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Críticas e análises sobre o universo da televisão e das plataformas de streaming

Série de Bruna Marquezine expõe na tela as agruras dos ‘zillennials’

Amor da Minha Vida amplia leva de séries sobre geração que chega à vida adulta num mundo de incertezas e ilusões digitais

Por Raquel Carneiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 7 dez 2024, 08h00

Totalmente bêbada, Bia (Bruna Marquezine) é encontrada pelo melhor amigo, Victor (Sérgio Malheiros), dentro de uma caçamba, com uma cerveja na mão. Em choque, o rapaz questiona o que a amiga está fazendo ali. Aos prantos, ela então desabafa: “Eu sou um lixo, e lixo deve ficar no lixo. Prazer, eu me chamo ChernoBia”. O drama exagerado e cômico da protagonista da série Amor da Minha Vida, do Disney+, condiz com a fase pela qual ela passa. Desempregada, morando em um apartamento minúsculo e sem ser capaz de se conectar a uma relação amorosa, Bia experimenta o que há de pior na vida do jovem de 20 e poucos anos: a angústia de mirar um futuro cheio de incertezas, enquanto tenta descobrir como ser um adulto funcional.

A personagem de Bruna Marquezine não está só. A produção nacional reforça a safra de séries globais que se propõem a retratar os dilemas da turma apelidada de “zillennials”. Trata-se dos jovens nascidos no limiar entre os chamados millennials e a geração Z, entre o fim dos anos 1990 e o começo dos 2000 — e que hoje estão chegando à vida adulta. Do sensível drama irlandês Normal People à comédia britânica Extraordinária, também do Disney+, passando pela nacional As Five, do Globoplay, essas tramas observam de perto tipos que enfrentam as provas de fogo da maturidade, como a busca de um lugar na vida profissional, a independência financeira e a realização amorosa.

ROMANCE - 'Normal People': amor em meio a inseguranças
ROMANCE – ‘Normal People’: amor em meio a inseguranças (./Divulgação)

Os dramas de quem passa por essa virada são atemporais, claro — vide a popular série Friends. Mas as particularidades políticas, sociais e tecnológicas dos dias atuais impõem obstáculos extras. Em tempos de crise econômica, o mercado de trabalho se tornou mais instável e informal. A liberdade sexual deixou as relações mais descompromissadas. As redes sociais tornaram o mundo hiperconectado — mas as ligações interpessoais entre os jovens, paradoxalmente, agora são mais efêmeras. Em Amor da Minha Vida, o rapaz vivido por Sérgio Malheiros se envolve com uma garota que vende vídeos sensuais na internet e, para ir além da relação física que o casal desfruta na vida real, cria perfis falsos na tentativa de desenvolver uma conexão mais profunda com ela on-line. Em Normal People, a relação de uma jovem rica com um rapaz pobre chega ao ponto de, quando estão distantes, ele só poder dormir se ela o observar por meio do computador.

CÔMICO - 'Extraordinária': dilemas para usar superpoderes
CÔMICO - ’Extraordinária’: dilemas para usar superpoderes (./Disney+)
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Em comum, as séries acompanham a saborosa evolução de personagens que só descobrem quem são longe das asas dos pais ou professores. Na divertida As Five, derivada da novelinha Malhação, as cinco protagonistas questionam os caminhos escolhidos após a saída do ensino médio. Mais ácida, Extraordinária se passa em um mundo no qual as pessoas têm superpoderes — alguns úteis, como voar, outros nem tanto, como a possibilidade surreal de transformar tudo em arquivos de PDF. Mesmo com dons especiais, os jovens raramente sabem como usar suas habilidades. Mas pior é nem saber qual é o seu poder, como é o caso da heroína Jen (Máiréad Tyers). Com humor e criatividade, os jovens das séries descobrem que as dores do crescimento são inevitáveis — mas compensam.

Publicado em VEJA de 6 de dezembro de 2024, edição nº 2922

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