Lobo-terrível: como Game of Thrones mostra animal revivido pela ciência

Graças ao trabalho extraordinário da empresa de biotecnologia Colossal Biosciences, a espécie conhecida como lobo-terrível (ou dire wolf, em inglês), que não habitava a face da Terra há coisa de 10.000 anos, foi ressuscitada — para espanto do mundo (eles aparecem na lista de assuntos mais pesquisados no Google Trends nesta terça). Sua recriação, a partir de amostras de DNA fóssil, é um  feito que abre imensa (e instigante) avenida para aqueles que sonham em trazer de volta à vida animais fantásticos há muito desaparecidos, dos mamutes ao pássaro Dodô. Enquanto isso, a visão dos três bichinhos saídos diretamente da América do Norte da Era do Gelo para os dias de hoje enternece os humanos ao redor do globo. As primeiras atenções se voltaram para os irmãos mais velhos da ninhada, Remus e Romulus, cujos nomes homenageiam os irmãos que fundaram Roma e foram notoriamente amamentados por uma loba. Mas é o nome da caçulinha que  iluminará para muita gente — ao menos os fãs de séries — qual era o aspecto do bicho agora redivivo. Khaleesi ganhou esse epíteto em homenagem à princesa Daenerys Targaryen, de Game of Thrones. Faz sentido: muito antes do feito científico agora anunciado, a série da HBO deu uma força e tanto ao resgate da imagem dos lobos-terríveis. Confira como eles eram mostrados na trama baseada nos livros de George R.R. Martin e exibida pela plataforma Max:

Qual a ligação dos lobos-terríveis com GoT?

No mundo de fantasia de Westeros, os lobos-terríveis são animais nobres e que inspiram medo e respeito. Mas também são raros: ao Sul da Muralha que isola o gélido extremo Norte do cenário de Game of Thrones, eles inexistem. Sabe-se que no Norte já foram comuns, mas tornaram-se cada vez menos numerosos — os relatos de que ainda existem vêm dos guardas que formam a Patrulha da Noite que avistaram um ou outro para além da Muralha.

A cabeça de um desses lobos é o símbolo do clã dos Stark, que controla o maior reino nortista da saga, em torno do castelo de Winterfell. Certo dia, Eddark Stark e seus filhos — incluindo o bastardo Jon Snow – encontram uma loba-terrível morta na neve e percebem que debaixo dela há uma ninhada lutando desesperadamente para sobreviver ao frio. O primeiro impulso é de matar os cinco filhotes órfãos por piedade, mas Snow convence o pai de que encontrar esses animais que simbolizam a família, e ainda no número exato dos filhos legítimos de Eddark, é um sinal que não deve ser desprezado. Cada um deles, portanto, é dado a um dos filhos do cavaleiro — Robb, Bran, Arya, Sansa e Rickon. O bastardo Snow, no entanto, encontra um sexto filhote albino, que passa a ser seu.

Qual o destino dos lobos-terríveis em GoT?

Mais tarde, com os filhos e os mascotes já crescidos, Eddark Stark parte rumo ao Sul para se tornar a Mão do rei Robert Baratheon, levando consigo as filhas Sansa e Arya e suas respectivas lobas, Lady e Nymeria. A visão das feras imensas e desconhecidas causa furor e admiração no reino. Mas os animais passam a correr perigo quando Nymeria ataca o mimado príncipe Joffrey. Arya então precisa se separar de Nymeria, despachando-a para as florestas em direção ao Norte, com o objetivo de salvá-la da punição real. No lugar dela, Lady acaba executada pela ofensa ao príncipe. Um a um, os lobos de Robb, Bran e Rickon também serão mortos ao longo da série. Somente Ghost, o exemplar albino de Jon Snow, escapa desse destino.

Como foram criados os lobos-terríveis de GoT?

Curiosamente, como ainda era um sonho distante reviver os lobos-terríveis quando Game of Thrones foi gravada, a produção da série teve de recorrer a expedientes engenhosos para retratar o predador gigante na tela. A solução foi utilizar em cena cães da espécie Inuit do Norte, que são resultado do cruzamento de huskies siberianos com malamutes e têm aspecto de lobos. Para conferir a dimensão impressionante do animal lendário, os produtores da série recorrem ao uso de efeitos de CGI.

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