Um ramalho de muricy
Da série “Curiosidades etimológicas absolutamente inúteis” (prossiga por sua conta e risco): Muricy, o que não foi, treinador da seleção no futuro do pretérito, junta em seu nome dois substantivos comuns do vocabulário vegetal com raízes fundas na história do Brasil. O tupi mori’si, que deu em português na grafia murici, depois de passar por […]
Da série “Curiosidades etimológicas absolutamente inúteis” (prossiga por sua conta e risco):
Muricy, o que não foi, treinador da seleção no futuro do pretérito, junta em seu nome dois substantivos comuns do vocabulário vegetal com raízes fundas na história do Brasil. O tupi mori’si, que deu em português na grafia murici, depois de passar por muricy e muruxi, designa tanto uma planta do gênero Byrsonima, da família das malpiguiáceas, quanto seus pequenos frutos – “umas frutas amarelas, mais pequenas que cerejas, que nascem em pinhas como elas, com os pés compridos; a qual fruta é mole e come-se toda; cheira e sabe a queijo do Alentejo que requeima”, como escreveu em 1587 o português Gabriel Soares de Sousa no clássico “Notícia do Brasil”.
Quanto ao ramalho, este é termo vernacular desde o século 17, “ramo cortado de árvore, grande e seco” (Houaiss). O resultado de seu encontro com murici bem poderia ser resumido numa rima: e daí?
Melhor lembrar Euclides da Cunha, citando um “dito popular do norte” em “Os sertões”:
É tempo de murici
Cada um cuide de si…