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Sobre Palavras

Por Sérgio Rodrigues Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Este blog tira dúvidas dos leitores sobre o português falado no Brasil. Atualizado de segunda a sexta, foge do ranço professoral e persegue o equilíbrio entre o tradicional e o novo.

Schadenfreude, Schweinsteiger, Liebfraumilch

A língua de Bastian Schweinsteiger é talvez a única no mundo que achou necessário dar um nome ao sentimento, mas isso não quer dizer que, como o amor por repolho azedo, ele floresça apenas na alma alemã. Longe disso: Schadenfreude, algo como “prazer intenso com a desgraça alheia”, é um termo tão funcional na descrição […]

Por Sérgio Rodrigues
Atualizado em 31 jul 2020, 14h54 - Publicado em 4 jul 2010, 08h54

A língua de Bastian Schweinsteiger é talvez a única no mundo que achou necessário dar um nome ao sentimento, mas isso não quer dizer que, como o amor por repolho azedo, ele floresça apenas na alma alemã. Longe disso: Schadenfreude, algo como “prazer intenso com a desgraça alheia”, é um termo tão funcional na descrição de paisagens emocionais encontráveis em qualquer latitude que acabou transplantado sem adaptação alguma para o vocabulário de pelo menos uma outra língua, a inglesa.

Não, não é um sentimento bonito. Nobre, menos ainda. Schadenfreude é o exato oposto da compaixão, o grau zero da empatia. É baixo. Em sua versão mais virulenta, sentir Freude (prazer intenso, júbilo) com o Schaden (dano) sofrido pelo outro é uma vileza que ajuda a montar o cenário de guerras e massacres. Como os podres humanos em geral, porém, é um erro comum fingir que este não existe. Dar-lhe um nome é provavelmente melhor do que calar.

Outra boa ideia é a sublimação esportiva, e isso temos visto de sobra nos últimos dias. Aqui nas bandas do Sul, embora a palavra seja obscura, a coisa que ela nomeia anda abundante. Uma imensa nuvem de Schadenfreude foi vista pairando sobre o país de Maradona na sexta-feira. De repente, pouco antes da hora do almoço de ontem, deslocou-se velozmente em direção ao Brasil.

Nem todo mundo se deixa inebriar por seus eflúvios, claro. Há quem, em nome de laços de parentesco ou pelo menos vizinhança, ache tudo isso um absurdo, e ainda quem simplesmente não seja talhado para sentir Schadenfreude. Mas talvez estejam em maioria os que, no festival de sabores de uma Copa do Mundo, achariam uma pobreza de espírito abrir mão desse tempero tedesco que mistura o azedo do repolho com o doce do Liebfraumilch.

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