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Aos 91, Othon Bastos estreia peça em SP: “Só envelhece quem se entrega”

Veterano entra em cartaz com o monólogo 'Não me entrego, não!' no Sesc 14 Bis

Por Kelly Miyashiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 20 mar 2025, 16h20

Com quase 75 anos de carreira na TV, cinema e teatro e 91 de vida — ele completa 92 em 23 de maio, o baiano Othon Bastos estreia em São Paulo seu primeiro monólogo nesta quinta-feira, 20, no Sesc 14 Bis. Após uma temporada de sucesso no Rio de Janeiro, com 40 000 ingressos vendidos, o ator celebra sua própria jornada no espetáculo Não me entrego, não!, em que aborda vários pontos importantes de sua carreira. A peça ainda passará por Porto Alegre, Salvador, Fortaleza, Florianópolis, Belo Horizonte e Belém. Em entrevista a VEJA, o veterano fala do desafio de encarar um monólogo de 100 minutos, revisitar sua história e o segredo de como manter o fôlego e a paixão pela arte.

Confira a entrevista na íntegra:

Como surgiu a ideia de fazer esse monólogo sobre a sua carreira? Eu estava só fazendo filmes e televisão, e o teatro ficou um pouco para trás. E eu sentia que dentro de mim o teatro dizia que estava na hora de voltar. Eu fui ver um espetáculo do Flávio Marinho, de quem sou amigo há quase 50 anos, o Judy: o arco-íris é aqui, com Luciana Braga, e saí encantado. Cheguei em casa e falei com a minha mulher, Martha Overbeck, e surgiu a ideia de falar com o Flávio para ele fazer um espetáculo parecido para mim. E, então, começamos a conversar. Eu levei umas 600 páginas de anotações sobre os meus trabalhos no teatro, e passamos a separar por assuntos: arte, amor, dificuldade, problemas, e fomos montando em cima disso. E esse monólogo não é uma biografia, apenas passa por coisas que aconteceram na minha vida. Ele disse: “Engraçado que muita coisa que estou lendo é engraçada. Todo mundo acha que você é um ator épico, um ator sério. Muitos não sabem dessas histórias cômicas”. Então nasceu o monólogo aos poucos.

O monólogo toca em partes difíceis também? Eu não queria nada de tristeza, só alegria. Queria rir de mim mesmo. E para nossa surpresa muitas pessoas quiseram assistir à peça. Porque nossa ideia era fazer só uma temporada, de dois meses, e ver no que ia dar. Mas tudo que você faz você precisa ter humor e esperança de que tudo vai dar certo. É como o Mário Quintana diz: “Eu não tenho paredes, eu só tenho horizontes”.

O espetáculo em São Paulo terá algo de diferente do Rio? Não, imagina. São Paulo tem uma importância muito grande na minha vida. Eu vim para São Paulo em 1960 e fui trabalhar no Teatro Oficina, com o Zé Celso (1937-2023). Aprendi muito com ele, com os colegas do teatro e tudo mais. Nessa cidade também abri a minha própria companhia profissional de teatro, montando vários espetáculos. Por isso tenho um passado muito especial com São Paulo.

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Como manter o fôlego de uma temporada tão longa de apresentações e aos 91 anos? É importante se cuidar, se tratar, mas acho que o segredo é o fogo que a gente tem dentro da gente. A minha geração, que tem Fernanda Montenegro, Natália Timberg, e muitos outros que já foram, sempre teve essa paixão pelo teatro, essa vontade de trabalhar com isso, a felicidade de estar no palco. Quando entro no palco, me sinto feliz, é como se tivesse 20, 30 anos. Não posso deixar essa peteca cair. Eu saio acabado do trabalho, mas ouvir o que as pessoas dizem é uma alegria. Vamos lutando, só envelhece quem se entrega.

Fazer esse espetáculo fez o senhor refletir muito sobre a vida? Sim, é uma terapia diária. Porque cada vez que você está no palco falando sobre você mesmo, rindo de você mesmo é precioso. Faz a gente não se levar tão a sério. Eu gosto da Emily Dickinson, que fala: “Eu nasço contente todas as manhãs.”. Você tem que ter essa alegria de viver.

Serviço:

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Não me entrego, não!
Onde: Sesc 14 Bis
Quando: 20 de março a 20 de abril, de quinta a sábado, às 20h, e domingo, 18h
Ingressos no site do Sesc

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