Taís Araujo sobre Vale Tudo: “Vamos olhar o Brasil de forma mais madura”
No remake, atriz interpreta a protagonista Raquel, que vive embates morais com a própria filha, Maria de Fátima (Bella Campos)

Estreia nesta segunda-feira, 31, o aguardado remake de Vale Tudo, nova novela das 9 da Globo. Na trama, Raquel (Taís Araujo) descobre que sua filha, Maria de Fátima (Bella Campos), vendeu sem avisá-la o único patrimônio das duas, uma casa deixada por seu pai, Salvador (Antonio Pitanga), e se mandou para o Rio de Janeiro com o dinheiro. Ética e honesta a todo custo, a heroína da história viverá um embate com a rebenta que está disposta a fazer qualquer coisa para se dar bem na vida, mesmo que por meios escusos. Em entrevista a VEJA, Taís Araujo refletiu sobre o remake e a mudança racial da personagem eternizada por Regina Duarte. Confira:
Vale Tudo fez sucesso no fim dos anos 1980 ao falar sobre temas como corrupção e os excessos da ambição. Na sua opinião, o que acha que a novela ainda tem a dizer sobre o Brasil de agora? Eu acho que é uma chance de olharmos para o Brasil de uma forma mais madura do que a gente fazia em 1988. Naquele ano, existiam muitos véus sobre a identidade do Brasil. Acreditávamos ser um país que nunca fomos. Acho que, hoje, esses velhos preceitos caíram e a gente vai ter a oportunidade de fazer uma análise crítica bem interessante sobre o que é o Brasil de hoje, que é muito diferente do Brasil de 37 anos atrás.
A Odete Roitman é uma personagem preconceituosa, e agora a Raquel é uma mulher negra. Essa diferença racial vai se refletir no tom da novela sobre o racismo? Eu acho que não é o tom da novela. De fato, a gente apresenta um Brasil em que uma mulher como Raquel está na base da pirâmide e uma mulher como a Odete está no topo dessa pirâmide, e o abismo que existe entre essas duas mulheres é enorme. Então, acho que é uma camada a mais que a gente ganha de história.
Por que fazer esse remake no Brasil atual? Porque é uma história que analisa o Brasil e os brasileiros. E como a gente lida com as coisas, como a gente se entende. Dá aquela visãozinha, assim, do buraco da fechadura, sabe? Em que as mazelas ficam expostas. Eu acho isso muito interessante.

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