileira às empresas de aviação seria um fenômeno atípico, que não é visto em outras nações, e preservar a trama do passado seria um equívoco da equipe do remake.
Em Vale Tudo, a TCA faz parte do Grupo Roitman, chefiado pela atroz vilã Odete, antes interpretada por Beatriz Segall e, agora, por Débora Bloch. O diretor da empresa de aviação, por sua vez, é o mau-caráter e corrupto Marco Aurélio, ex-marido da alcoólatra Heleninha que impede a mulher de ver o filho, Tiago. Em sua postagem, Cadier reconhece que se trata de uma obra de ficção, mas disse ter como objetivo refletir sobre influências subliminares.
Em postura defensiva, o executivo encerrou o post com tréplica antecipada: “Sei que algumas pessoas vão comentar que as companhias aéreas no Brasil são mal vistas porque operam mal ou não respeitam os seus clientes. Me antecipo a estes comentários convidando todos que assim pensam a buscar fatos e dados comparando o desempenho das empresas brasileiras com as estrangeiras”.
Turbulência antiga
Curiosamente, este não é o primeiro atrito do setor de aviação com a dramaturgia da TV Globo. No ano 2000, a novela Uga Uga instigou o desdém de comissárias de bordo pela personagem Brigitte, vivida por Betty Lago, que contrabandeava produtos em suas viagens e maltratava passageiros. O retrato foi rechaçado até pelo Sindicato Nacional dos Aeronautas, que alegou, assim como Cadier, que a reputação da indústria havia sido ferida.
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