Vírus, da ‘baba de lesma’ ao ebola
A epidemia de ebola na África faz de “vírus” a Palavra da Semana. Trata-se de um vocábulo registrado em português desde 1601, segundo a datação do Houaiss, e já presente na antiga Roma sob forma praticamente idêntica, virus. Seu significado, porém, era outro. O virus latino tinha, segundo o clássico dicionário Saraiva, sentidos como “sumo, […]

A epidemia de ebola na África faz de “vírus” a Palavra da Semana. Trata-se de um vocábulo registrado em português desde 1601, segundo a datação do Houaiss, e já presente na antiga Roma sob forma praticamente idêntica, virus.
Seu significado, porém, era outro. O virus latino tinha, segundo o clássico dicionário Saraiva, sentidos como “sumo, suco, baba de lesma, sêmen”, dos quais se expandiram as acepções de beberagem e veneno, entre outras. A ideia geral era a de algo nojento, impuro, possivelmente perigoso.
Foi apenas em 1728, segundo o dicionário etimológico de Douglas Harper, que se registrou pela primeira vez – em inglês, que também tinha ido buscar no latim aquele virus – uma acepção um pouco mais próxima da moderna, de “agente que causa uma doença infecciosa”, em referência no caso a doenças venéreas.
Quanto ao vírus responsável pela febre hemorrágica que voltou a assustar o mundo, seu batismo se deu em 1976, quando ele foi descoberto por cientistas belgas no vale do rio Ebola, no Congo – então ainda chamado de Zaire.