Internado desde o dia 5 de agosto com insuficiência cardíaca, o apresentador Fausto Silva, 73 anos, terá de fazer um transplante de coração. “Peço que quem gosta de mim, reze por mim. Tenho muita noção, uma família maravilhosa, uma mulher extraordinária. Com tudo isso, quem decide é o chefe lá em cima”, disse ele em um vídeo gravado no hospital, elogiando a equipe médica que o acompanha.
Democrática, a fila de transplante no Brasil é administrada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e organizada pela Secretaria Nacional de Transplantes, do Ministério da Saúde, que reúne os casos a partir de listas estaduais e regionais. A ordem de quem tem preferência é definida por uma série de critérios que vão além da chegada do paciente à lista. A começar pela compatibilidade entre doador e receptor, a urgência da necessidade do transplante e a idade do paciente — crianças possuem prioridade. A localização do paciente e do órgão a ser doado também é de extrema importância, em razão do tempo de isquemia, ou seja, a duração que o órgão possui fora do corpo durante o transporte entre doador e receptor.
Segundo a Central de Transplantes do Estado de São Paulo, até o final de julho de 2023, 20.800 pacientes aguardavam por doação de órgãos, sendo a principal demanda por rim, córnea e fígado. “Quanto aos transplantes cardíacos, 180 pessoas aguardavam no mês passado”, diz o comunicado enviado a VEJA. “De janeiro a julho de 2023, foram realizados 75 transplantes de coração no estado. O número é maior do que o registrado no mesmo período em anos anteriores (foram 64 procedimentos em 2018; 74 em 2019; 67 em 2020; 73 em 2021; e 73 em 2022).”
De acordo com a Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos, o coração é o terceiro órgão mais transplantado no Brasil, atrás do rim e do fígado, sendo o estado de São Paulo o líder no procedimento. Ainda segundo a Associação, a negativa familiar do possível doador é um dos principais entraves no país.