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Sobre Palavras

Por Sérgio Rodrigues Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Este blog tira dúvidas dos leitores sobre o português falado no Brasil. Atualizado de segunda a sexta, foge do ranço professoral e persegue o equilíbrio entre o tradicional e o novo.

Substantivo, o que ‘está sob’? Como assim?

“Caro professor Sérgio Rodrigues: pela gramática, substantivo é tudo o que, de real ou imaginário, existe ou supõe-se existir. Creio que esta conceituação abrange todas as categorias de substantivos. Mas, e pela etimologia? Se ‘substantivo’ é aquilo que se situa abaixo de, ou faz ficar abaixo de, gostaria de entender e compreender.” (Ismail Teixeira) Caro […]

Por Sérgio Rodrigues
Atualizado em 31 jul 2020, 04h57 - Publicado em 21 nov 2013, 12h43

“Caro professor Sérgio Rodrigues: pela gramática, substantivo é tudo o que, de real ou imaginário, existe ou supõe-se existir. Creio que esta conceituação abrange todas as categorias de substantivos. Mas, e pela etimologia? Se ‘substantivo’ é aquilo que se situa abaixo de, ou faz ficar abaixo de, gostaria de entender e compreender.” (Ismail Teixeira)

Caro Ismail, o português foi buscar a palavra substantivo – que no caso do vocabulário gramatical é, claro, um substantivo – no adjetivo latino substantivus, “substancial”, isto é, que tem substância.

Você está no caminho certo ao decompor a palavra: em sua origem vamos encontrar o verbo substare, “estar sob”. No entanto, seria difícil compreender o que isso tem a ver com o substantivo sem recorrer a uma ideia intermediária, o conceito de substância.

A definição do Houaiss para a acepção filosófica de substância é útil para elucidar o substantivo: “No aristotelismo e na escolástica, realidade que se mantém permanente sob os acidentes múltiplos e mutáveis, servindo-lhes de suporte e sustentáculo; aquilo que subsiste por si, com autonomia e independência em relação às suas qualificações e estados”.

Como se vê, é substancial aquilo que “está sob” a superfície, ou seja, abaixo da infinita variedade do mundo como ele se manifesta. Uma árvore pode ser imponente ou mirrada, pode morrer de sede ou vicejar, mas será sempre árvore enquanto existir. Uma pedra pode ser lisa ou áspera, pode ser atirada violentamente contra uma vidraça ou permanecer em repouso, sem deixar de ser pedra.

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Para dar conta da diversidade e do fuzuê do mundo temos adjetivos, verbos, advérbios, todos contingentes, “múltiplos e mutáveis”, enquanto a classe dos substantivos nomeia seres, coisas, estados e ações que existem por si.

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Envie sua dúvida sobre palavra, expressão, dito popular, gramática etc. Às segundas e quintas-feiras o colunista responde ao leitor na seção Consultório. E-mail: sobrepalavras@todoprosa.com.br

 

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