Disney imita Netflix e deve combater compartilhamento de senhas
Empresa divulgou nesta semana o resultado do terceiro trimestre do ano fiscal e revelou mudanças no streaming em meio a crescimento tímido

A Disney divulgou nesta quarta-feira, 9, o balanço financeiro do terceiro trimestre do ano fiscal americano, e anunciou planos para impulsionar a empresa na guerra do streaming. Na coletiva de anúncio, o CEO Bob Iger revelou que a empresa deve seguir os passos da Netflix fiscalizando o compartilhamento de assinaturas nas suas plataformas. “Estamos explorando maneiras para lidar com o compartilhamento de contas e buscando as melhores opções para que assinantes pagantes dividam a conta com amigos e familiares”, disse ele, alertando que mudanças nas políticas de assinatura começarão a ser feitas no final do ano, com a inserção de termos adicionais sobre compartilhamento de senhas.
A estratégia pega carona na tática bem-sucedida da Netflix, que adicionou 5,9 milhões de assinaturas à sua base desde que começou a fiscalizar e a cobrar pelo compartilhamento de contas entre usuários da plataforma. Essa, no entanto, não é a única mudança planejada para o streaming. Junto com os resultados do trimestre, a empresa também revelou que vai oferecer, a partir de novembro, na Europa e Canadá, um plano de assinatura baseado em anúncios, já disponível nos Estados Unidos. Segundo Bob Iger, desde a implantação do plano no país, 40% dos novos assinantes do Disney+ escolheram a opção com anúncio. O preço da assinatura padrão também deve aumentar, e um novo plano padrão será oferecido em alguns locais, mas não se sabe ainda se ou como o Brasil será afetado neste processo.
As mudanças vêm em um momento de crescimento tímido do Disney+. Segundo os resultados do trimestre, a plataforma foi de 104,9 para 105,7 milhões de usuários pagantes nos últimos 12 meses, o que representa um crescimento de 1%. O Disney+ Hotstar — streaming ligado à Star India –, por outro lado, reduziu a base de assinantes em 24%. As perdas operacionais com o streaming, no entanto, caíram de maneira significativa, indo de 1,06 bilhão de dólares em julho de 2022 para 512 milhões no mesmo período de 2023. “Estamos priorizando a força de nossas marcas e franquias, racionalizando o volume de conteúdo que fazemos, o que gastamos e em quais mercados investimos”, disse Iger.