3 lições da inesquecível Pereirão para tempos de quarentena

A pandemia de coronavírus mudou a rotina de muitos brasileiros. Até as novelas da rede Globo, tradicional escape nacional, tiveram as gravações suspensas, o que levou a emissora a mudar a grade e, a partir desta segunda-feira, 23, exibir reprises. Um dos folhetins que volta às telas é a divertida Fina Estampa (de 2011-2012), que promete entreter o público com o retorno de uma querida personagem da teledramarturgia: Griselda, a inesquecível Pereirão.

A protagonista de Lília Cabral é uma lufada de ar fresco na monotonia do dia-a-dia, e trás com ela lições importantes em meio à crise que se instaurou no mundo. Confira:

Vaidade não é tudo na vida

Há quem diga que ficar em casa é um veneno para a autoestima. Griselda, porém, já tinha dado a dica de que o look ideal para a quarentena é o que te deixa feliz e confortável. A “faz-tudo” anda pelas ruas do Jardim Oceânico e da Barra da Tijuca vestida com o seu inseparável macacão e cabelos presos em coque. O apelido de Pereirão, aliás, veio da parcela masculina de seu bairro, que lhe atribuiu a alcunha em razão do visual “masculinizado”. Apesar de ser alvo de chacotas por não se encaixar no padrão vaidoso exigido às mulheres, a protagonista não se deixa abalar pela pressão, e mantém a essência simples. Anotou a lição de Pereirão: tudo bem se neste período você descobrir que pode se vestir como quiser, afinal, sua autoestima não depende só da sua aparência.

O lado bom da vida existe

Portuguesa de nascença, Griselda chegou ao Brasil aos 5 anos de idade, e a vida da imigrante não foi nada fácil: aos 14 já estava casada e aos 15 teve o seu primeiro filho. Mãe de três, a mulher criou as crianças sozinha depois que o marido pescador desapareceu no mar. Desde então, assumiu o papel de provedora da família com bicos de “marido de aluguel” para os moradores das redondezas. Em meio a dificuldades financeiras e conflitos familiares (o filho do meio, Antenor, vivido por Caio Castro, rejeita a genitora pela vida humilde e aparência “sem glamour”), Pereirão não se mostra amarga com a vida em nenhum momento. Batalhadora, a mulher está sempre disposta a ver o lado bom dos problemas e a enxergar beleza nos pequenos momentos de felicidade. Como será que ela lidaria com uma pandemia? Provavelmente, com o mesmo vigor.

Faça você mesmo

Trocar chuveiro, desentupir o encanamento ou arrumar a fiação elétrica – Griselda é pau pra toda obra. Não à toa, a mulher é chamada de “faz tudo” pelos moradores da região, que recorrem aos seus serviços sempre que precisam de um reparo em casa. Pelas habilidade adquiridas, Pereirão não depende de ninguém – e aí entra mais uma lição da protagonista: independência é indispensável. Sim, o ser humano é um ser comunitário, e, portanto, precisará da ajuda do outro em algum momento. Apesar disso, esse é um ótimo momento para tirar aquele projeto de dentro da gaveta e fazer o que está ao alcance: aprender coisas novas, mudar a disposição dos móveis e criar uma nova decoração, investir em cursos online e aproveitar o tempo ocioso para dar uma demão de tinta naquela parede suja podem ser boas distrações no dia-a-dia.

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