Por que Globo esconde o ‘diabinho’ de José Inocêncio em Renascer
Novela das 9 da Globo tem 'cramulhão' como figura de adoração do protagonista vivido por Marcos Palmeira
A Globo decidiu esconder a imagem do ‘diabinho’ de José Inocêncio (Marcos Palmeira) no remake de Renascer. No início da novela das 9 da Globo, o protagonista jovem (interpretado por Humberto Carrão) chega a Ilhéus, na Bahia, e faz um pacto com um jequitibá-rei para prosperar como produtor de cacau e que, enquanto a árvore monumental estiver de pé, ele não morrerá. Ele é acompanhado por um diabinho aprisionado dentro de uma garrafinha, uma lembrança comprada em Salvador. O personagem é escalpelado por jagunços do coronel Firmino (Enrique Díaz) e é deixado para morrer, porém, ele sobrevive com a ajuda de Rachid (Gabriel Sater), um caixeiro viajante que o encontra e costura suas feridas. Em outro momento da trama, ele também sobrevive à tentativa do coronel Belarmino (Antonio Calloni) de assassiná-lo com um tiro. Com isso, Inocêncio acredita ter “o corpo fechado” e estar vivo graças ao Diabo.
No presente, o personagem ainda guarda a figura do “cramulhão” em um altar. Na versão original, escrita por Benedito Ruy Barbosa, o tal diabinho era mostrado em detalhes, porém, na adaptação de Bruno Luperi — também neto de Barbosa –, a imagem tem sido alterada. O motivo para essa mudança é a uma decisão da direção da emissora para não afugentar o público evangélico e conservador. A produção de Renascer tem usado efeitos na edição para disfarçar a figura adorada por Inocêncio, que se aproveita da fama de “protegido pelo Diabo” para assustar seus inimigos.
Segundo o site oficial da novela, o demônio deveria aparecer em 3D, como se estivesse dançando para o público, mas as cenas em questão foram cortadas, por enquanto, como medida para agradar a parcela cristã do público.
Em Pantanal, outra obra de Benedito Ruy Barbosa — exibida pela Manchete em 1990 — e adaptada por Bruno Luperi na Globo, em 2022, o pacto com o diabo também fazia parte da história, com o personagem Trindade (Gabriel Sater), que incorporava o “Cramulhão”.
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