‘Operação Lioness’: brasileira reforça onda da espionagem feminina na tela
A afiada série reforça uma providencial safra de produções do streaming que exploram esse universo
Cruz Manuelos é uma jovem solitária com pouca perspectiva de futuro. Sem família ou amigos próximos, ela é perseguida por um bando perigoso, e se refugia por acaso numa agência da Marinha americana, onde recebe a chance de se alistar à força militar. Forte e determinada, Cruz demonstra habilidades físicas cruciais no campo de batalha. Mas é sua tenacidade que convence os agentes de que a garota não tem nada a perder. Disposta a deixar a vida que conhece para trás, ela é recrutada pela CIA para fazer parte da empreitada que dá nome à série Operação: Lioness (leoa, em português), devotada a infiltrar agentes femininas disfarçadas em organizações terroristas.
A arte da inteligência – Os bastidores da CIA e do FBI
Criada por Taylor Sheridan, que tem no currículo produções de sucesso como o faroeste Yellowstone e o roteiro de Sicario: Terra de Ninguém (2015), de Denis Villeneuve, Operação: Lioness estreia os primeiros episódios neste domingo, 23, no Paramount+, e reforça a onda de produções recentes sobre espionagem protagonizadas por mulheres. Alguns exemplares da tendência podem ser conferidos no streaming. Em Citadel, nova aposta da Amazon Prime Video, Priyanka Chopra exibe seus dotes de lutadora ao lado de Richard Madden, enquanto Keri Russell brilha na Netflix como a bem articulada embaixadora Kate Wyler de A Diplomata. Em agosto, a plataforma lançará o aguardado Agente Stone, com Gal Gadot na pele de uma corajosa espiã.
No caso de Operação: Lioness, Laysla de Oliveira é quem dá vida à destemida Cruz. O nome aportuguesado não é coincidência: nascida em Toronto, no Canadá, a atriz é filha de brasileiros, e morou no país por um tempo na infância. Ela fala português fluentemente, e tem relações estreitas com o Brasil. Com um papel de destaque na série, Laysla se sai bem no desafio de atuar ao lado de figurões já consagrados em Hollywood. Consolidada nas maiores franquias atuais, Zoe Saldaña vive Joe, a chefe da operação e mentora de Cruz, que se esforça para conciliar a vida pessoal com o trabalho. A dupla Nicole Kidman e Michael Kelly interpreta os supervisores da operação — e há, de quebra, o grande Morgan Freeman, que vive o secretário de estado Edwin Mullins.
O elenco estrelado serve de chamariz, mas o enredo bem trabalhado é que cumpre o papel de prender o espectador: depois de ser recrutada pela CIA para a operação especial, Cruz precisa se aproximar da filha de um bilionário suspeito de envolvimento com uma poderosa organização terrorista. O objetivo não é nada modesto: destruir o organismo por dentro e evitar um novo 11 de Setembro. Só uma leoa voraz daria conta do recado.
Publicado em VEJA de 26 de julho de 2023, edição nº 2851
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