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A mudança reveladora da geografia carioca exposta em ‘Vale Tudo’

Remake da novela das 9 da Globo alterou cenários e mostrou nova lógica do espaço da cidade maravilhosa

Por Amanda Capuano Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 16 Maio 2025, 11h20

Quando Vale Tudo foi ao ar pela primeira vez, em 1988, o mundo era outro: o nível de desigualdade era mais alto do que atualmente, e o conflito entre honestidade e falcatruas fervilhava em um Brasil recém-saído das garras da ditadura militar, com escândalos de corrupção pipocando nos jornais. Quase quarenta anos depois, as discussões da novela seguem atuais, mas o remake expõem também mudanças relevantes na sociedade — inclusive na geografia do Rio de Janeiro, que tem hoje 30% mais habitantes do que na década de 1980.

Ambientada na cidade maravilhosa, a novela original tinha o núcleo “pobre” de Raquel e companhia, estabelecido no Catete, bairro da zona sul carioca considerado “humilde” quando comparado à orla de Copacabana, Leblon e Botafogo. Antes tradicional e histórica, a região perdeu boa parte de sua relevância econômica a partir da década de 1960, com a transferência da capital federal para Brasília, e só se recuperou nas últimas duas décadas. Com a valorização do bairro, a “classe operária” do remake foi realocada para a Vila Isabel, também com o objetivo de dar visibilidade a outra região da cidade. “Entendemos que ampliaríamos a conversa levando esses personagens para a zona norte do Rio de Janeiro. Vila Isabel ajudou a conceituar os personagens e tramas desse núcleo. É um bairro com personalidade, romântico e amigo”, explica Paulo Silvestrini, diretor artístico da trama.

Catete e Vila Isabel não foram os únicos a serem realocados no complexo mapa social de Vale Tudo. Originalmente ambientada no Joá, bairro tradicional da Barra da Tijuca, a mansão da família Roitman não tem sua localização especificada na trama, mas as cenas são gravadas em um casarão na Glória, eleito pela revista britânica Time Out como o nono bairro mais legal do mundo — o único brasileiro a integrar o top10 da lista. “Conceituamos os ricos como pessoas que vivem em um mundo próprio, exclusivo, distante e acima das pessoas comuns. Queríamos uma novela urbana, a cidade presente”, explica Silvestrini sobre a mudança, atestando que a arquitetura “com ares europeus” e “feminina” foi essêncial para a escolha do cenário porque “combina muito com Celina”.

Outra localidade que foi alterada na nova versão da novela para exprimir o conceito urbano atualizado da produção foi a pousada de Cecília, que era originalmente em Búzios e foi transferida para Paraty, ambas cidades fluminenses. “Optamos por ambientar a pousada em uma cidade ao invés de uma praia isolada. Paraty é encantadora, cercada pela exuberante natureza da Costa verde e muito acolhedora”, conta Silvestrini, dizendo que a ambientação “traduz o espírito do núcleo de personagens que frequentam a pousada, engajados com questões ambientais e com um ritmo diferente da cidade grande”.

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