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Por Kelly Miyashiro

Críticas e análises sobre o universo da televisão e das plataformas de streaming

Cultura

De Pablo e Luisão a Ruptura: as 9 melhores séries de 2025 — até agora

Produções estão disponíveis nas plataformas Apple TV+, Disney+, Globoplay, Max e Netflix

Por Kelly Miyashiro SEGUIR SEGUINDO 23 jun 2025, 09h00

Pablo (Otavio Muller) e Luisão (Ailton Graça) na série do Globoplay (Reprodução/TV Globo)

O primeiro semestre de 2025 se encerra no final de junho, e várias séries foram lançadas até agora — entre inéditas e novas temporadas –, mas nove se destacaram no mundaréu de produções para a equipe de cultura de VEJA. Eis quais são elas:

Pablo e Luisão (Globoplay)

Criada pelo humorista Paulo Viera, a série nacional é baseada em histórias vivida por seu pai, Luisão, e o melhor amigo dele, Pablo — interpretados por Ailton Graça e Otavio Muller, respectivamente. A trama acompanha o cotidiano de uma família que passa por situações quase inacreditáveis para contornar a pobreza, tendo o bom humor como aliado indispensável para sobreviver à dureza do dia a dia. Popular, a trama conseguiu escapar da polarização que tem ditado (e inibido) o humor nos últimos anos e agradar um público amplo, fazendo a Globo tirar o pó do departamento humorístico com uma comédia simples, mas cativante. O trabalho de Dira Paes como Conceição, mãe de Paulo, na série também é um dos maiores trunfos da produção de dez episódios, que terminam com depoimentos de Luisão, Pablo e Conceição da vida real.

Andor (2ª temporada, Disney+)

Quando Rogue One: Uma História Star Wars estreou nos cinemas, em 2016, os fãs da saga ficaram curiosos para saber mais sobre o passado do carismático rebelde Cassian Andor (Diego Luna). Na primeira temporada da série Andor, lançada em 2022, ambientada cinco anos antes dos eventos do filme, descobrimos como o personagem vai de um zé-ninguém a revolucionário. Na segunda e última temporada, dividida em doze episódios, Andor se firma como o trabalho mais adulto e politizado da saga, muito devido à atuação segura e competente de seu protagonista. Seu final épico culmina com os eventos do filme de nove anos atrás.

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The Pitt (Max)

Na safra interminável de dramas médicos, a série The Pitt estreu sem muito alarde, mas logo se tornou a favorita dos médicos americanos por retratar a realidade de forma dilacerante do sistema de saúde dos Estados Unidos. Cada um dos quinze episódios se passa dentro do período de uma hora de um plantão de emergência, começando 7h e terminando às 21h, deixando a correria contra o tempo ainda mais frenética que a vista habitualmente na televisão.

O Estúdio (Apple TV+)

Em um dia qualquer, Matt Remick (Seth Rogen), um executivo do fictício estúdio Continental Studios Matt, é promovido a chefe das produções — o que deveria significar que ele realizaria o sonho de produzir grandes obras revolucionárias em Hollywood. Na prática, tudo vira um pesadelo conforme ele vai percebendo que o cargo consiste em resolver pepinos de estrelismo, cortes de gastos, favores e tudo de mais caótico nos bastidores da indústria. Com um olhar satírico sobre Hollywood e participações estreladas que vão de Martin Scorsese a Zac Efron, a comédia proporciona momentos constrangedores o suficiente para arrancar boas risadas.

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Ruptura (2ª temporada, Apple TV+)

Quando foi lançada pela primeira vez em 2021, Ruptura logo se tornou um hit entre os assinantes da Apple TV+ e o carro-chefe da plataforma de streaming. A demora para produzir e estrear sua segunda temporada levou três anos — devido ao alto nível da produção e a paralisação de atores e roteiristas de Hollywood em 2023 –, mas a espera valeu a pena. Centralizada em Lumon, uma empresa de tecnologia que realiza em alguns de seus funcionários um procedimento chamado de ruptura, que divide as memórias do trabalhador em duas partes, de modo que ao chegar no trabalho, ele não se lembra de nada do mundo externo e vice-versa, a série discute os limites do corporativismo com dilemas entre vida pessoal e trabalho. E a crítica fica ainda mais mordaz e misteriosa na segunda leva de episódios — e uma terceira já foi confirmada.

Stick (Apple TV+)

Astro do golfe na juventude, Pryce (Owen Wilson) sofreu um drama familiar que provocou um surto em campo e interrompeu abruptamente sua carreira. Sem perspectivas, trabalhando como vendedor de loja e relutante em dar o divórcio à ex-mulher, Amber -Lynn (Judy Greer), o atleta aposentado conhece Santi (Peter Dager), um prodígio do esporte aos 17 anos, mas que parou de competir após ser abandonado pelo pai, que era também seu treinador. Vendo o garoto como a oportunidade perfeita para recomeçar — e fazer dinheiro —, Pryce convence o rapaz, a mãe dele e seu melhor amigo, ranzinza, a embarcar em uma turnê de competições pelos Estados Unidos a bordo de um motor home, em uma jornada cômica e tocante sobre segundas chances e a construção de famílias nada convencionais.

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O Eternauta (Netflix)

A série argentina O Eternauta, estrelada por Ricardo Darín, é baseada na história em quadrinhos homônima, lançada em 1957 pelo autor Héctor Germán Oesterheld como uma ficção científica profunda e afiada, muito crítica ao imperialismo que, anos depois, acometeria o país e transformaria a trajetória da família Oesterheld para sempre. Entre 1976 e 1977, Héctor foi sequestrado pelo regime, assim como suas quatro filhas — duas das quais estavam grávidas — e seus quatro genros. Quase 50 anos depois, o paradeiro dos 9 desaparecidos ainda não foi esclarecido, algo que o sucesso da série pode mudar. Assim como os quadrinhos, a produção da Netflix tece uma crítica dura ao autoritarismo, usando como alegoria uma ameaça alienígena controlada por uma força invisível.

Hacks (4ª temporada, Max)

Outrora uma estrela da comédia, a septuagenária Deborah Vance (Jean Smart) contabiliza décadas de ostracismo à frente de um espetáculo de stand-up antiquado em Las Vegas. Mas então ocorre um daqueles milagres fascinantes do showbiz: com a ajuda de uma jovem roteirista, Ava (Hannah Einbinder), ela areja seu repertório e, enfim, realiza o sonho de apresentar seu próprio talk show. Com uma relação de amor, ódio e dependência emocional, as duas protagonistas se ajudam e se sabotam na mesma medida, enquanto produzem uma comédia sagaz e irresistível. A série só evolui a cada temporada — e tem uma quinta confirmada.

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Abbott Elementary (4ª temporada, Disney+)

Numa escola primária pública predominantemente negra na Filadélfia, a idealista professora Janine Teagues (Quinta Brunson, também criadora da trama) faz de tudo para melhorar a experiência dos alunos em cenário de penúria — e tem suas aflições acolhidas com ternura debochada pelas veteranas Barbara (Sheryl Lee Ralph), Melissa (Lisa Ann Walter) e até pela diretora Ava (Janelle James). Ela consegue superar as adversidades com o apoio do melhor amigo, Jacob (Chris Perfetti), e do charmoso Gregory (Tyler James Williams). Na quarta temporada, a escola recebe seu primeiro aluno branco, enquanto a construção de um campo de golfe no bairro ameaça o ecossistema da comunidade, e os personagens aprender a lidar com tantas mudanças. Em formato de falso documentário, a série faz a denúncia das mazelas do ensino com graça e personagens cativantes.