7 episódios de ‘The Crown’ que são obras-primas da TV – e resumem a série
Seriado da Netflix chega ao final em sua sexta temporada e deixa um legado de como se fazer uma bela e afiada produção de fatos reais
Ao longo de seis temporadas, a série The Crown, lançada em 2016, se propôs a acompanhar momentos importantes da trajetória da rainha britânica Elizabeth II. Ao observar a monarca, a produção primorosa da Netflix flertou com fatos históricos importantes, muitas vezes narrados por pontos de vista inusitados. Confira a seguir uma seleção de sete episódios da série que são obras-primas da TV – e que servem de esquenta para antigos espectadores e de introdução para novos. A sexta temporada lança quatro episódios nesta quinta-feira, 16, e os demais em 14 de dezembro.
Rainha em treinamento
(Temporada 1, episódio 7)
Com Claire Foy no papel da rainha, o episódio resume o espírito da primeira temporada. Enquanto uma jovem mulher assume o trono da Inglaterra, homens idosos no poder (entre eles Winston Churchill) lidam com crises internacionais que ainda refletem o pós-guerra na década de 1950. Na trama, Elizabeth contrata um tutor para ficar a par dos principais assuntos de geopolítica.
Passado nazista
(Temporada 2, episódio 9)
Em um dos episódios mais impactantes da série, a produção vai ao passado do príncipe Philip, marido de Elizabeth II, proveniente de uma família nazista. Enquanto o jovem na infância lida com a perda de parentes e o desmantelar do mundo que ele conhecia, a série salta no tempo para mostrar a dura criação do príncipe Charles – então uma criança sensível que Philip tenta “transformar” em um homem durão.
Luto coletivo
(Temporada 3, episódio 3)
Episódio mais elogiado de The Crown, ele retrata a tragédia da cidade de Aberfan, que em 1966 perdeu 28 adultos e 116 crianças, vítimas de um deslizamento de resíduos de uma mina de carvão que atingiu uma escola. A trama mostra a postura da rainha que tinha fama de gélida – e como ela demorou a entender que seu papel simbólico como soberana demandava também posturas sociais e de apoio ao povo em momentos difíceis.
O príncipe e o professor
(Temporada 3, episódio 6)
Antes de ser o príncipe de Gales, Charles (interpretado por Josh O’Connor) se propôs a aprender o galês, língua do pequeno país de poucos atrativos na ilha da Grã-Bretanha. Um professor nacionalista, que luta pela independência da região, é o eleito para ensinar o príncipe. A relação inicialmente conturbada entre eles cresce para uma amizade inesperada, num belo roteiro sobre aceitação de diferenças.
O intruso
(Temporada 4, episódio 5)
Vivida por Gillian Anderson, a controversa primeira-ministra Margaret Thatcher impôs um regime austero ao Reino Unido durante seu governo. No episódio, a crise econômica e política é representada por Michael Fagan, um homem desempregado que invade o palácio e entra no quarto da rainha, onde traça uma longa conversa enquanto a faz de “refém”. O caso é baseado em fatos: realmente Fagan entrou no palácio e invadiu o quarto da rainha, porém, ela não estava lá – evento que serviu para uma maior rede de segurança ao redor do castelo. Imaginar a conversa entre eles é um dos trunfos narrativos da série.
Romance conturbado
(Temporada 4, episódio 6)
A relação conturbada do príncipe Charles (Josh O’Connor) e da princesa Diana (Emma Corrin) marca a quarta temporada. Este episódio, porém, abre frestas para os bons momentos do relacionamento do casal enquanto demonstra o poder cativante da jovem em conquistar o povo – causando ciúme no restante da família real.
Mou Mou
(Temporada 5, episódio 3)
Longe da Inglaterra, no Egito, o episódio acompanha a história de Mohamed Al-Fayed (apelidado de Mou Mou), um jovem pobre e ambicioso que, munido de esperteza, boa lábia e persistência, se torna um dos empresários mais poderosos do mundo. Al-Fayed se conecta com a história de The Crown por ser o pai de Dodi, namorado de Diana que morreu com ela no acidente de carro fatal de 1997. O envolvimento do empresário na relação do casal é ponto crucial da sexta e última temporada.