‘Mulheres Asiáticas’: O programa que mira em representatividade amarela
Apresentado por Jacqueline Sato, atração do canal E! Entertainment está disponível também no streaming Universal+
Um dia, enquanto estava na casa do irmão, Jacqueline Sato começou a refletir sobre a ideia de ter um programa que pudesse enaltecer mulheres como ela: nipo-brasileiras, que raramente se viam bem representadas no audiovisual nacional. Filha do empresário Nelson, fundador da distribuidora Sato Company com Magali Sato, Jacqueline levou a ideia para a empresa da família para burilar a ideia melhor. Sua intenção era fazer um programa que pudesse não só dar espaço para a força feminina de tantas descendentes de imigrantes japoneses, como também para que abrisse os olhos do país para a importância da “amarelitude”, conceito de valorização de pessoas amarelas. Após meses de produção, busca por patrocínios e parceiros, além de uma extensa produção para encontrar o elenco ideal, o resultado foi positivo e, em 1º de agosto, Jacqueline estreou à frente do Mulheres Asiáticas, programa que mistura talk-show de entrevistas e documentário, no canal E! Entertainment na TV por assinatura e no streaming Universal+. A série tem direção de Denise Meira do Amaral e Aya Matsusaki.
Nesta que, a princípio, é só apenas a primeira temporada, o programa pautado pela iniciativa de dar mais representatividade a pessoas asiáticas é interessante ao mostrar a pluralidade de mulheres nipo-brasileiras, com tantas histórias e nuances distintas. Para isso, existem mulheres amarelas envolvidas diretamente na produção, direção e em outras funções dos bastidores. Vale dizer que se a série obtiver bons resultados comerciais e de audiências, pode ganhar novas temporadas com descendentes de coreanos e chineses também.
No primeiro episódio, Jacqueline recebeu a atriz Danielle Suzuki e a mestra cervejeira Maíra Kimura, da marca de cerveja de toques orientais Japas. Além de conversar com as duas sobre suas respectivas histórias em um estúdio, o programa também exibe entrevistas de pessoas próximas às convidadas, e oferece a elas a oportunidade de uma apresentar o seu ofício à outra. No caso de Danielle e Maíra, a atriz aprendeu a fazer cerveja, enquanto a empresária atuou em um vídeo comercial da própria marca.
Entre outras convidadas dessa jornada estão: a gastrônoma Marisa Ono e a modelo afro-asiática Camila Komakome; a dupla de produtoras de conteúdo Thalita e Gabriela, do perfil Two Lost Kids, e a marketeira Angela Hirata; a atriz Ana Hikari e a chef de cozinha Telma Shiraishi, do restaurante Aizomê, de São Paulo; além de Fernanda Takai, vocalista do Pato Fu; a ceramista Hideko Honma; a atleta de judô Gabriela Chibana, que representou o Brasil na Olimpíada de Tóquilo 2020; e a estilista e modelo Teodora Oshima.
Com relatos fortes de histórias de superação de preconceitos, adversidades e às vezes até das próprias criações, e o resgate de ancestralidades, o docu-reality é muitas vezes tocante, divertido e provocativo — afinal, em um país que ostenta uma das maiores concentrações de imigrantes japoneses do mundo, a representatividade dessa etnia no audiovisual nacional ainda ser tão baixo é lamentável. O Mulheres Asiáticas partir da ideia de “se não pode se juntar a eles, crie algo novo” é louvável. E merece atenção do público, sendo ele asiático ou não.
Com seis episódios, Mulheres Asiáticas vai ao ar às quintas-feiras, às 23h, no canal E! Entertainment, e está disponível também no streaming Universal+.
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