Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Imagem Blog

Tela Plana

Por Kelly Miyashiro Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Críticas e análises sobre o universo da televisão e das plataformas de streaming
Continua após publicidade

O artista que luta pela arte dos bonecos de sucessos como ‘Cocoricó’

O ator Fernando Gomes resiste ao tempo e à quase extinção de programas infantis na TV para fazer a criançada feliz

Por Kelly Miyashiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 7 jul 2024, 15h43 - Publicado em 7 jul 2024, 08h00

Filho caçula de pais separados, Fernando Gomes sempre se achou habilidoso com as mãos. Quando a mãe, Nazaré, cozinheira de primeira, começou a dar aulas de culinária e a fazer doces e salgados por encomenda para proporcionar, sozinha, estudos para os três filhos, o adolescente e os irmãos a ajudavam a enrolar brigadeiros e coxinhas. Depois, ela abriu um bufê infantil, e Gomes passou a auxiliar nas decorações, usando os materiais à disposição para produzir bonecos temáticos, pintando e costurando essas criações. Na juventude, foi estudar artes plásticas e teatro, e começou a fazer — de novo — bonecos por hobby. Por um acaso feliz, uma de suas obras chamou a atenção de uma atriz manipuladora do Bambalalão (1980-1990), programa infantil da TV Cultura, iniciando a trajetória dele no mercado audiovisual voltado para crianças. Em 1989, então aos 28 anos, Gomes fez Júlio, um menino ruivo de 8 anos cheio de sardas no rosto que logo virou a grande estrela de Cocoricó, um dos programas mais famosos da Cultura até hoje. A atração foi cancelada pela emissora paulista em 2013 – com episódios antigos sendo reprisados em looping desde então —, em meio a reformulações estratégicas de programação. Mas, felizmente, volta a ter edições inéditas neste ano. “Começamos a gravar em 22 de julho e entraremos no ar em outubro”, adiantou Fernando Gomes em entrevista a VEJA.

Uma História da TV Cultura – Jorge da Cunha Lima

Dono de um carisma contagiante, Gomes, hoje aos 63, também dá vida a outros personagens famosos, como o Relógio e o Gato Pintado do Castelo Rá-Tim-Bum, o X de X-Tudo e o Garibaldo da versão brasileira de Vila Sésamo. No entanto, viu o espaço para a programação infantil na TV aberta ser diminuído ano após ano, conforme as normas brasileiras foram restringindo a publicidade direcionada a crianças, sumindo com os patrocínios. Para quem viveu o auge da rede de televisão pública, em 2006, quando chegava a 6 pontos de audiência (cerca de 600 000 telespectadores em SP) e à vice-­liderança do ibope, com Castelo Rá-Tim-Bum, além do sucesso de DVDs do Cocoricó (mais de 200 000 cópias vendidas), foi triste presenciar o escanteamento de tais programas. “O Fernando sempre teve uma percepção ótima da audiência infantil, sabendo exatamente como conquistar as crianças”, lembra Beth Carmona, ex-diretora da Cultura.

LÁ ATRÁS - Com o Júlio, em 1989: após mais de dez anos sem episódios novos, o Cocoricó volta à TV em 2024
LÁ ATRÁS - Com o Júlio, em 1989: após mais de dez anos sem episódios novos, o ‘Cocoricó’ volta à TV em 2024 (Jair Bertolucci/.)

Raios e trovões: A história do fenômeno Castelo Rá-Tim-Bum – Bruno Capelas

Continua após a publicidade

Apesar disso, o ator tem esperança de que as empresas privadas percebam o potencial que existe no entretenimento infantil. “Não precisa vender um brinquedo. Os pais vão reparar no que o filho está assistindo e são eles que podem acabar consumindo, por exemplo, o serviço de um banco que apoie o projeto”, defende. Recentemente, Gomes esteve no ar como o cachorrinho Bookaboo, programa — produzido pela Conspiração — que leva esse nome no Gloobinho, canal infantil da Globo na TV paga. Na adaptação brasileira do formato importado do Reino Unido, o filhote só consegue apresentar seu show se um famoso, como Klara Castanho e até o escritor Pedro Bandeira, ler uma historinha para ele. No final de julho, Gomes estreia A Caverna Encantada, nova novelinha do SBT, como a voz de Moleza, um bicho-preguiça de pelúcia que é escudeiro fiel da protagonista. Ele vê o futuro com otimismo. “Nunca tive intenção de fazer o que faço para ser famoso. Dublar e interpretar bonecos é o que eu mais amo na vida”, diz. Por trás da magia há talento — e resiliência.

Publicado em VEJA de 5 de julho de 2024, edição nº 2900

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

a partir de 39,96/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.