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Críticas e análises sobre o universo da televisão e das plataformas de streaming

O controverso vespeiro religioso em que ‘Três Graças’ se meteu

Preso por chefiar o tráfico na Chacrinha, Jorginho Ninja se converteu e busca perdão pelos crimes cometidos

Por Amanda Capuano Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 24 nov 2025, 18h50 - Publicado em 24 nov 2025, 18h30

Prestigiado na Globo, Aguinaldo Silva nunca teve medo de tocar em temas polêmicos em suas novelas. No ar há pouco mais de um mês, Três Graças já mexeu em um vespeiro religioso controverso, que divide não apenas os fiéis, mas a sociedade como um todo: a regeneração de criminosos através da conversão religiosa. A discussão foi colocada na trama através de Jorginho Ninja (Juliano Cazarré), que deixou a cadeia após ser diagnosticado com uma doença terminal e está determinado a conhecer a filha.

Ex-chefe do tráfico na Chacrinha, Jorginho se envolveu com Gerluce (Sophie Charlotte) quando ela ainda era adolescente e mentiu sobre ter se afastado do crime. O homem engravidou a então adolescente e se voltou contra ela quando descobriu a gestação, mantendo a mãe de Joélly (Alana Cabral) em cárcere privado e fazendo pressão psicológica para que ela abortasse a criança. Traumatizada com os abusos do passado, a cuidadora nunca contou à filha quem é o seu pai, e chegou a desmaiar de desespero ao encontrar Jorginho na rua.

Com uma extensa ficha criminal, o pai de Joélly passou anos na cadeia e se aproximou do pastor Albérico (Enrique Diaz) durante o tempo de reclusão, transformando o religioso em uma espécie de confidente. Incentivado por ele, Jorginho se converteu ao protestantismo e declarou que “entregou sua vida a Deus”. O religioso argumenta que já viu muita gente usar a religião e atestar que mudou da boca para fora, mas que não é o caso de Jorginho, que busca o perdão da ex-namorado e uma aproximação da filha.

A tarefa, no entanto, não vai ser fácil: enquanto o pastor defende sua regeneração e uma segunda chance, argumentando que ele já cumpriu sua pena e que apenas Deus pode julgar seus atos, Gerluce e a mãe se recusam a acreditar na mudança, muito menos cogitam perdoar o criminoso pelas violências cometidas. A discussão costuma dividir pessoas também na vida real, gerando controvérsia entre aqueles que apontam hipocrisia na conversão de criminosos violentos e os que defendem a regeneração por meio da fé.

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