Relâmpago: Digital Completo a partir R$ 5,99
Imagem Blog

Tela Plana

Por Kelly Miyashiro Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Críticas e análises sobre o universo da televisão e das plataformas de streaming

‘La Casa de Papel’: Atores falam sobre o sucesso inesperado e o adeus

Em conversa com VEJA, intérpretes de Estocolmo (Esther Acebo), Denver (Jaime Lorente) e Tokio (Úrsula Corberó) comentam sobre o fim da trama da Netflix

Por Tamara Nassif Atualizado em 6 set 2021, 10h14 - Publicado em 6 set 2021, 10h09

Torcer para que os bandidos levem a melhor não é uma premissa lá muito inovadora em uma trama de ação – O Poderoso Chefão que o diga. Mas, desde que La Casa de Papel estreou na Netflix, poucas do gênero conseguiram arrebanhar tantos fãs do jeito que o mirabolante novelão espanhol conseguiu. Série de língua não-inglesa mais vista na plataforma, a produção de Álex Pina tem assaltantes com nomes de cidades (de Helsinki, na Finlândia, à cidade maravilhosa Rio), montados em macacões vermelhos e máscaras do pintor Salvador Dalí, invadindo a Casa da Moeda da Espanha em plena luz do dia. O sucesso da história fez com que La Casa de Papel fosse estendida à exaustão, com direito a uma paixão desvairada (e improvável) entre o mandante do roubo e a policial responsável por prendê-lo, e uma invasão ao banco espanhol com a personagem Tokio (Úrsula Corberó) montada em uma moto. Agora, os planos rocambolescos da trama estão chegando a um fim: na última sexta-feira, 3, chegou à Netflix a primeira parte da quinta e última temporada. 

“A impressão que tenho é que a série virou uma espécie de partida de futebol: tem o time dos assaltantes e o dos policiais”, disse a atriz Esther Acebo, intérprete da assaltante Estocolmo, a VEJA. É o que, para ela, explica a legião de fãs conquistada de 2017 para cá. Desde que a Inspectora Raquel Murillo (Itziar Ituño) debandou para o outro lado por causa do amado Professor (Álvaro Morte), virando, assim, a bandida Lisboa, uma nova e mais agressiva força-tarefa foi montada para impedir o segundo roubo à Casa da Moeda. A mando da carrasca Alicia Sierra (Najwa Nimri), que, apesar de grávida, não tem uma molécula de meiguice no corpo, o “time” dos policiais travou uma guerra contra os mascarados de Dalí, com artilharia pesada e estratégias tão mirabolantes quanto as deles. É um clássico Fla x Flu – mas com metralhadoras, bombas e tanques. “Assim como no futebol, a série aflora uma certa paixão e nos faz vibrar. Temos dois times, dois uniformes característicos, o hino Bella Ciao e o Dalí como emblema. Isso foi feito de propósito? Vai saber”, disse Acebo.

Para seu par romântico na série, o colérico Denver (Jaime Lorente, também em Elite), a metáfora futebolística faz sentido, mas, no fundo, ele diz “não ter ideia” do porquê a série se tornou um fenômeno. “Acho que tem até uma leitura revolucionária, anticapitalista, mas não era o nosso objetivo principal. A série é puro entretenimento, e, de alguma forma, apertamos o botão certo. Eu não sei qual é”, disse entre risos. 

A VEJA, os atores Esther Acebo e Jaime Lorente, bem como a protagonista Úrsula Corberó, comentaram sobre como foi pôr ponto final neste ciclo de quatro anos – e o que a trama simboliza para a dramaturgia espanhola. Confira abaixo os destaques da conversa:

Vocês estão no elenco principal desde o começo da série, lá em 2017. Como é dar adeus a La Casa de Papel? Do que mais sentirão falta?

Esther Acebo: É um amálgama de sentimentos, confesso. O dia em que finalizamos as filmagens foi muito forte, uma mistura de tristeza, angústia, cansaço e até a nostalgia em dizer adeus à rotina de quatro anos. Sei que não sentirei falta de acordar às 5 da manhã (risos), mas, de resto, sentirei saudades de tudo, principalmente dos meus colegas e das cenas de ação, sempre muito divertidas. Tenho tentado me soltar da série, pouco a pouco. Agora é a hora de olhar para o futuro e para os novos projetos que estão por vir. 

Continua após a publicidade

Jaime Lorente: Tem sido difícil: até o último episódio ir ao ar, não vou sentir como se tivesse acabado. Nós viramos uma família nesse processo. Foi uma experiência muito bonita, que mudou minha vida completamente. 

A série é um sucesso mundial. Ela abriu portas para vocês fora da Esoanha? Como eram as oportunidades antes de La Casa de Papel e como são agora?

Úrsula Corberó: Sou entusiasta de tudo que move as pessoas a assistir uma produção espanhola, e o movimento provocado pelo streaming tem sido insano. Algumas das coisas que aconteceram comigo seriam absolutamente impensáveis até pouco tempo atrás, por exemplo estrelar um filme de Hollywood e não precisar me mudar para os Estados Unidos para isso. As plataformas internacionalizaram tudo, e amo como isso dá oportunidade para que projetos pequenos ganhem mais espaço. 

Esther Acebo: A diferença entre antes e depois é enorme. Eu era uma atriz de teatro, o que costumava ser bem difícil, porque a renda era baixa e eu tendia a assumir outros trabalhos ao mesmo tempo. Com La Casa de Papel, fui de um extremo a outro: agora recebo roteiros para fazer filmes em Los Angeles. Só consigo me sentir grata pelo jeito que as oportunidades têm disparado.

Continua após a publicidade

Os personagens de vocês são bem controversos. Tokio é impulsiva, Denver é explosivo e Estocolmo, bem, faz jus ao nome e se apaixona pelo bandido que a fez de refém. Tem algo disso que ressoa com a personalidade real de vocês?  

Jaime Lorente: Felizmente, só dividimos o mesmo corpo. Não temos nada em comum; ele é um cara bem explosivo e eu sou da paz. Tentei construir esse personagem de uma forma bem distante da minha realidade, o que, honestamente, me ajudou a interpretá-lo melhor. 

Esther Acebo: Foi muito interessante viver uma mulher que começa a série como frágil e consegue dar uma volta de 180 graus na própria vida. Ela teve que tomar algumas decisões difíceis que mudaram até a forma dela de ver o mundo, e, no processo, se tornou corajosa e empoderada. O mesmo aconteceu comigo: sinto que viver a Estocolmo me fortaleceu.

Úrsula Corberó: Talvez eu e Tokio compartilhamos algumas coisas, mas não muitas. Uma delas é sempre ir com cara e coragem, e ser bem visceral. Gosto de como os roteiristas permitem que as protagonistas femininas cometam erros e tenham a oportunidade de fazer uma burrada. Isso faz parte de ser humana, e gosto muito de viver mulheres reais, que erram e se arrependem.

https://www.youtube.com/watch?v=pK1cWze6ozY&feature=emb_title

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
Apenas 5,99/mês
DIA DAS MÃES

Revista em Casa + Digital Completo

Receba 4 revistas de Veja no mês, além de todos os benefícios do plano Digital Completo (cada revista sai por menos de R$ 9)
A partir de 35,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a R$ 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.