Sadomasoquismo e mais: detalhes fortes de supostos abusos de Neil Gaiman
Reportagem de capa de revista americana traz relatos assustadores de mulheres que acusam o autor de Sandman

Neil Gaiman está enfrentando sérias alegações de abuso sexual que abrangem várias décadas. Relatos de várias mulheres sugerem que Gaiman se envolveu em atividades sexuais não consensuais, muitas vezes sob o disfarce de práticas de sadomasoquismo. Essas alegações levantaram preocupações significativas sobre sua conduta pessoal e levaram à suspensão de vários de seus projetos profissionais. Agora, uma matéria de capa da revista americana New York revela detalhes perturbadores dos supostos abusos de Gaiman.
Segundo a reportagem, aos menos oito mulheres já vieram a público com relatos semelhantes sobre Gaiman. Scarlett Pavlovich, que trabalhou como babá para o escritor, disse que os abusos teriam começados quando ele entrou nu em uma banheira em que ela se banhava, e consumou o estupro depois de várias negativas. Os abusos, relatam ela, teria continuado, com Gaiman usando sua posição de poder para exercer dominação. Entre os relatos de Pavlovich, há passagens que atestam que o escritor ignorou vários ‘nãos’, usou manteiga como lubrificante depois de negativas, a estuprou em frente do filho e forçou a práticas humilhantes, incluindo sexo oral envolvendo excrementos.
Outras mulheres relataram padrões semelhantes, com Gaiman exigindo que todas a chamasse de “mestre”. Também ouvida pelo veículo, Kendra Stout tinha 18 anos quando conheceu Gaiman, em uma sessão de autógrafos. Os dois teriam se envolvido, e ela alega que o sexo era violento e doloroso, incluindo agressões com cinto, e que não haviam discussões sobre limites ou o que seria permitido. Em uma ocasião, disse ela, os dois viajavam quando Kendra contraiu um infecção urinária. Ela teria dito a Gaiman que não haveria penetração, pois seria doloroso demais para ela, mas o escritor ignorou os protestos e a estuprou.
Ao menos oito mulheres acusam Gaiman de abuso. A maioria delas estava na casa dos 20 anos, enquanto ele passava dos 40, e já era um escritor consagrado. Na época em que as acusações vieram à tona, a equipe de Gaiman não negou as relações, mas disse que elas haviam sido consensuais, e que o sadomasoquismo não é ilegal. A reportagem, no entanto, contradiz o escritor: segundo as mulheres, Gaiman teria forçado relações mesmo depois de negativas explícitas, e pressionado diversas delas a manterem o silêncio através de acordos financeiros de confidencialidade. A publicação afirma ainda que a ex-esposa de Gaiman, Amanda Palmer, sabia sobre os supostos abusos, e teria sido procurada por diversas mulheres que denunciaram a ela o comportamento do marido.
Quais são as acusações contra Neil Gaiman?
As acusações contra Gaiman se acumularam nos últimos meses: os relatos começaram a pipocar em julho, através do podcast Master: The Allegations Against Neil Gaiman, em que as supostas vítimas relataram situações como a cobrança de favores sexuais em troca de moradia, sexo por telefone sem consentimento, tentativas de beijos forçados e toques indevidos — uma delas, inclusive, disse que chegou a confrontar o autor, e que ele teria pagado a ela uma quantia que mais tarde percebera ser para abafar o caso. Ele, no entanto, nega qualquer irregularidade ou má conduta.
Desde que os relatos surgiram, as adaptações de Gaiman acabaram em um limbo de incertezas. Produção da Netflix, Garotos Detetives Mortos foi cancelada em agosto com apenas uma temporada, e sem maiores explicações sobre o motivo que levou à interrupção da história — Sandman, no entanto, segue em produção e estreia a segunda temporada ainda neste ano. Segundo a Variety, a terceira e última temporada de Good Omens, da Amazon, seria reduzida drasticamente a um especial de 90 minutos, porém, pode ter sido interrompida — Gaiman teria, inclusive, sugerido se afastar da produção em um primeiro momento para que a série seguisse em produção em meio à crise, noticiou o Deadline. Por enquanto, as adaptações envolvendo a obra do autor permanecem em um limbo de onde dificilmente vão sair.
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