Tautológicos
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– Quando se escreve sobre palavras, gafanhoto, embarca-se numa espécie de tautologia: para dar conta de uma, usa-se outra, e depois desta, outras mais, que por sua vez continuam a demandar novas explicações, analogias, ressalvas, perspectivas, parâmetros. E como fabricamos toda essa ilusão de tridimensionalidade? Lançando mão de mais e mais palavras, não tem outro jeito. As palavras são os tijolinhos espelhados dessa catedral infinita que não esconde, em sua exuberância de sentidos e formas, o fato de ter suas fundações plantadas no vazio, no nada. Basta um sopro para que tudo venha abaixo feito…
– Tá bom, mestre, acho que peguei o espírito da coisa. Mas o que é tautologia?
– Arrá, eu não disse? Podemos ficar nisso a tarde inteira sem jamais chegar ao âmago da questão. Porque as palavras…
– Mas eu não quero chegar ao âmago da questão, só quero saber o que é tautologia.
– Percebo, gafanhoto. Você quer saber aquilo que ignora.
– É.
– E se ignora, é porque não sabe. Entendeu?
– Se ignoro, como posso entender?
– Se não entende, falta-lhe a compreensão. Está no escuro porque lhe falta a luz. Entendeu agora?
– Entendi o quê?
– Tautologia, ora. Isso é tautologia, tautologia é isso.
– Isso o quê? Tá me enrolando, mestre?
– Demorou, gafanhoto!
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