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Críticas e análises sobre o universo da televisão e das plataformas de streaming

‘Queer as Folk’ ganha remake com mais diversidade entre os LGBTQI+

Série honra sua versão original ampliando o escopo de sexualidades retratadas — e aposta na liberdade do streaming para exagerar nas cenas de nudez

Por Kelly Miyashiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 31 jul 2022, 09h00

Quando foi lançada em 1999, a série inglesa Queer as Folk logo se tornou um marco. Na época, tramas sobre o dia a dia de homens gays, sem o estereótipo de uma vida desregrada, eram novidade. No ano seguinte, a produção ganhou uma versão americana — que ficou no ar até 2005, e ganhou no Brasil o estranho título Os Assumidos. Mais de vinte anos depois, Queer as Folk ganha, neste domingo, 31, uma nova versão na plataforma de streaming Starzplay. O remake se aprofunda ainda mais na vida da comunidade LGBTQIA+, sigla que ganhou várias novas letras de lá para cá.

Curiosamente, a série carrega mais representatividade do que as anteriores: a maioria do elenco é realmente gay, queer e trans. A trama também mostra mais diversidade de experiências entre os homossexuais, com a presença de negros, cadeirantes e neurotípicos. Um sinal de que as produções que deram o ponta pé na diversidade no passado estavam na superfície ao representar um recorte do recorte da sociedade.

A nova trama foi inspirada no caso real da chacina de pessoas LGBTQIA+ na boate Pulse em Orlando, em 2016. No roteiro fictício, um tiroteio em uma balada em Nova Orleans é o pano de fundo que mexe com os personagens. A tragédia não é representada explicitamente, e sim o modo como os sobreviventes lidam com o trauma. Ao contrário da série original, que nasceu ainda sob a sombra do preconceito da epidemia da Aids, a nova produção aproveita as liberdades do streaming para enaltecer a vida sexual agitada dos gays e queer. Para isso, abusa de nudez, incluindo a da personagem trans Ruthie (vivida pela atriz trans Jesse James Keitel), e vai além: corpos masculinos são exibidos sem pudores, e a liberdade sexual é exaltada cena sim, na outra também.

https://www.youtube.com/watch?v=04vsg9-Yisg

A série conta a história de vários pontos de vista da “comunidade arco-íris”. Brodie (Devin Way) tem uma relação complicada com Noah (Johnny Sibilly), que esconde um namoro com Daddius (Chris Renfro), amigo dos dois. Melhor amiga de Brodie, Ruthie (Jesse James Keitel) é uma mulher trans e professora que está tendo uma filha com a namorada não-binária, CG (Shar). Já o aluno de Ruthie Mingus (Fin Argus) também é não-binário e tem o sonho de ser uma drag queen. A vida de todos se transforma na noite do tiroteio, fazendo com que reavaliem o que sentem, pensam e vivem ao se chocarem com o preconceito de forma tão cruel. Os personagens trabalham seus traumas com drogas, sexo e diálogos fortes, em um luto de várias faces.

O excesso de liberdade sexual por vezes distrai do propósito original da série: Queer as Folk nasceu para mostrar os desajustados sob uma ótica de, por assim dizer, normalidade. Aqui, pessoas de personalidade singulares e complexas, que fogem aos padrões tradicionais, pintam um quadro que vai do drama ao humor. Para além dos excessos de corpos nus, sua missão é atrair um olhar mais gentil sobre aqueles que ousam ser diferentes — mesmo que esse seja o caminho mais difícil.

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